quinta-feira, 6 de maio de 2010

A polémica do Metro do Porto

Não podia deixar de ser. O Metro do Porto foi sempre um assunto polémico e é previsível que, no futuro, continue a gerar polémica.
É sempre assim. Quando há um grande investimento, que consegue gerar sucesso no Norte, sobretudo na Área Metropolitana do Porto, isso acaba por provocar sempre discussão, debate e, normalmente, decisões controversas.

Lisboa olhou sempre para a Área Metropolitana do Porto e para o Norte com anormal desconfiança, que condiciona toda a actividade com um centralismo exagerado. O Metro do Porto que, convém lembrar, nasceu por iniciativa de autarcas, provocou sempre dúvidas, ciúmes relativamente a quem, no Terreiro do Paço, tomava as decisões para o país.
Para muitos, o Metro do Porto parecia o Metro do “papel”, isto é, um projecto que não sairia para o terreno. Mas o que é certo é que o projecto avançou, as linhas concretizaram-se e o sucesso é absolutamente evidente.
Recordo-me, há cerca de cinco anos, que alguns cartões de crédito, mesmo com gastos ridículos de dezenas de euros em média por mês – eu próprio fui vítima disso – criou polémica e as normais fugas milimétricas para a Comunicação Social, para, dessa forma, se atingir esta obra de enorme sucesso e, consequentemente, os protagonistas do êxito deste projecto.
Agora, surge o problema da acumulação de vencimentos dos autarcas. Mas, na verdade, o que se pretendeu foi atingir o Presidente da Junta Metropolitana. Vamos, aliás, directamente ao assunto. O que se pretendeu foi dar uma “machadada” na seriedade e credibilidade do Presidente da Junta Metropolitana. Saliento: não disse no Presidente da Câmara do Porto. Disse: Presidente da Junta Metropolitana.
O drº Rui Rio tem uma imagem de uma pessoa rigorosa, exigente e séria. E é isso que incomoda muita gente.
E quando isso incomoda os gestores do poder de Lisboa, não fico nada surpreendido. Mas, quando, do meu ponto de vista, aparece um autarca, um político, um gestor que transmite uma mensagem de rigor, de seriedade e exigência, como tem acontecido, e estou à vontade para o dizer, porque sou seu adversário político, com o drº Rui Rio, quer como Presidente da Câmara, quer como Presidente da Junta Metropolitana, o que me surpreende é que alguns políticos e autarcas do Norte fiquem incomodados com as suas irrepreensíveis atitudes.
Este episódio, que não é um epifenómeno, mas mais vasto e prolongado, tem a vantagem de ter contribuído para aumentar o prestígio, a credibilidade e o bom nome de um político do Norte. E é isso que quero valorizar. O termos conseguido demonstrar que também temos gente que, independentemente, das suas ideologias, e das suas escolhas políticas e partidárias, é capaz de mostrar ao país que também temos gestores públicos exigentes, rigorosos, credíveis e sérios.
Foi o que aconteceu com o Presidente da Junta Metropolitana, drº Rui Rio, a quem presto a homenagem por ter sabido qualificar a política, o poder local e dar um sinal positivo ao país.

Narciso Miranda

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