quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Não às portagens no Grande Porto!

A polémica está há muito instalada e o assunto tem estado em cima da mesa das discussões. Refiro-me ao possível avanço das portagens das SCUT no Grande Porto, que tem reanimado a discordância, sobretudo, de autarcas dos concelhos afectados. Falta de alternativa e cobrança indiferenciada têm motivado as mais variadas críticas do Grande Porto ao Minho. Pertenço ao grupo dos que discordam, claramente.

E falo, acima de tudo, na defesa dos interesses de Matosinhos e dos matosinhenses. Isto, porque não podemos começar por esquecer que o concelho de Matosinhos é atravessado, transversalmente, no sentido Norte/Sul pela estrada A28 e, no sentido Poente/Nascente, pela A41.
Mesmo sendo classificadas de estradas de carácter nacional, trata-se de duas vias verdadeiramente decisivas para a mobilidade dos cidadãos e, sobretudo, para a interligação das várias freguesias do concelho. Quem por elas tem de circular diariamente sabe bem desta importância fundamental a que me refiro.
Por outro lado, assumem-se, ainda, como vias estruturantes para o desenvolvimento económico, constituindo alavancas decisivas para a economia local de Matosinhos, designadamente para as pequenas e médias empresas e para o sector da restauração do concelho.
Por isso, não tenhamos dúvidas. Não nos iludamos. As portagens rebentarão a economia local, designadamente o parque da restauração, o turismo gastronómico e cultural, mas, também, as pequenas e médias empresas, que não aguentarão estes custos.
Os cidadãos, esses, sim, pagarão uma “factura” muito elevada se esta decisão de colocar portagens nas referidas estradas for avante. Sobretudo, considerando o índice de desenvolvimento económico e o significativo aumento do desemprego que contribui, de uma forma decisiva, para baixar a qualidade de vida dos cidadãos.
Por isso, me manifesto, como sempre me manifestei, radicalmente contra a colocação de portagens na A28 e na A41, por serem verdadeiramente penalizadoras da vida dos cidadãos.
Por isso, é responsabilidade dos autarcas, sobretudo dos concelhos mais afectados por esta medida, manifestarem-se contra e juntarem a sua voz à dos cidadãos.
Sobretudo num concelho, como Matosinhos, onde, mais importante que as portagens é resolver problemas sérios como o da requalificação da A28, desde o nó do IP4 até ao nó de Francos, passando de duas para três faixas, e acabando com o tormento diário do cruzamento com a Circunvalação, ou a construção do acesso para o Hospital Pedro Hispano
Isto, sim, é defender os interesses dos cidadãos e de Matosinhos. E é para com estes que temos responsabilidade.

Narciso Miranda


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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Zacarias La Fuente

Zacarias La Fuente, tipografia “Saúde & Sá”, Av. Afonso Henriques, em Matosinhos. Quem não conhece?
A última vez que me encontrei com este grande Homem, este grande amigo, este grande cidadão, Zacarias La Fuente ainda estava perfeitamente seguro, lúcido e muito sereno, foi num encontro com outro grande amigo, figura de enorme carisma, Mário Soares.

O Zacarias, como nós carinhosamente o tratávamos, retirou da carteira e mostrou ao Mário Soares, um calendário no qual eu estava com ele. Um calendário já com marcas visíveis provocadas pelo desgaste do tempo. E o Zacarias disse: “Aqui estão as duas pessoas que mais admiro, os meus ídolos, as minhas referências”.
Nada de mais injusto, nada de mais irrelevante ouvi de um Homem de regras, de valores e de princípios. Ele, sim, o Zacarias, foi uma grande referência. Uma referência marcante. Uma referência na política. Uma referência na vida. Uma referência para a família. Uma verdadeira referência dos valores e dos sentimentos.
Quando lhe prestava a verdadeira e sentida homenagem, assisti à conversa de circunstância de uma ilustre matosinhense com o filho do Zacarias, outro grande matosinhense, figura de grande prestígio, que orgulha Matosinhos, o Prof. Dr. José Maria La Fuente. Fixei bem algumas das frases que ouvi. “Temos que salientar e valorizar tudo o que de bom ele fez. E foi muito, mesmo muito. É nossa obrigação prestar-lhe a homenagem que merece e viver as recordações daquilo que nos ia transmitindo com a sua prática e a sua forma de vida”.
De facto, Zacarias La Fuente era um Homem bom. Um Homem generoso, fraterno, amigo, sempre muito atento a tudo e a todos. Era um Homem sempre pronto a ajudar, sobretudo quem mais precisava.
Zacarias La Fuente era um Homem de família. Um Homem muito ligado aos valores da família. Era o grande elo, o grande foco gerador de atracção, da união, da solidariedade, da fraternidade de toda a família. E não, exclusivamente, da família que lhe era mais próxima. Não. Zacarias La Fuente era um Homem de um coração enorme, onde cabiam todos, sobretudo, os que mais carências enfrentavam.
Sempre que conversava com o seu filho, o Prof. Dr. José Maria La Fuente, um grande amigo, quando lhe fazia alguma referência mais positiva e mais elogiosa, ele tinha sempre a preocupação de desvalorizar, por completo, o que ouvia, dizendo: “Essas palavras mais elogiosas não me devem ser dirigidas a mim. O meu pai é que merece esses elogios e esse reconhecimento. Eu sou demasiadamente pequenino, comparado com os meus pais, a Isabel e o Zacarias. Eles, sim, os meus pais merecem todos os elogios, aqueles a quem eu tudo devo, a quem continuo a ter como a maior referência”.
O José Maria La Fuente tem razão. Mas tenho a certeza que os filhos dele já pensam a seu respeito exactamente o mesmo.
Ao despedir-me desse grande amigo, Zacarias La Fuente, ao prestar-lhe a mais sentida homenagem revivi um pouco a minha relação com esse casal, com a Isabel e o Zacarias. Uma relação intensamente vivida, durante quase quatro décadas. Uma relação profunda e de grande cumplicidade.
Sempre, e acima de tudo em momentos de maiores dificuldades, a primeira pessoa de quem me lembrava era do Zacarias. E o Zacarias estava sempre lá. Estava sempre no local certo, no momento certo. Para ajudar.
E ao fazê-lo, lembrei-me, também, dos meus pais. Há momentos, de facto, nas nossas vidas, em que a emoção toma conta de nós… E em que as palavras são demasiadamente pequenas para a grandiosidade de pessoas como este grande amigo de quem, agora, nos despedimos…

