domingo, 30 de dezembro de 2007

Notas Soltas

Adeus 2007, viva 2008

1 – Está terminado o ano 2007. Um ano de equívocos, contradições, novidades, coisas boas e também algumas más. A nível internacional o sistema complexo que se respira em várias partes do mundo gerou guerras, destruição fome e também alguns passos seguros, tímidos na resolução de conflitos. Hugo Chaves não conseguiu criar as condições para alterar o mecanismo constitucional que lhe daria mais espaço de manobra.

O presidente do Brasil, Lula da Silva, conseguiu, no meio do turbilhão de acusações muito características no Brasil, solidificar a sua liderança e dar passos seguros no combate à fome e à exclusão. É claro que sobre esta matéria tem ainda muito caminho a percorrer.

Em Cuba os cubanos não só não se libertaram de Fidel Castro, cuja sombra continua a cadenciar a gestão deste País, como continuam divididos relativamente a esta figura carismática e emblemática, mas, todos unidos contra os Estados Unidos da América que depois de humilhados não mais deixaram de perseguir este povo sofredor.

Em França depois de grandes convulsões entre uma figura da área socialista muito simpática e o pragmatismo de Sarkozy optaram por esta via que face aos primeiros meses de liderança parece devolver à França o orgulho de se ser francês.

O mais popular tenor italiano da segunda metade do século XX, Luciano Pavarotti, deixou de nos fazer vibrar com os seus concertos.

No Iraque a destruição devastadora continua imparável e, a grosseira mentira dos americanos e de outros líderes europeus que justificou a invasão deste país, continua impune, num acto de chocante hipocrisia internacional.

Algumas notas deste mundo problemático, conflituoso em que à destruição se sobrepõe alguns passos mais humanizados, no Paquistão Musharraf vai resistindo, não se sabe por quanto mais tempo, sobretudo agora com o bárbaro assassinato de Benazir Bhutto, que no regresso do exílio disse no Paquistão “que regressava para estar com o seu povo na vida e na morte”.

Por último Bin Laden continua vivo com esporádicas mensagens que constituem o maior gozo de todos os tempos a um presidente americano.

Por cá as figuras marcantes são incontornavelmente Durão Barroso e José Sócrates face ao êxito conseguido durante a presidência portuguesa da União Europeia.
Por outro lado o profundo impulso reformista do governo de maioria PS e o apoio conivente do professor Cavaco Silva são os dados mais relevantes do ano que termina. No entanto os aspectos mais negativos de 2007 são o drama do desemprego, a falta de oportunidades que os jovens encontram quando procuram trabalho, os chocantes níveis de pobreza, o agravamento da exclusão social e o aumento do crédito à habitação está a provocar situações desesperantes. Por outro lado a diminuição do poder de compra da classe média está a mexer alicerces desta faixa da população que pode abalar o “edifício” nacional.

O norte, perdeu, incontornavelmente, capacidade de influência, capacidade crítica e o empobrecimento é absolutamente evidente.
Na área metropolitana do porto as figuras marcantes da última década remeteram-se a um estratégico intervalo de um jogo que neutralizou a capacidade de afirmação de uma área metropolitana que deixou de ter voz.

Cá por Matosinhos a estratégia da política autárquica foi alterada desvalorizando o investimento a favor de outras orientações. A festa, a animação, e sobretudo a dependência anestesiante das forças mais dinâmicas da sociedade civil vem provocando um desinvestimento que pode ser fatal em realizações geradoras de riqueza, progresso, desenvolvimento, de forma reprodutiva. É o regresso à subsídiodependência que está a ultrapassar o período que vivemos imediatamente após o 25 de Abril.

Por último o nosso velho Leixões regressou ao convívio dos grandes sob a orientação desse grande matosinhense, grande leixonense e grande figura do desporto, Vítor Oliveira. E sobre o Leixões o melhor é continuarmos todos unidos para que continue a marcar golos, a ganhar para se manter na primeira liga porque quanto ao resto muita água, e água muito turva, vai passar nas nossas portas.

