quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Areia nos Olhos

Confesso que não aprecio sobremaneira o figurino em que assenta o programa radiofónico “olhos nos olhos” da Rádio Clube de Matosinhos, em que Narciso Miranda é a personagem principal. Principal e secundária...
Entendo, que esta forma de comentar factos, excluindo o contraditório – colocando-nos na situação de “consumidores” das suas palavras – abre as portas a um pecado que, acredito, no caso vertente não seja cometido. O qual se traduz na hipótese de que, possam ser encomendadas as perguntas e, preparadas as respostas, ficando assim comprometidas a espontaneidade e a surpresa, do entrevistador ao entrevistado – ingredientes desejáveis para uma audição apetecida.
Contudo, isto não me cega a ponto de não ver virtude onde ela exista.
O acompanhamento da emissão pela imprensa escrita, reflectia a tónica do discurso.
Discurso avisado quase sempre, sério sempre, obstinado em denunciar injustiças sociais, e portador de uma mensagem de esperança e optimismo, apesar das vagas alterosas em que procura levar a bom porto o barco, cuja tripulação rema sob o seu comando.
Não promove é a inteligente a cavalgadura, nem a modesto o pavão!
Até porque, Narciso sabe melhor que ninguém que, o que sendo jumento se julga ganso, quando for a saltar conhecerá a diferença...
Talvez, tendo presente a velha máxima “Roma não paga a traidores”, alguma comunicação social da terra começa já a tomar as medidas acautelatórias que entende adequadas. Como esta, por exemplo: “o espaço ocupado (nos jornais) é preciso para permitir outras intervenções...” .
Que espaço? Esse exactamente, o que era ocupado pela intervenção do, agora, proscrito comunicador...
E, já agora que intervenções – perguntar-se-á. Pois, as “relacionadas com a sociedade matosinhense”.
Ora, não sendo previsível que o espaço libertado venha a ser ocupado por “intervenções” capazes de complementar o que depois de 127 semanas de reprodução ainda ficou por dizer, aproveito a circunstância para proclamar, neste espaço, em exclusivo algumas verdades.
Desta vez, Narciso que sempre integrou as listas do PS concorre por fora.
Não é uma mera opção: é uma obrigação – obra dos actuais dirigentes do PS.
Não concorre contra os socialistas. Não foi Narciso quem se afastou do PS; os dirigentes socialistas é que o afastaram.
Concorre por Matosinhos. Como ontem. Como hoje. Como sempre!
Matosinhos Sempre – é, acertadamente o lema desta campanha.
Sempre por Matosinhos. Sempre com os matosinhenses!

Heitor Ramos Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PS - Eleições: Mais uma vitória da abstenção!