Narciso Miranda


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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Prioridades da agenda política

A reforma constitucionalmente estabelecida de proceder à Regionalização, parece estar, agora, colocada no “fundo da gaveta” do Governo do PS. Isto, depois de ter sido dada a garantia, no princípio da legislatura anterior, pelo Governo do PS, de que prepararia todo o processo, no sentido de, na legislatura seguinte, avançar com o Referendo que concretizasse a Regionalização.

Pelo menos, são estes os sinais que começam a surgir em público, com vários membros do Governo a considerarem que essa questão não é prioritária, ou, pior ainda, que ainda não estão reunidas as condições para se poder avançar com este processo.
Por outro lado, surgem, ainda, alguns autarcas dos mais prestigiados do PS, como é caso de Mesquita Machado e Rui Solheiro, que, de uma forma resignada, parecem aceitar o adiamento “sine die” desta reforma constitucional.
Até aqui, pode compreender-se. Mas, se tivermos em consideração que foi colocada como grande prioridade da agenda política o casamento entre pessoas do mesmo sexo, sem colocar em causa o princípio que dará abertura à resolução desta questão, parece-me que as prioridades estabelecidas para a agenda política do Governo não são, de facto, as mais adequadas.
Não coloco aqui em causa a legitimidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não sou contra, nem a favor. Respeito. É uma opção que cabe na consciência de cada cidadão. O que não tenho dúvidas em afirmar é que esta não é, não pode ser, a prioridade da agenda política.
Transformar este assunto na prioridade da agenda política do país para um Governo de esquerda não me parece a solução mais adequada. Sobretudo, tendo em consideração que, para além do tema da Regionalização, temos, neste momento, temas bem mais prementes que deveriam merecer a atenção de todos aqueles que têm, sobre estas matérias, responsabilidades políticas.
Falo do problema do desemprego, dos jovens que procuram o primeiro emprego, da pobreza, da exclusão social, da economia do país, das pequenas e médias empresas, que estão cada vez mais asfixiadas. Temos, em suma, problemas ligados ao desenvolvimento económico, cultural e social que envolvem os recursos humanos disponíveis no país, que vão sendo, cada vez mais, desperdiçados.
E quando olhamos para exemplos de outros países, com um crescimento económico muito mais significativo, e, no nosso país, vemos os sinais de pobreza a aumentar, os sinais das dificuldades das pequenas e médias em crescendo, e se coloca a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo como prioridade da agenda política, tenho vontade de perguntar: onde é que eu estou?

Narciso Miranda


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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Baixar o IMI é defender os matosinhenses

Prometemos e cumprimos. É esta, afinal, a minha, a nossa forma de estar e de encarar e viver a política. Ao longo do debate eleitoral, apresentamos, como uma das nossas “bandeiras”, a redução, em 20 por cento, do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Fizemo-lo conscientes da conjuntura económica difícil que atravessa o país, de uma forma geral, e da qual Matosinhos não é, infelizmente, excepção.

