sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Agosto, informação e férias.

Embora todos tenhamos tendência para”esquecer” o que vai pelo mundo em tempo de férias a verdade é que, cortar radicalmente com a actualidade informativa, poucos o conseguirão.
A informação está por todo o lado. Jornais, revistas e televisão perseguem-nos por todo o lado. É certo que no mundo ainda há espaço para uma vida desligada dos grandes meios de comunicação. Acontece que o “vício” está tão entranhado que abstermo-nos delas por completo não é fácil. Então com as facilidades de ligação à Internet…
Modernamente, e por tal via, tornou-se uma obrigação consultar os blogs.
É que, no domínio da comunicação e da informação, os blogs talvez levem a dianteira. São uma das mais poderosas armas informativas dos últimos tempos: escritas novas, escritas velhas, umas boas, outras más, e outras ainda que deixam muito a desejar.
De positivo trouxeram discussões apaixonantes, debates crispados (em alguns casos) e posições antagónicas. Divergências, debate, contraditório. Criaram-se, por seu intermédio, laços ideológicos e pessoais. Desmontaram-se conceitos, correntes de pensamento, propostas políticas, literárias, desportivas, musicais, etc.
De negativo trouxeram o anonimato como norma na emissão de uma opinião. Que pode ser coincidente ou diametralmente oposta àquela que se toma por referência. O que, em abstracto, não é bom nem é mau. A coberto do anonimato dizem-se muitas parvoíces, embora – há que reconhecê-lo - também muitas coisas acertadas.
Verdades e mentiras. Insultos e elogios. Que, em muitos casos, se obrigatoriamente identificados, os seus autores não as revelariam. Assenta nisto, a meu ver, o principal óbice a este sistema comunicativo.
Verdade seja que há muitos que se identificam quando dão a conhecer as suas ideias, quando comentam assuntos de interesse comum, quando apontam soluções, denunciam arbítrios e avaliam procedimentos e atitudes dos responsáveis pela administração pública. O que é positivo.
Quando difundidas com o devido respeito e sem as desnecessárias más-criações, tais pontos de vista assim apresentados à consideração pública, configuram o uso devido à liberdade de expressão tão duramente conquistada para os portugueses. Aí está um meio de fazer política que se saúda: o recurso a um blog é uma forma de participação colectiva, tão solene e socialmente válida, como qualquer outra. É que a política não é só para os políticos. A participação na política é o exercício de um direito inalienável. É um acto de cidadania que merece reconhecimento.
Quem me conhece sabe que adoro política. Desde há muitos anos que respiro e devoro política.
Leio, estudo e trabalho nela. Talvez seja este feitio que me impede de, em política, ter sonhos. Vivo de realidades. E a realidade que se me afigura nos tempos que correm é que existe margem para melhorar o espectro partidário português – já que os partidos políticos constituem o cerne da nossa democracia. A grande questão não está na sua existência – desenganem-se os seus detractores. Está em quem se encontra próximo de quem os dirige! Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O que torna credível uma candidatura.

Há quem defenda que a batalha pela reeleição começa no dia seguinte ao da eleição. Não entendo as coisas assim. Embora deva reconhecer que, em muitos casos, tal postura governativa induza os cidadãos a admitir que assim é de facto. Por mim, sempre encarei o exercício do poder como um dever, uma missão, uma obrigação contraída para com o eleitorado.
E, se o dever for cumprido, se a missão for profícua e se a obrigação for satisfeita – respeitando o eleitorado – a reeleição simplesmente emerge. A recondução no cargo surge assim como o corolário lógico de uma acção empreendida a contento do bem comum.

Quem cumpre o dever, cumprindo o programa, não precisa de colocar-se em bicos de pés para anunciar-se de novo.
Quem leva a cabo a missão com o êxito esperado, não precisa de invocar concretização.
Quem se mostra submisso à obrigação, não precisa de mostrar-se como exemplo. E entre nós – repito - há exemplos para todos. Com vantagens para alguns...

O estilo tonitruante, trombeteiro, trauliteiro até, que vamos observando, vindo em muitos casos de onde menos se espera, não fará certamente escola entre os mais novos, nem merece aplauso entre os mais velhos. De eficácia comprovadamente nula. Na altura certa – o acto eleitoral – lá vem a lição. Que o digam aqueles que, desacreditando e fazendo desacreditar, se tem submetido ao “julgamento popular”. Prognóstico reservado, pois, para quem cultiva este estilo. É que, o que sendo jumento se julga ganso, quando for a saltar conhecerá a diferença!...
Faz lembrar uma nuvem, com relâmpago, trovão e raio: relâmpago para os olhos, trovão para os ouvidos e raio para as consciências. E, se o raio alumia, o trovão assombra e o raio mata. Só que o raio fere a um, o relâmpago a muitos, e o trovão a todos.

Aí está, nesta pequena metáfora condensado o meu pensamento sobre as causas que levarão os cidadãos a não reconduzir uns, nem a apostar noutros, optando antes, sensata e avisadamente, pela razão assente em provas dadas. Provas provadas, passe a redundância.
É com acções e não com palavras que se afirmam as candidaturas. São estas, e não aquelas as verdadeiras credenciais. Porque em política a PALAVRA é neutro conceito. Não direi que, mesmo sem razão, as campanhas eleitorais não consigam, pela palavra, algum eco.
Num político, a essência da oratória é a do vendedor que em vez do cheque limitado, recebe o voto, que entende muitas vezes como ilimitado – pecado capital, de custos incomensuráveis.

E aqui está um dos princípios fundamentais da minha longa acção política: ter sempre presente que fui eleito para servir a comunidade. E nunca para me servir dela.

Agosto aí está, e com ele vem um novo período: as férias. Nem para todos, infelizmente. Para muitos, desempregados, o período de férias não é um “novo” período: é a continuidade.
Para outros, que trabalhando arduamente durante o ano, têm na vida outras prioridades. Deixo a todos um abraço de solidariedade. E a esperança em dias melhores. Para ler este texto na íntegra, clique aqui.