Em Abril do ano em curso, nas colunas deste semanário, salientei o significativo número de militantes do PS que “ficaram em casa, alhearam-se completamente das eleições para a concelhia de Matosinhos, não votando, ou foram para a praia, ou para a piscina, ou foram, pura e simplesmente dar um passeio com a família”. De facto nessas eleições realizadas nos primeiros dias de Abril, apenas votaram 39%, sendo certo que os restantes 61% disseram: Não, não vou votar.
Mais recentemente, na semana passada, salientei que nos Açores o “Partido da Abstenção” teve “melhor” votação - 53,2% do que o grande vencedor das eleições, que foi o PS com cerca de 50% dos votos.
Este fim-de-semana realizaram-se as eleições para as estruturas distritais do PS.
No distrito do Porto apresentaram-se três candidaturas. Espectável por isso, que a motivação crescesse com mais militantes a votar.
Enganaram-se os mais optimistas. Eu próprio me enganei. Afinal dos cerca de 18 000 militantes apenas votaram 5 974. Um terço. Em cada três militantes do distrito, dois disseram: Não, não queremos votar.
Bem se esforçaram os homens do aparelho socialista. Compreende-se!
Antes de mais, tanto esforço traduzido na forma como insistentemente foi pedido o voto aos militantes, constitui o reconhecimento de que as hostes se encontravam manifestamente desmobilizadas.
Porque, quando a confiança está em alta, quando o objectivo comum é a estabilidade do partido, quando a prática política dos seus dirigentes coincide com as necessidades dos seus militantes, estes valores – reveladores de um estado de alma sadio e, com nobreza - simplesmente emergem. Entusiasmo, e participação eleitoral activa, não se atingem por encomenda! Nem por convite! Nem sequer por aliciamento, como acaba de ser demonstrado!...
E, foram múltiplos os expedientes utilizados. Alguns, verbais e presenciais. Destes, não há registos, a não ser os testemunhais. Mas, há mais.
Os que assentam nas novas tecnologias: E-mail, ou SMS – e estas ficaram registadas. É assim indesmentível a sua ocorrência. Nada que deva ser escondido, nem nada que não possa ser revelado. Afinal, são recursos perfeitamente legítimos e, potencialmente eficazes... quando a causa social é reconhecidamente válida.
Se as refiro é apenas para sublinhar o extremo zelo, cuidado e perseverança posto pelos aparelhistas ao serviço de uma causa, que – são os números que o dizem – se saldou em completo fracasso (salvo raríssimas excepções, claro). Não foi pois por aqui que a coisa emperrou. E tenho boas razões e, boas provas, para desta forma me manifestar.
Só no meu telemóvel, na circunstância, “caíram”, pedindo-me o voto, mais de uma dúzia de mensagens. Sem êxito. Sem motivação para tanto, associei-me aos faltosos!
O Sábado gerou em mim outras motivações.
Reafirmo, contas feitas, mostra-se que em cada três militantes, dois deles, pura e simplesmente, ignoraram estas eleições.
Sinais dos tempos - dirá o leitor. Afinal, isto vai acontecendo um pouco por todo o lado, tenho de concordar com esta avaliação. Mas sejamos claros: há cada vez mais uma incontornável indiferença dos cidadãos e agora, comprovadamente dos militantes anónimos do PS.
Ausência e alheamento colectivo: muito mais do que a fotografia revelada de uma situação preocupante, estes resultados são um claro sinal de que, ao nível do aparelho do PS há quem não entenda que, um partido só é grande se a sua base de apoio for estável, consolidada e participativa.
Nenhum partido – por mais fortemente que esteja representado nos órgãos de poder – resiste a uma erosão continuada, ainda por cima com origem no seu próprio seio. E, os militantes são a própria seiva que alimenta a folhagem onde se acoitam responsáveis e alguns procuram esconder erros directivos. Por isso, os militantes do PS – gente boa, honrada e generosa – entendem cada vez mais, a necessidade de controlar intervenções.
E até, muitos deles, iniciaram já o processo de exclusão.
Muitos, correm já por fora. Para, todos juntos defendermos as causas do PS e fazermos crescer a alma socialista! Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Joaquim Letria, Versus Narciso Miranda

Joaquim Letria escreve sobre Narciso Miranda.
Foi há dias no Jornal 24 Horas. E, onde está a notícia ? – perguntará o leitor. Afinal, as páginas dos jornais todos os dias nos dão conta de jornalistas a escrever sobre figuras públicas. Não é o facto de ser o 24 Horas. O Expresso, por exemplo, afirmava num dos seus últimos números que Narciso estilhaça o PS no Porto – o que não sendo uma “não – notícia”, não constituirá uma notícia. Até porque, o PS dispensa que o estilhacem. A desastrada política socialista e a conduta de alguns dos seus dirigentes vai acabar por estilhaçá-lo! A referência de Joaquim Letria a Matosinhos e a Narciso, na sua habitual rubrica “25ª Hora” surpreende. Há quanto tempo Matosinhos, não aparecia nas primeiras páginas dos jornais de referência nacional?
E, o que diz de Narciso, este prestigiado jornalista?
Diz que, “o PS aproveitar Narciso e mostrar-lhe o devido respeito é que não faz!” E diz mais: “Se a Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre ganhar vou lá eu dar um abraço a Narciso. Podem crer! Até porque Matosinhos é uma das cidades onde melhor se come em Portugal”.
Podes vir, Joaquim. Tens é de trazer algum trocado. Porque, banquetes a cinco euros, não vais encontrar. Se tivesses vindo àquele comemorativo dos três anos, ainda podia ser. Se viesses, contigo, seriam 1701 os comensais. Não sei é se lá cabias, já que a fazer fé em alguns relatos, os 1700 preenchiam completamente a sala. As mesas é que parece que não! E, tu meu caro, até ocupas algum volume, não és propriamente um fuso. E ias sentir a mais desassombrada promiscuidade entre interesses pessoais, partidários e até, calcula tu, do Metro que nem era para ali chamado!
Vem a Matosinhos, sim meu amigo. Vais gostar. Tens é de ter cuidado nas passadeiras. Algumas foram equipadas com mecos, pela calada da noite – diz quem viu - tens de fazer algumas gincanas e, a agilidade poderá não ser o teu forte! Num dia de azar, se fores assaltado, e fores fazer queixa à polícia pode ser que o teu carro tenha sido rebocado ... pela polícia. Aqui, os polícias estão muito mais atentos aos parquímetros do que aos assaltos. Feitios!
E, se precisares de utilizar o Metro, e quiseres ir da Senhora da Hora ao Hospital de S. João tens de esperar a próxima carruagem. Que passa lá para 2018, diz o Lino, o tal ministro “inscrito na Ordem”. Vá lá que desta vez, não disse jamé, jamé, jamé! E, naquela estação, se chover estás lixado. Nem uma cobertura sequer. E se precisares de uma casa de banho, é que são elas. Não há. Avisa antes, que, muito perto está a sede Junta de Freguesia e, pode ser que o presidente Alexandre providencie no sentido de te ser facultado o acesso a uma das existentes no edifício.
Uma advertência gastronómica: por esta altura do ano, o “Mar à Mesa” está fechado. Também podes caminhar melhor a pé, já que não tens aquelas barracas montadas nos passeios. Mas se fizeres questão de corresponder aos apelos feitos pela Câmara – sempre ajudas a optimizar o investimento publicitário – tens de esperar lá para Maio, quando canta a poupa. Seria antevendo isto, que, o Adriano cantava Manuel Alegre:
“Quem me dera em Maio, ó meu irmão tão longe”