Fizemo-lo a pensar nos matosinhenses, nos milhares de famílias que enfrentam, actualmente, extremas dificuldades, inclusive para suportar os próprios encargos financeiros que contraíram.
Fizemo-lo porque sabemos que o índice de desemprego no concelho nunca esteve tão elevado, que, diariamente, dezenas de Matosinhos ficam sem emprego, que milhares de matosinhenses enfrentam uma situação de desemprego de longa duração verdadeiramente assustadora e angustiante.
Este é, assim, sem dúvida, mais um encargo a pesar no “bolso” dos cidadãos. E foi, tendo em consideração toda esta conjuntura, que quisemos, e vamos continuar a lutar por uma proposta que apresentamos, esta passada terça-feira, na última reunião da Câmara de Matosinhos, contra, aliás, a solução da maioria do bloco central, que decidiu aplicar a taxa máxima (0,40%).
Não temos dúvidas – e sabemos que os cidadãos que vão pagar esta cara “factura” nos acompanham – que esta medida aprovada pela maioria do bloco central irá penalizar, de uma forma extremamente gravosa, as famílias de Matosinhos.
Por isso, os eleitos do GCE “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” apresentaram uma proposta para se baixar o IMI, durante o ano de 2010, em 20 por cento, propondo que, no intervalo de pagamento do IMI de 0,2 por cento mínimo, até ao máximo de 0,4 por cento, se aplique a taxa de 0,32 por cento.
Por isso, propusemos, ainda, baixar, igualmente, em 20 por cento, o IMI de todos os prédios abrangidos pelas AUGI’s (Casas de Génese Ilegal), como forma de compensação por terem construído, na maioria dos casos, as habitações há mais de 25 anos. Estes já suportam os custos de serem considerados como “habitantes de casas clandestinas”.
Acreditamos que defender os interesses dos cidadãos, dos matosinhenses, se faz desta forma. A encontrar, com criatividade e imaginação, as soluções necessárias para, face às conjunturas que se apresentam no momento, ajudar a contribuir para a sua qualidade de vida.
Foi sempre a isto que nos propusemos. É a esta via que continuamos e iremos continuar a seguir e a trabalhar. Os matosinhenses continuam a estar, como sempre estiveram, para nós, em primeiro lugar.
Somos, neste momento, a única grande força da oposição em Matosinhos. Responsabilidade que abraçamos com a garra que sempre me caracterizou e que nos caracteriza. Por Matosinhos e pelos matosinhenses. Na defesa dos seus interesses seremos, sim, implacáveis.

Narciso Miranda


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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Aos leceiros... as responsabilidades da oposição

Instalada que está a Assembleia de Freguesia de Leça da Palmeira e eleito que foi o Executivo da Junta de Freguesia, é tempo de todos ocuparmos os nossos lugares que, obviamente, são distintos.

Quem venceu deve dirigir, mesmo quando algumas maiorias são conseguidas com construções pouco nítidas ainda que perceptíveis. Quem não venceu deve assumir, com a mesma clareza, as suas responsabilidades de oposição, embora as fronteiras de uma eventual colaboração entre os dois lados devam ser desenhadas por quem detém o poder.
Já o escrevi e repito-o hoje: não terei qualquer dúvida em votar favoravelmente o que me parecer bom para os leceiros.

Não se deduza que isto traduz uma postura meramente contemplativa.

Acredito que muito do que vai ser o mandato agora iniciado passará por aspectos fundamentais do Regimento da Assembleia de Freguesia, que recebi recentemente. A partir do que for este documento fundamental, será possível perceber as regras do jogo que todos deveremos cumprir.

Não duvido que o documento já estava suficientemente bem elaborado e estruturado. Mas, hoje, a realidade política da freguesia (e do próprio concelho de Matosinhos) é outra, o que poderá permitir algumas alterações e inovações.
Pelo que me toca, emprestarei aberta colaboração e não enjeitarei esta ou aquela sugestão, que defenderei com a convicção de quem acredita no que propõe.

Como é público, fui eleita na lista de uma associação política que me merece todo o respeito. E que, ela própria, também é balizada por regras. Regras que, tenho a certeza, jamais colidirão com os leceiros, os seus legítimos interesses e as suas naturais ansiedades.

Estarei, pois, do lado da oposição consciente e activa, honrando os votos que nos foram entregues. Não os “venderei” por acordos que nada dizem aos eleitores, como não os “emprestarei”, por omissão. Neste, como em todos os aspectos da vida, o melhor é chegar ao fim da caminhada com a certeza de que sempre nos olhamos frontalmente, olhos nos olhos. Nós, eleitos, e aqueles que nos elegeram, que são os que mais importam.

Elvira Castanheira


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II Reunião Ordinária da CMM

Os eleitos do GCE “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” participaram, hoje, na segunda Reunião Ordinária da Câmara de Matosinhos, deste mandato. Conheça as suas propostas.

Os vereadores do GCE "Narciso Miranda Matosinhos Sempre" começaram por lamentar o facto de todos os assuntos que se encontravam em agenda terem sido previamente abordados, apontando-se a decisão para cada um deles, em “praça pública” e numa atitude de profundo desrespeito e desconsideração para com o órgão colegial que é a Câmara Municipal e, naturalmente, para cada um dos seus membros.

Não é, desta forma, que se consegue criar um espaço de debate aberto, franco e, sobretudo, gerador do princípio da gestão sustentada nos valores da responsabilidade e da defesa intransigente dos interesses do concelho de Matosinhos e da sua população.

Sobre os temas em agenda:
Fixação das taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis para 2009
Os quatro vereadores eleitos do GCE “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” lamentam, profundamente, que, em matéria tão relevante para milhares de famílias, como é o estabelecimento da taxa do IMI, a suportar na factura que será enviada para todas as famílias proprietárias de imóveis no próximo ano de 2010, a maioria do bloco central aponte a aplicação da taxa máxima do referido imposto.

Tal decisão irá penalizar, de uma forma extremamente gravosa, as famílias de Matosinhos, numa conjuntura já por si complexa, em que muitas delas enfrentam enormes dificuldades para suportar os próprios encargos financeiros que contraíram.

Nesse sentido, os eleitos do GCE “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” apresentaram uma proposta, no cumprimento, aliás, da promessa que fizeram no debate eleitoral, para se baixar o IMI, durante o ano de 2010, em 20%, propondo que, no intervalo de pagamento de IMI de 0,2%, mínimo, até ao máximo de 0,4%, se aplica a taxa de 0,32%, contra a solução da maioria do bloco central, que decidiu aplicar a taxa máxima (0,40%).

Propuseram, ainda, nos termos do ponto 6, do artigo 112º, do CIMI, baixar, igualmente em 20%, o IMI de todos os prédios abrangidos pelas AUGI’s (Casas de Génese Ilegal), como forma de compensação de terem construído, na maioria dos casos, as habitações há mais de 25 anos. Estes já suportam os custos de serem considerados como “habitantes de casas clandestinas”.


Pedido de demolição de edifício da “Algarve Exportadora”
Os eleitos do GCE “NMMS” ficaram espantados, para não dizer, estupefactos, com a proposta que, a este nível, é apresentada.

Senão vejamos: um requerente faz um pedido para demolir a carcaça de uma indústria e, para contornar a lei, resultante do facto do processo se encontrar em debate público e impedir qualquer alteração a qualquer prédio na área em discussão, é utilizado o “expediente” de se afirmar que, após uma vistoria, e depois de se ter concluído que “parte das fachadas estão em ruína iminente”, se determine a sua demolição.

Considerando que se trata de um marco e de uma referência importante da arqueologia industrial que faz parte da memória colectiva dos matosinhenses, permitir a demolição do que resta deste edifício, sobretudo das carcaças dos edifícios industriais que ali estiveram instalados, é dar cobertura a uma verdadeira estratégia especulativa.

A autarquia não pode funcionar ao sabor do mercado e, muito menos, ao sabor dos interesses do proprietário destas indústrias.

O que a Câmara deve fazer é preservar o que resta destes edifícios e notificar o seu proprietário, no sentido de criar as condições necessárias para impedir a sua demolição, nomeadamente ao nível da segurança, para, depois, avançar para a sua aquisição e aí desenvolver um equipamento de carácter cultural, quer seja o Museu de Matosinhos, o Museu de Arqueologia Industrial, ou o Museu da Indústria Conserveira.

Os eleitos do GCE “NMMS” questionam, ainda, sobre este tema: o que aconteceu ao PIP, aprovado há mais de dois anos, cujo prazo de validade, nos termos legais, é apenas de um ano?
O que aconteceu ao acordo estabelecido, na altura fortemente contestado, só obtendo os votos a favor da maioria do PS, entre a Câmara e a “Algarve Exportadora”, protagonizado pelo bem conhecido cidadão Álvaro Nazaré Fernandes?
Onde estão os projectos para o local, designadamente a prevista construção de um hotel e do Centro de Ciências do Mar?
O que se pretende com esta demolição? Será dar cobertura à caducidade do PIP e ao não cumprimento de um acordo que foi estabelecido e foi polémico, arrasando, pura e simplesmente, um património histórico-cultural?

Esta demolição seria, sem dúvida, um acto lesivo do nosso património histórico-cultural, por se tratar de um pedaço da nossa história, da nossa cultura, da nossa memória colectiva.

Por isso, os eleitos do GCE “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” manifestaram-se contra.




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Arqueologia industrial de Matosinhos

Ao consultar o livro de “Arquitectura e Indústria em Portugal no século XX”, de José Manuel Fernandes, reconhecido arquitecto, historiador e crítico de arquitectura e urbanismo, verificamos que, nessa mesma obra, são feitas variadíssimas referências a um prédio extremamente marcante situado no concelho de Matosinhos.
Trata-se do prédio onde funcionaram as indústrias de conservas da “Algarve Exportadora” e da “Rainha do Sado”, da autoria do arquitecto António Varela.