Heitor Ramos Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Banquete dos três anos

É perfeitamente normal – todos o sabemos - que, num grupo de pessoas que resolve sentar-se a uma mesa em alegre convívio, alguém, mais animado, destoe dos restantes, falando de forma desacertada, desinibida, frontal e inconveniente. Encurtando explicações, falando demais…
Por mais sóbrios e responsáveis que sejam os convivas, a mais um copo, a mais um brinde, há sempre alguém que não resiste, há sempre alguém que diz sim…
Se tal desinibição resulta da influência de Baco, Deus do vinho e da folia, ainda por cima amante da paz, não posso, em consciência, assegurar. Sei, isso sim é que já o Aleixo cantava assim:

“O vinho com seus efeitos
sabe atirar por capricho
vaidades e preconceitos
para o caixote do lixo”.


Claro que, pode entrar-se numa dessas, sendo-se abstémio, bebendo-se apenas água, ou sumo de frutas. Ou nada! Pode, mesmo assim, entrar-se na onda, como se sabe. É tudo uma questão de feitio, ou de jeito, ou de disposição. Ou de conveniência circunstancial!…
Mas, há jantares e…jantares. Há aqueles em que as pessoas se inscrevem e pagam um preço lógico, sendo que esta “lógica” resulta da percepção de custo, que todos temos dos alimentos. Por exemplo, banquetes a cinco euros, são, nos dias de hoje uma miragem. É que, já não há assim muitos sítios onde se jante por este preço. Atenção, não estou a falar do bitoque, ingerido rapidamente de pé, ao balcão. E, mesmo assim!…
Tal como se diz das bruxas, também não acredito nelas, mas que as há, há…
Como por exemplo aquele “enorme” jantar realizado há dias em Matosinhos por ocasião do terceiro aniversário das últimas eleições autárquicas.
Consta, que aquilo ficou a cinco euros por bico!…
Como nem é em bruxas, nem em milagres deste tipo que acredito, acredito que alguém teve de pagar, ao fornecedor, a diferença. Elementar, meus caros.
A questão está em saber-se quem pagou. Atendendo ao caracter oficioso da cerimónia, pode ter acontecido que o próprio leitor aí de onde está - e sem sair de casa - tenha contribuído, sem querer, para saciar aquela imensa mole humana. Isto é, que alguém, com poderes para tanto, tenha recorrido ao saco sem fundo dos contribuintes para satisfazer a demasia.
Provas, não as tenho; mas, tal como a mulher de César, não basta ser-se sério. É preciso também parecê-lo. E, seria oportuno e bem vindo, da parte de quem controla estas contas, um esclarecimento público sobre a coisa!
E já agora que fosse também capaz de explicar a fórmula matemática adoptada para contabilizar o número de presenças. É que, conhecido o número de filas, e conhecido o número de cadeiras por fila, a multiplicação destes dois membros apresenta um resultado que fica algumas centenas abaixo dos 1700 - admitindo que nenhum se sentou ao colo do outro… - que “abraçaram” o “melhor candidato para Matosinhos”.
Isto, nas desastradas declarações de proeminentes figuras políticas que lá se deslocaram, para aquele abraço, que alguns jornais atentos, veneradores e obrigados se apressaram a divulgar. Será assim?
Ou será que, o Deus Baco andou mesmo por lá?