Recorde-se que o edifício da “Algarve Exportadora” data de 1938, tendo sido inaugurado um ano depois, enquanto a “Rainha do Sado”, surge em 1941.
A esta fábrica são feitas referências, entre outros, na Revista de Arquitectura Portuguesa (edição nº 40), em 1938, como sendo um importante exemplar da arquitectura moderna em Portugal.
Afirma-se, nessa mesma revista: “Em Matosinhos, ao contrário do que vinha a acontecer, aparecem, pela primeira vez, edifícios destinados à indústria, desenhados de raiz, para responderem, de uma forma eficaz, ao programa que se exige. Longe vão os tempos em que os edifícios destinados a fins industriais nada mais eram que edificações comuns, grandes casas, extensos edifícios, de muitas portas e janelas, e era tudo”.
As duas fábricas constituem um conjunto arquitectónico modernista, de linguagem racionalista, que apresentam nas diversas fachadas. Apesar de estarmos perante um conjunto do qual só restam as fachadas, as paredes interiores e os elementos de suporte da cobertura, as referências racionalistas estão, ainda, bem patentes nas diversas alçadas.
Por isso mesmo, constituem um marco, uma referência importante da nossa arqueologia industrial e fazem parte da memória colectiva dos matosinhenses.
Permitir a demolição do que resta deste edifício, sobretudo da carcaça dos edifícios industriais que ali estiveram instalados, é dar cobertura a uma estratégia especulativa, com sucessivas tentativas, através dos mais variados projectos imobiliários que, à medida que iam sendo inviabilizados, ou que o próprio mercado os não conseguia absorver, iam aguçando, cada vez mais, o apetite da especulação.
Ora, a autarquia não pode funcionar ao sabor do mercado e, muito menos, ao sabor dos interesses do proprietário destas indústrias, ou do intermediário que, normalmente, nem identificado aparece, mas que pretende avançar com processos verdadeiramente especulativos.
O que a Câmara deve é preservar o que resta destes edifícios, sobretudo a carcaça industrial, e notificar o seu proprietário, no sentido de criar as condições necessárias para impedir a sua demolição, mesmo que, depois, avance com a sua aquisição para aí poder desenvolver um equipamento de carácter cultural, seja o Museu de Matosinhos, o Museu da Arquitectura Industrial, o Museu da Indústria Conserveira.
Não se pode, não se deve, não podemos permitir que se apague, assim, um pedaço da nossa história. Matosinhos e os matosinhenses não esquecem. Não querem esquecer. Não vão deixar esquecer.

Narciso Miranda


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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Leio que no interior do Partido Socialista há quem teime em avançar com o processo que conduza à expulsão de Narciso Miranda e outros duzentos militantes que cometeram o "pecado" de integrar listas independentes nas últimas eleições autárquicas. No mínimo extraordinário, especialmente se nos lembrarmos em tudo o que, ao longo de mais de três décadas, o antigo presidente da Câmara Municipal de Matosinhos deu ao seu partido. De vez em quando, é preciso ter alguma memória e recordar que enquanto Narciso "dava o peito às balas" nas trincheiras socialistas, os que hoje defendem ou pactuam com a sua "defenestração" entoavam hossanas aos camaradas Mao ou Stalin e rotulavam o dr. Soares de perigoso "agente da reacção" ou "lacaio do imperialismo" ou, como José Sócrates, "navegavam" em águas laranjas como aplicados e dedicados "jotinhas"...
José Paulo Fafe




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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Notícia

Matosinhos, 05 Nov (Lusa) - Narciso Miranda reagiu hoje duramente contra o “processo virtual” que visa a sua expulsão e de outros militantes do PS, por terem concorrido como independentes nas eleições autárquicas, e acusou o líder da distrital do Porto de “atitude agressiva, arrogante e quezilenta”.

O ex-autarca - que concorreu à presidência da Câmara Municipal de Matosinhos e perdeu para o candidato socialista, Guilherme Pinto - decidiu tomar posição sobre “os últimos dados” que surgiram esta semana sobre esse processo, anunciando que hoje mesmo decidiu “passar procuração a sete advogados” para, sobre esta matéria, actuarem sem balizas de intervenção” na defesa dos seus direitos.
Em conferência de imprensa na sede da sua candidatura, em Matosinhos, Narciso Miranda prometeu “ir até às últimas consequências, nem que fique sem nada”, admitindo levar o caso até ao Tribunal Constitucional para defender o seu “bom-nome”.
O alvo das suas críticas foi o líder distrital do PS, Renato Sampaio, que acusou de, com este processo disciplinar, promover “um degradante espectáculo” e de agir com base num “atitude obsessiva e esquizofrénica politicamente”.
Narciso garante desconhecer qualquer processo interno com vista à sua expulsão do PS, apesar das várias notícias já publicadas sobre este caso.
“O objectivo é atingir a minha idoneidade política, partidária, autárquica e o meu bom-nome”, considera, argumentando que a sua candidatura como independente “não é um problema de dissidência política”, mas sim de “divergência”.
Narciso entende que este processo pretende “fazer uma limpeza de tudo o que diverge, de tudo o que assume o contraditório”, tendo acrescentando haver mesmo “sinais evidentes de uma purga na vida política portuguesa”.
Face a esta situação, Narciso Miranda anunciou que vai “propor ao líder do PS, José Sócrates, que avance com um código de conduta para aqueles que, em nome do partido, sustentam, alimentam e intervêm no chamado tráfico de influência do ponto de vista política ou de outros pontos de vista”.
Narciso compara o seu caso ao de outros socialistas que, no passado, concorreram também como independentes a órgãos autárquicos.
É o caso, apontou, do ex-presidente da Câmara de Famalicão, Agostinho Fernandes, que em 2001 “foi candidato independente à mesma câmara”, não tendo por isso sido alvo de qualquer acção disciplinar.
Narciso realçou também que, “nas últimas eleições presidenciais, milhares de prestigiados militantes de várias estruturas do PS apoiaram expressamente” a candidatura de Manuel Alegre, contrariando as orientações do Partido, que preferiu apoiar Mário Soares.
“Em nenhum dos casos apontados existiu qualquer processo disciplinar, não se conhecem ameaças e condenações públicas, e os prestigiados militantes, não tendo sido expulsos, mantêm-se, e bem, como militantes do partido”, concluiu Narciso.
Por outro lado, afirmou, “mais de 700 militantes das dez secções do PS de Matosinhos apoiaram as candidaturas dos visados pelo presente processo, mas desconhece-se porque motivo também estes não são alvo de igual tratamento”, observou.
AYM.
Lusa/fim
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Carta aberta a Narciso

Tenho andado a pensar nos propósitos de alguns dirigentes regionais do PS - o partido que, sem ti jamais teria sido o que é – e começo a ficar preocupado.
Vim até aqui ao Minho profundo, que como sabes fica perto de Viana, e resolvi reflectir sobre a coisa. Ou seja, pensar profundamente no modelo judicial socialista, o qual, parece-me, não difere muito do modelo judicial português.

O modelo judicial português (o socialista parece-me igual) diferencia-se dos restantes – e tu sabe-lo bem! – pela originalidade no que toca aos alvos de penas e condenações.
Por exemplo (e esta devo-a a um bom amigo que estudou bem o caso, a partir da posição privilegiada no Governo): se um banqueiro delapida os fundos do banco, prejudicando os accionistas, na maioria dos modelos judiciais, vai preso. Pois em Portugal, terra de brandos costumes e de ainda mais brandos julgamentos, vai preso o gerente da agência bancária, que a seu pedido abriu conta num «off-shore»!
Outro exemplo: se um ministro despacha (e despacha-se) que se farta, pode em qualquer modelo judicial comum ser chamado a contas no Parlamento, em sede de Comissão de Inquérito, ou mesmo na Procuradoria. No nosso modelo não se incomoda o ministro; parte-se do princípio que a culpa – a haver, coisa que raramente acontece - é do contínuo que deixou acumular os despachos e do chefe de Gabinete que já faleceu, ou, já emigrou.
Esta é a lógica justiceira dos dirigentes que agora querem julgar-te.
Toda a gente sabe que não podes comparar-te a eles. És um homem de carácter, de princípios, de causas e de valores. Um socialista a sério!
Poderão, os que agora se arvoram em teus juízes, proclamar o mesmo?
Comparado com o teu, que passado têm eles, para que os acreditemos no presente, e lhes confiemos o futuro?
Toda agente sabe que a tua corrida por fora do PS se ficou a dever à firme determinação de recolocares Matosinhos na calha do progresso e desenvolvimento. Corrigir a rota, ou retomar o rumo, como tantas vezes o disseste. Porque foram eles que se desviaram, e não tu!
Tiveste a lucidez de denunciar, a tempo, o desgoverno municipal.
Tiveste a coragem de enfrentar uma máquina partidária que, desta vez, nos venceu.
Contigo estão muitos dos que nas autárquicas votaram PS.
Sobre este “engano” eleitoral, ainda um dia hei-de dedicar-te um livro!...
Lembra-te das palavras oportunas e certeiras do Presidente da República na tomada de posse do novo Governo, e que podes muito bem interiorizar:
“Se os cargos públicos são efémeros”… “o carácter dos homens é duradouro…”, pelo que “não são os cargos que definem a nossa personalidade, mas aquilo que somos em tudo aquilo que fazemos…”.
E se pensas que, depois de tanto esforço, o reconhecimento não existiu, pensa na resposta daquela criança à ministra Lurdes Rodrigues, depois das obras e dos “Magalhães” (Público 15/10/2009):
“E o que é que gostas mais nesta escola nova?” – perguntou a ministra.
“Da professora”- respondeu o rapaz!