Heitor Ramos Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

O Sinal que vem dos Açores

Confirmaram-se as previsões.
As eleições para a Assembleia Legislativa Regional Açoriana vieram dar razão às sondagens mais credíveis. Alguma diferença, é verdade, mas no essencial – a vitória do PS – aconteceu. Sem surpresa, mau grado o desgaste sofrido com os muitos anos de governo.
A falta de carisma do líder da oposição terá contribuído de alguma forma para este resultado. Apesar da evidência do esforço feito por este para inverter a situação.
Poderá fazer-se a extrapolação destes resultados para o cenário da política nacional?
Neste julgamento, nem todos estarão de acordo.
Que os Açores, aliás como a Madeira são realidades políticas muito diferentes do espaço continental, ninguém duvida. Quaisquer avaliações, neste domínio, devem ser feitas à luz das suas particularidades.
Mas há, em minha opinião dois factos que merecem especial atenção.
O primeiro tem a ver com o desinteresse de boa parte da população.
Com efeito, uma abstenção superior a 53% não abona muito a favor do entusiasmo dos eleitores num acto cívico de profundo significado e alcance social, como a escolha do governo e legisladores dos seus próprios destinos.
O segundo, decorre daquilo a que podia chamar-se a polarização, ou seja o descontentamento à esquerda e à direita, traduzido no crescimento dos pequenos partidos concorrentes.
Recorde-se que na Ilha do Corvo, um pequeno partido – o PPM – conseguiu eleger um deputado. Nada de extraordinário, entenda-se. Se o refiro é apenas para acentuar a fundamentação do que trago à consideração dos leitores.
É dos livros: numa democracia consolidada, o crescimento dos pequenos partidos é, antes de mais, uma consequência do não funcionamento do mecanismo do voto útil. Não existindo – como na verdade não existe - uma alternativa forte, a força de atracção dos principais partidos da oposição diminui, favorecendo as pequenas formações.
E a razão é simples: libertas de compromissos do passado, apresentam sociologicamente um discurso mais sedutor. Já nas eleições intercalares de Lisboa este fenómeno tinha feito o seu caminho.
Mas há, acima de tudo uma outra questão que os homens dos aparelhos partidários deviam considerar: é a deserção, ou mesmo a aversão, pela causa política por parte dos novos eleitores.
Sei que são complexas as razões, mas até hoje ainda não se viu por parte dos dirigentes partidários qualquer acção que vise inverter a tendência que se acentua a cada acto eleitoral. Que me lembre, só o Presidente da República chamou à atenção para a alergia dos jovens em relação à vida cívica e política. Creio que a explicação para o fenómeno não está na aplicação das fórmulas eleitorais, nem tem a ver com o carisma dos candidatos.
Tem a ver – isso sim - com a ausência de obra feita e falta de rigor no exercício do Poder.
Os argumentos que imperaram em eleições anteriores esvaziaram-se completamente aos olhos dos jovens. No momento presente, sendo outra a dinâmica, devia ser outra a política de incentivo e motivação.
Assim, não vamos lá! E o pior é que, os jovens que hoje ficam em casa são o futuro.
Encolhidos, é que não gostaria de vê-los! Exactamente por isso, eu já me libertei…
Voltando às eleições nos Açores, o PS manteve a maioria absoluta com 50% dos votos contra os 57%, e menos 15 000 votos, conseguidos há quatro anos. Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quando quem vence é a abstenção...

O “Partido da Abstenção” foi o grande vencedor das eleições que se realizaram nos Açores. De facto a abstenção, que ultrapassou os 53%, foi mais forte que o PS que ganhou, estas eleições, com 50% dos votos.
Esta situação não retira qualquer legitimidade à renovação da maioria absoluta do PS que ficou abaixo do limite psicológico dos 50 % dos votos, dos Açorianos, que decidiram votar.
No entanto, quando mais de metade, 53,2%, dos eleitores decidem não votar, há razões profundas para, com preocupação, analisar os motivos deste alheamento, desmotivação e afrontamento da vida política, dos partidos e mesmo da actividade cívica.
Podendo cantar vitória, não tem o PS grandes razões para euforicamente festejar.
A vitória nas eleições regionais dos Açores, por margem confortável, não chega para esquecer a acentuada descida verificada na votação deste Domingo de Outubro. Comparando estes, com os resultados de 2004, constatamos uma queda de 7%: 57% antes; 49,96% agora.
Regista portanto, o Partido Socialista, significativa descida, também, em número de votos e de mandatos na Assembleia Legislativa Regional: em 2004 conseguira 60 140 votos e 31 mandatos (em 52 possíveis) e agora contaram 45 070 votos, a que correspondem 30 deputados (em 57 possíveis).
Perder mais de 15 mil votos dá para pensar.
Por seu turno, os partidos da oposição vão fazendo as suas leituras e tirando conclusões. Se, para o PSD, o resultado é “particularmente mau”, já para o CDS-PP, esta votação representa “um crescimento sólido e sustentado do partido” e “um desmentido, claro e cabal de quem achava que a política nos Açores era feita pelos partidos do Bloco Central”.
Temos depois o Bloco de Esquerda, a assumir-se como a quarta força política - 3,3% dos votos e dois mandatos conseguidos – e a CDU, com 3,14% a recuperar (um lugar) na representação parlamentar. De assinalar também a eleição de um deputado do PPM na Ilha do Corvo – facto histórico para este partido.
Conclui-se assim que, o Parlamento Regional mantém a maioria Socialista, mas passa de três para seis forças políticas representadas.
Por último, quero enfatizar e colocar como facto relevante, a enorme abstenção, como já salientei: 53,2% é muito, mesmo muito! É mau, mesmo muito mau.
Mais de metade da população, pura e simplesmente absteve-se! Pode colocar-se uma interessante questão:
Quem ganha, quando o vencedor é a abstenção?
A primeira leitura é clara. O eleitorado transmite uma mensagem aos políticos que se envolvem em tricas estéreis, aos partidos que se digladiam e aos seus agentes que, colocam como prioridade interesses meramente partidários e, não raras vezes interesses pessoais...
É um verdadeiro cartão vermelho directo, implacável, frio e determinante que corresponde a uma mensagem clara: “não confio, não confiamos” nos aparelhos partidários.
Os partidos e, em especial, os seus aparelhos ao invés de irem ao encontro das pessoas escondem-se delas. Os resultados são óbvios.
Estas eleições marcaram o arranque de um ciclo eleitoral em Portugal.
José Sócrates afirmou no maior comício do PS/Açores, durante a campanha eleitoral que, o resultado destas eleições “será também um sinal dos Açores para a política nacional” e repetiu-o ontem.
Ora, a confirmar-se a previsão do líder Socialista, teríamos uma acentuada descida do PS, e uma marcante subida da abstenção nos próximos actos eleitorais. Isto é, o PS, poderá ser castigado e, os partidos globalmente, cada vez mais, desprezados pelos eleitores.
Felizmente que ainda resta a muitos portugueses a opção por candidaturas desalinhadas de mesquinhos interesses dos aparelhos.
É que, em política, em democracia, há mais vida para além dos aparelhos partidários. Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Um Projecto de Cidadania

Foi só meia surpresa. A outra meia já tinha ocorrido. Foi quando senti a extraordinária adesão de elevado número de cidadãos a uma causa, cujo objectivo comum é a elevação de Matosinhos em todas as suas vertentes sociais. Já nessa altura, há alguns meses, quando me falaram em integrar uma Associação Cívica autónoma, livre e independente, os sinais de uma aceitação generalizada eram evidentes. E, as razões eram perfeitamente fundamentadas, acrescentavam os seus mentores. Havia, e era indisfarçável a crescente perda de influência política, a manifesta redução da capacidade reivindicativa e o quase eclipse do nome Matosinhos nos principais meios de comunicação social. O alheamento noticioso às visitas oficiais de destacadas figuras políticas, confirmava no plano nacional aquilo que já há muito por cá era sentido. Estes factores conjugados, apontavam para a necessidade de uma resposta que preparasse, ou criasse condições para uma inversão de rumo da política autárquica em curso.
Retomar o Rumo: eis em síntese o objectivo que norteou largas dezenas de cidadãos que com esse propósito declarado me convidou a integrar o grupo.
Ora, sendo eu um homem de causas, e sendo também um homem de luta, não podia deixar de aderir. E fi-lo com a plena convicção de que, é esta uma forma de exercer cidadania, de estar mais próximo da população, de poder corresponder aos seus múltiplos anseios. A circunstância de serem diversos os estratos sociais, variadas as faixas etárias e, dividida (ou quase) a percentagem de sexos – as mulheres constituem 39% do número de sócios fundadores - são a garantia, e o sinal seguro e certo de, que, esta Associação Cívica será nos tempos mais próximos um baluarte na defesa dos interesses comunitários. O toque a reunir encontrou amplo eco em todas as franjas sociais. Ainda em embrião, foi preciso dar-lhe um nome. E foi dado.
Chama-se Narciso Miranda Matosinhos Sempre. Foi preciso formalizá-la juridicamente, conferindo-lhe o estatuto de personalidade jurídica. E foi formalizada.
Foi preciso, para complementar os pressupostos legais previstos para este género de sucessos, mais alguns passos junto das instâncias oficiais. E, foram dados. Foi necessária uma Assembleia Geral em que os sócios fundadores - uma centena - elegessem os corpos sociais. E foi realizada.
Cumpridas pois as formalidades requeridas por Lei, chegou o dia de dar a conhecer à Imprensa sua existência.
Esse dia chegou - dia 15 de Outubro. E aqui está a meia surpresa de que falo ao abrir esta crónica. A sala escolhida pela organização para acolher jornalistas, sócios, amigos e simpatizantes revelava-se pequena, ainda antes de iniciada a cerimónia. Na circunstância tentou-se ainda a cedência de uma sala mais ampla. Satisfeito o pedido dentro dos condicionalismos naturais, não houve mesmo assim lugares sentados. Ficar de pé, ali ao fundo da sala, aconteceu a muitos cidadãos. As palavras que ali foram ditas, os objectivos anunciados, os meios, os apoios e sobretudo a certeza de que estamos em presença de uma força propulsora de uma candidatura mais que anunciada, assumida e confirmada, não puderam deixar de calar bem fundo no íntimo de todos os presentes. Isto sou eu que o digo, e vale o que vale – responderão muitos de vós. Pois, caros leitores, estejam atentos às próximas iniciativas. Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Visitantes confundidos