Heitor Ramos

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"Bloco central"

35 anos depois do 25 de Abril, a extrema direita e a direita de Matosinhos acabaram por chegar à área do poder. De facto, a direita radical de Matosinhos soube aproveitar, muito bem, a oportunidade para se vingar do principal protagonista do processo da Democratização da vida económica, social e cultural de Matosinhos, afastando muitos dos que se habituaram aos privilégios do totalitarismo, do orgulhosamente sós, do poder autoritário.

Durante 35 anos, em consequência das transformações políticas, económicas e sociais, resultantes do 25 de Abril, não só se deu a voz ao povo, como se passou a respeitar os cidadãos e, por isso, progressivamente, se foram adaptando as instituições da sociedade civil, as empresas, os organismos e as pessoas aos valores da liberdade, da democracia e dos direitos humanos.
Acabaram-se com os privilégios, com os “donos” de Matosinhos, com os donos da verdade, com os autoritarismos.
É evidente que, 35 anos depois, a extrema-direita e a direita souberam aproveitar, muito bem, a oportunidade que lhes surgiu para transformar o seu voto, num voto útil, “aliando-se” às plataformas que os poderá sustentar, face a sinais evidentes que foram surgindo, aqui e ali, durante estes anos mais recentes.
Não, meu caro leitor. Ainda não me estou a referir à nova maioria de Matosinhos, bloco central de interesses, que resultou da “fusão” do projecto do PS, que se diluiu por completo, com o projecto do PSD/CDS, que se diluiu, da mesma forma. “Fusão”, essa, que acabou por dar origem a um novo projecto, sustentado em outros objectivos, princípios e valores e que, citando o antigo Primeiro-Ministro, António Guterres, resulta do “pantanal político”, que gerou uma nova maioria inspirada naquilo que, habitualmente, se vai designando por “bloco central”.
De facto, dois cenários diferentes se vêm constituindo. Por um lado, a extrema-direita, indirectamente, volta a “partilhar” o poder municipal. Por outro lado, pela primeira vez, na história recente de Matosinhos, ou se preferirmos, no Matosinhos democrático, o PSD e o CDS são poder.
E de uma forma muito marcante. Um vereador a tempo inteiro, dois administradores (um na Matosinhos Sport, outro na Matosinhos Habit) e ainda um pelouro do Desporto atribuído – esperemos que, com isto, as nossas colectividades desportivas ganhem mesmo muito pelo facto do Desporto passar a ser gerido pelo “bloco central”, através do vereador da ala já não sei se mais da esquerda ou da direita.
Sobretudo, depois de tantos terem dito que, caso eu vencesse as eleições, o Leixões poderia descer de divisão, espero que a nova maioria do bloco central garanta, de facto, que o Leixões não desça de divisão, tal como garanta que o Padroense não vai descer, que o Infesta não vai descer.
Do lado oposto a este cenário, estão, por isso, os eleitos dos órgãos municipais da candidatura “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”. No poder autárquico com sentido de responsabilidade, criatividade, elevação, tolerância e respeito pelas regras democráticas. Por Matosinhos. E pelos matosinhenses.

Narciso Miranda


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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Aos leceiros...

Quem, de algum modo, tem acompanhado o meu percurso, sabe que, fundamentalmente, ele está ligado à investigação, ao associativismo e à cultura. São áreas de que gosto, que me são particularmente caras e que representam uma enorme fatia da minha vivência.
Elvira Castanheira

Após a “Declaração de Intenções” que aqui fiz publicar a semana passada, podem os leceiros ter a certeza de que os sectores que atrás enumerei merecerão alguma especial atenção da minha parte. Dou, assim, continuidade ao que tem sido a minha vida, na parte que tem a ver com a entrega à comunidade.
Neste particular, a minha intenção é prosseguir o que sempre fiz: apoiar, estar presente, fazer, colaborar.
Posto isto, é óbvio que fico feliz quando alguém adere a uma das três causas que mais me motivam. Nesta vida cheia de esquinas, pode ser surpreendente mas não menos gratificante o anúncio público de quem quer juntar-se aos que de há muito se decidiram por um caminho inequívoco.
A investigação, o associativismo e a cultura precisam de todos e, tanto mais, se tiverem poder de decisão.

Não querendo parecer infundadamente céptica, fico todavia desconfiada quando estas chegadas a destinos novos são anunciadas com pompa, circunstância e alguma pitada de populismo.

A cultura, por exemplo, nunca deverá ser um comboio que já não se apanha em andamento. As carruagens terão sempre portas abertas, pelas quais se poderá entrar sem dificuldades, a não ser que o salto dado da plataforma tenha como único impulso o exercício deste ou daquele cargo. Nestes casos, cheira a gesto politicamente correcto (e, quiçá, preocupado) e não a adesão sincera e militante.