Muito mais cedo do que seria de esperar, aí estão confirmados, preto no branco, alguns episódios, cuja ocorrência previ nestas colunas. Era inevitável. A surpresa está apenas no desnorte e, na inquietação dos aparelhos partidários. Tenho dito - e aí estão os factos a dar-me razão – que Matosinhos seria visitado por personalidades políticas diversas, que aproveitariam a circunstância para dissertar sobre tudo, sem terem em conta o que objectivamente desconhecem: a verdadeira situação da comunidade matosinhense, os gastos públicos, e o verdadeiro sentir da população indefesa, desapontada, desiludida e farta de desconsiderações.
Enredados na teia do poder partidário, esquecem uma verdade insofismável: o povo, em última análise, é o verdadeiro juiz nestas causas. Juiz inapelável, há que acrescentá-lo. Não há truques oratórios, nem obras virtuais, nem inversão de factos que suplantem as razões de uma decisão eleitoral. Adiantar hipóteses, formular desejos e, efectuar juízos de valor, antecipando resultados e consequências, revelam completo distanciamento do que é a realidade local em termos de tendência eleitoral.
Uma simples consulta aos resultados de sondagens credíveis e sustentadas, mostrariam aos incautos visitantes - por mais prestigiada que fosse a missão e, mais mediática que fosse a operação - o erro em que incorrem. Compreende-se o esforço.
É que, quem escolhe os candidatos é o aparelho partidário. São os seus dirigentes, que conjugando realisticamente múltiplos factores optam e, indicam a candidatura a considerar. Que, pode até não ser a que os militantes de base desejam e muito menos os eleitores.
Sensibilidade, dimensão política e profundo conhecimento da realidade: eis os ingredientes de uma boa opção e, de uma decisão acertada. Valores, que os militantes dos partidos, têm todo o direito de ver respeitados. Em todos os partidos.
No PS também.
Claro que os seus militantes sabem muito bem que, quem elege os seus representantes é o povo. Soberano, no tempo certo, livremente, decide. Por isso os aparelhos escolhem candidatos, os cidadãos decidem quem querem para presidente.
De resto, cabe aqui registar uma originalidade. Ainda antes de uma escolha confirmada, aparecem cá por Matosinhos completamente isolados, alguns agentes avançados de uma orientação política que não influenciam - quais pescadores de águas turvas - a lançar sugestões, a equacionar cenários, a revelar candidatos…
E, aproveitam avidamente todas as oportunidades, mesmo que as circunstâncias nada tenham de propício. Afinal, a missão que os traz a Matosinhos não é exactamente aquela, pela qual, a sua vinda fica conhecida!
Desperdício de tempo e, de dinheiro?
Tanto não, vá lá. Ao menos, os cidadãos ficam a conhecê-los melhor.
Eles vêem cá com todo o direito e legitimidade. Não trazem nada. Mesmo nada, É o aparelho a dar sinais que está a tentar cerrar fileiras. As fragilidades são óbvias.
A festa até correu como o previsto. Os convidados iam para um jantar “oficial de comemoração”. Normal. Afinal as comemorações também se festejam. Os convites foram feitos de forma inequívoca, vindos de vereadores, administradores, adjuntos, secretários e alguns dos chefes da megalómana macro estrutura: “é um jantar oficial de comemoração”. Só que os convidados, indefesos, de boa fé, encontraram um jantar partidário e os discursos dirigidos aos convidados desfizeram todas as dúvidas “ Caros camaradas…”. As pessoas olhavam-se, davam sinais, agitavam-se e interrogavam-se. Pois é… nada é como dantes. Agora vale tudo e… lá se despeja o rigor e o espírito republicano na sarjeta.
O “programa”, está agora no início. Perfilam-se já outras visitas renovadas. Outros artistas, acolhidos pelo poder local, vão manifestar os seus propósitos, divulgar as suas escolhas, levar a cabo os seus números. Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

“Vivemos tempos difíceis” – Duro diagnóstico de Cavaco

Ainda não se apagaram os ecos do discurso do presidente nas comemorações dos 98 anos da implantação da República.
A mensagem séria e avisada que a todos transmitiu, com natural incidência nos “agentes políticos” não resolverá certamente os problemas globais da sociedade – nem seria de esperar que assim fosse.
Foi, no entanto, um contributo para um alerta profundo à classe política sobre as responsabilidades e os deveres que, os seus agentes têm para com os portugueses.
É que, as suas palavras foram tão precisas, tão sensatas, tão cirúrgicas, tão a propósito, que até o aparelho de Estado se viu na obrigação de declarar-se solidário no propósito, e convergente na apreciação.
“Consonância perfeita” – disse-se na circunstância. Divergências, não as encontrou o poder. Ou, pelo menos não se deu conta delas. E, no entanto, elas existem...
Enquanto o Presidente, diz, preto no branco, que “Portugal tem registado fracos índices de crescimento económico”, o chefe do governo fala em “desenvolvimentos muito importantes ao longo dos últimos três anos”.
Enquanto Cavaco, de forma directa e desassombrada reclama como imediata prioridade a atenção aos necessitados e, trata a pobreza e a miséria pelos nomes, Sócrates afiança que “nestes últimos três anos, saíram da pobreza mais de 130 mil idosos” e, acrescenta que “o Governo não só fez como está a fazer tudo para tirar mais pessoas da situação de pobreza”.
Enquanto o supremo magistrado da nação constata que “ainda não invertemos a insustentável tendência do endividamento externo”, o chefe do executivo assegura que “há três anos atrás Portugal tinha uma gravíssima situação financeira, mas agora já não temos o mesmo problema...”.
Enquanto se exige que o Estado “seja rigoroso e ponderado no uso dos dinheiros públicos e que os impostos sejam justos e razoáveis”, espera-se que exista “energia e ambição no sentido de que sejam enfrentadas as dificuldades não apenas portuguesas, mas de todos os países europeus e dos Estados Unidos”. Também aqui o governo preocupou-se em manifestar concordância. Não se trata de declarações dispersas e desencontradas no tempo, mas sim afirmações em jeito de comentário/resposta ao que Cavaco Silva transmitiu a 5 de Outubro.
Diagnosticado o mal, e apontado o rumo, há que corrigir a rota – pensarão os portugueses: fórmula simples e, de aplicação universal.
A política que se ajusta a este plano está pois definida. E, não só ao mais alto nível da Administração Pública. Também o poder local precisa de energia, criatividade e competência. E de capacidade reivindicativa.
É necessário, também ao nível de poder local, rigor e ponderação no uso dos dinheiros públicos evitando gastos supérfluos e sinais de ostentação.
A questão está agora em saber-se quem são os cidadãos capazes de tornar efectivos os anseios da população. Poucos, a não ser os próprios, acreditam nas cúpulas dos aparelhos partidários, desacreditados, insuficientes e incapazes. Os fiéis militantes dos partidos, porém, não desistem. Sabem que, entre eles – os de base - “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz, Não”. Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Presidente, a riqueza de alguns, e a miséria de muitos