A vida ensina-nos que esperemos para ver e crer. Recuso os processos de intenções, do mesmo modo que tenho direito a sustentar uma margem de dúvidas, quando me parece exuberância a mais e sinceridade a menos. Quanto a mim, continuarei do mesmo lado da barricada, com convicções e por convicções, escusando-me a dizê-lo em momentos mais ou menos solenes, porque tenho passado que o prova e, seguramente, futuro que reforçará o que me guia e motiva.

Vamos dar tempo ao tempo.




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Defesa de valores e princípios

Passou, já, tempo suficiente para que possamos fazer uma avaliação mais pragmática do processo eleitoral que encerrou no passado dia 11 de Outubro.
As consequências são bem conhecidas: uma maioria na Câmara, sustentada nos valores e princípios cujos contornos são normalmente designados como “projecto do bloco de central de interesses” e que contribui, de uma forma incontornável, para o reforço do papel relevantíssimo que cabe aos eleitos da candidatura do Grupo de Cidadãos Eleitores “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”.

De facto, sem qualquer eleito de qualquer outra candidatura seria politicamente inaceitável se permitíssemos um projecto de pensamento único, com a agravante de ser suportado pelas empatias de ocasião e por objectivos cujos contornos são a face mais perversa e mais negativa da participação cívica e da defesa de uma ideia sustentada em objectivos de futuro para uma comunidade tão dinâmica como é Matosinhos.
Percebe-se pelos resultados eleitorais que a extrema-direita e a direita mais conservadora, normalmente afastada do poder de decisão em consequência do 25 de Abril e solidificada desde as primeiras eleições livres e democráticas para o poder local, em 1976, aproveitou agora a única oportunidade de concentrar o seu voto na única candidatura que deixou as portas abertas para aí puderem entrar.
Assim, a direita conservadora de Matosinhos aproveitou bem a oportunidade de transformar o seu voto em voto útil e, indirectamente, das mais diversas formas, partilhar o poder, pela primeira vez, após o 25 de Abril.
Os eleitos dos órgãos municipais da candidatura “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” estão neste processo autárquico com o mesmo sentido de responsabilidade de sempre e saberão defender, com criatividade, elevação, tolerância e respeito pelas regras democráticas que o voto popular estabelece o melhor projecto para Matosinhos.
E, por isso, terão sempre um comportamento responsável, mas intransigente na defesa dos seus valores e dos princípios que orientaram, desde o início, a candidatura.
Os sinais de intolerância, arrogância e mesmo de falta de respeito e consideração que atingiram os limites da má criação foram demonstrados no acto de posse.
Nenhum eleito do núcleo duro (eleitos do PS) da maioria do bloco central cumprimentou, sequer verbalmente, os outros eleitos da candidatura “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” que, discretamente, nos seus lugares, aguardavam o início do processo de tomada de posse.
Não admira, nem surpreende, que isso não acontecesse comigo, porque o ódio, a sede de vingança e a intolerância são bem visíveis há muito tempo.
Mas não era expectável, aceitável ou admissível que nenhuma das cinco personagens da candidatura do PS tenha sequer esboçado um gesto de cumprimento para com os outros eleitos da candidatura “NMMS”.
É por isso que, quando muitas vezes alguns daqueles que, desinteressadamente, aderiram ao projecto que liderei, me davam sinais de eu ser exageradamente exigente em questões de carácter, ficaram, agora, verdadeiramente chocados e impressionados com este intolerável comportamento.
Repito: não esperava, não espero, nem esperarei qualquer gesto para comigo, porque sei do ódio e da sede de vingança que move pessoas que me teceram, já, os mais incontidos elogios. Falta saber onde está a atitude hipócrita e perversa, se nos elogios do passado, se nos ódios do presente.
É por isso, que presto a minha homenagem e solidariedade ao comportamento de elevado sentido de respeito, humildade, tolerância e “fair-play” da Drª Ana Fernandes, do General Alfredo Assunção e da Drª Alexandra Gavina. Exemplos que, juntamente com outros como o dos doutores, Manuela Machado da Silva, La Fuente de Carvalho, Pereira Pinto e Orlando Magalhães, demonstram bem que este é um projecto sustentado nos mais profundos e nobres sentimentos de democracia, tolerância, abertura de espírito.
A estes, aos vereadores “ofendidos” e a todos aqueles e aquelas que protagonizam este projecto quero prestar a minha homenagem, pedindo desculpa por estas atitudes que nunca, nunca mesmo, lhes havia passado pela cabeça que existissem numa terra de liberdade, tolerância e solidariedade.
Afinal, nós todos cometemos o “crime” de sermos diferentes, defendermos a liberdade e avançarmos com o contraditório.
Narciso Miranda
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