5 De Outubro de 2008.
98 Anos após a proclamação da República Portuguesa, o cenário internacional caracteriza-se por um profundo terramoto financeiro cujo epicentro localizado do lado de lá do Atlântico provoca, em todo o mundo, ondas de choque que atentam contra os diques da economia europeia ameaçando submergir os mais fracos. Tentando estancar a hemorragia, os americanos lá vão ensaiando soluções, que, em boa verdade, apenas adiam o colapso. Fatal, como o destino! A desastrada política levada a cabo pelos poderosos da Terra, nos últimos anos, aí está a marcar os nossos dias.
É neste quadro, que, na cerimónia das comemorações da nossa República, o senhor Presidente profere um dos mais lúcidos e arrebatadores discursos jamais ouvidos pelos portugueses. A denúncia de situações de pobreza extrema – facto que, desde há muitos meses aqui venho trazendo – revela, por parte de Cavaco Silva, tamanha frontalidade e objectividade, que só não terá até causado surpresa em certos meios, porque, reforçam tão só, posições por ele, já assumidas.
«Nascem novas formas de pobreza e exclusão social, e, em paralelo, emergem chocantes disparidades de rendimento», há «muitas famílias que sentem dificuldades para pagar os empréstimos que contraíram para comprar as suas casas», «idosos para quem a reforma mal chega para as despesas essenciais», «jovens que buscam ansiosamente o primeiro emprego», desemprego crescente e afastamento progressivo «dos níveis de prosperidade e de bem-estar dos nossos parceiros europeus» - eis algumas contas do rosário de amarguras que o Presidente desfiou. E fez um sério aviso à governação: que, «o que é vivido pelos cidadãos, não pode ser iludido pelos agentes políticos».
Alguma novidade? Absolutamente nenhuma. São verdades irrefutáveis.
Tanto a existência da miséria generalizada, com a tentativa – infrutífera, há que reconhecê-lo - em escamoteá-la.
As profundas disparidades entre as diferentes regiões também mereceram o reparo Presidencial. A insustentável distância da capital, em termos de investimentos para obras públicas é vergonhosa. Regiões do país há, que são ignoradas. Outras, que, pura e simplesmente são desprezadas.
O Norte, por exemplo. Se, das visitas aqui efectuadas pelos titulares dos cargos públicos, na sua cruzada a favor da capital, tivessem, ao menos sensibilidade política, para “adivinhar” o que vai na alma deste povo, cada vez mais deprimido, cada vez mais definhado, cada vez mais revoltado, algum proveito social daí decorreria.
Mensagens sérias, avisos ponderados, orientação bem marcada.
O governo, ao mais alto nível, logo afirmou que há “consonância perfeita” entre o Presidente da República e o Governo! Claro…que bem entendo esta afirmação…
Em tudo o que disse o Presidente? Que ideia! Só naquela parte em que Cavaco Silva apela para que o país se mobilize e ”não baixe os braços”.
Claro que o povo não baixa os braços. Levanta-os bem alto, para resistir às dificuldades da vida.
E, eu dou-lhes também o meu. Por princípio! Por solidariedade! Por dever! Para que o PS se cumpra!
E por cá, por Matosinhos, ainda vão continuar a acusar-me que só sei falar nos «coitadinhos» numa referência insultuosa para os mais desprotegidos e excluídos do sistema? Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O Colapso financeiro e a visão do ministro

É um dos mais recentes desenvolvimentos internos da crise financeira internacional.
O ministro da economia, Manuel Pinho, perante uma plateia de empresários acaba de anunciar que o mundo da prosperidade finou!
E disse mais. Que ele, já sabia que ia ser assim!
Citando o profeta proclamou que “... o facto de se exportar mais para a Suíça do que para a China, bem como a alta do preço do petróleo, dava a entender que vinha aí a actual crise financeira...”.
Tiradas deste tipo, induzem a argumentar contra a forma de agir do governo que parece orientar-se por previsões, e não por necessidades e possibilidades reais.
Há precisamente um ano, por alturas da apresentação do OE para 2008, o ministro da Economia personificava o optimismo. O governo afirmava que Portugal, em matéria de finanças “vendia” saúde! Aos que pediam para que se atentasse nos sinais evidentes de degradação do clima financeiro mundial, respondia o Primeiro-Ministro com números estatísticos demonstrativos da evolução favorável da economia Portuguesa. E, o pior é que o chamado agente económico agia - ou passou a agir – em conformidade com o optimismo oficial!
Há seis meses, já não podendo ignorar a crise instalada, dizia José Sócrates, e repetia Manuel Pinho, que Portugal escaparia porque estava melhor preparado para resistir, e que os resultados do crescimento económico – escassas décimas de ponto acima das perspectivas – eram a prova irrefutável de que o País com este governo estava ali para o que desse e viesse...
Agora, o mesmo Ministro lançando o seu olhar reflexivo sobre o que se vendeu para a Suíça, e que a China não comprou, revelou o que a sua aguda percepção sempre lhe indicou mas que guardou para si: o colapso era inevitável! Acabou-se o que era doce!
Desde há longos meses venho alertando para o excessivo optimismo governamental.
Chamei a atenção para o que sempre me pareceu inadequado à nossa economia, ou seja o estímulo ao aumento do consumo.
Reprovei a propaganda, que se sobrepunha ao fomento efectivo das actividades produtivas.
Insurgi-me contra o aumento da carga fiscal, que fez diminuir a capacidade de reacção das empresas.
Condenei o “pujante” programa das Obras Públicas - não consensuais - porque acentuam desequilíbrios e assimetrias populacionais.
Não concordei com o desvio da pequena poupança de instrumentos seguros – como eram, por exemplo, os Certificados de Aforro – para produtos de alto risco.
Sejamos sensatos! Sejamos realistas! Não tenhamos medo das palavras!
Assistimos à corporização da mensagem cor-de-rosa.
E, não é o Ministro Manuel Pinho a fazer o número de profeta da desgraça.
Perante esta situação o que pensará – e já agora como reagirá – a grande maioria dos portugueses que nunca sentiu os tais tempos de prosperidade cujo fim acaba de ser decretado pelo governo? Para ler este texto na íntegra, clique aqui.