Meus caros leitores, a todos desejo um bom ano de 2008 com mais sucessos sobretudo para os que precisam de ter oportunidades de também respirarem sucessos na sua vida.
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Espirito de Natal


1- SINTO UMA GRANDE NECESSIDADE de escrever sobre titulares de lugares do poder que se passeiam de forma ostensiva com sinais de ostentação provocatória e uma enorme hipocrisia que só se vai tolerando quer na área do poder quer no mundo dos aparelhos da politiquice. Já toda a gente interiorizou que se deixou de fazer politica sustentada em ideologias, em projectos, em causas e, também, se deixou de actuar com rigor ético e princípios.
Sistematicamente vão surgindo informações resultantes dos encontros de má-língua onde se faz ficção, se criam ilusões, se vêem fantasmas e, pior que tudo isto, as sombras perturbadoras alteram os espíritos mais fechados e mesquinhos. Hoje gostava muito de escrever uma crónica dirigida aos crápulas, aos sem escrúpulos, aos sem ética e, sobretudo, aos que passam a vida a mentir, chamando aos outros aquilo que é o seu comportamento no dia-a-dia.

Gostava também de escrever uma nota sobre os que, por conveniência ou por necessidade, são cúmplices de actuações, a todos os títulos, inaceitáveis e até repugnantes ou então remetem-se ao cómodo comportamento de actuarem por omissão. Os silêncios são, obviamente, perturbadores e, consequentemente, cúmplices.
Como bem diz o nosso povo e com toda a razão “é tão ladrão o que rouba como o que deixa roubar”.
Mas fico por aqui. Por hoje não vou escrever mais sobre estas polémicas questões e comportamentos nada dignos.

É Natal e o meu espírito cristão e natalício obriga-me à contenção, condiciona-me os desejos e aconselha-me à tolerância e à moderação. Mesmo assim fica uma nota aberta para depois desta época natalícia porque nunca na minha vida actuei com bajulices, nunca fui boy à procura de job, nunca quis, nem quero, tachos. Fica, portanto, o sinal de que no próximo ano, sem papas na língua, transmitirei o que me vai na alma, sem reservas, olhos nos olhos, defendendo sempre a verdade e actuando na politica e na vida publica como na vida familiar e pessoal: com carácter, com regras, com rigor e com sentimentos.

Até por estar um pouco combalido de um pequeno acidente que tive, que provocou as mais desencontradas noticias, informações e comentários que me deixaram umas vezes preocupado, outras surpreendido e outras tantas divertido. Tão divertido como se divertiram os idosos do Jardim Basílio Teles a contarem, olharem, comentarem, de forma divertida e segundo crónicas publicadas em alguns blogues, as filas de carros que transportaram as respectivas prendas com destinos diversificados. Divertido, ainda, como se divertiram os que viram o carro que na Brito Capelo fez parar o metro, provocando os mais diversos comentários e reacções dos cidadãos que circulavam a pé ou de metro, também eles carregando os presentes de natal com destinos diversos.

Como estamos no fim do ano fico-me por aqui, por estar a recuperar bem, quase pronto para outra distracção, desejando um novo ano com muitos sucessos, mais liberdade, mais saúde, mais educação, mais segurança, melhores vencimentos, menos desemprego, menos assaltos, menos pobreza, menos toxicodependência, menos jovens à procura de oportunidades de trabalho e menos pessoas sem dinheiro para comer, educar filhos ou mesmo para ir à farmácia.
Até para o ano se Deus quiser.
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Que o Bom Jesus os ilumine

Primeiro de Janeiro de 20 de Dezembro:
"Para Narciso Miranda, os cidadãos têm “todo o direito” de participar na vida pública e de se candidatarem. Além disso, admite que não tem “a estatura” nem “a dimensão” para que alguém pondere mudar a lei eleitoral. Guilherme Pinto também não concorda com a “restrição nas escolhas”. Por Pedro Miguel Rodrigues
A notícia veiculada, na semana passada por um jornal diário, sobre o possível entendimento do PS/Porto relativamente a uma proposta social-democrata que visa alterar as regras das candidaturas autárquicas independentes, com a introdução de um período mínimo de não militância para que se possa avançar como independente está a gerar alguma discussão, principalmente em Matosinhos, tendo em conta a provável candidatura independente de Narciso Miranda.
O ex-autarca de Matosinhos considera estas notícias “fait-divers políticos que nada qualificam a democracia e a vida pública”. Narciso Miranda descarta a possibilidade de serem os “militantes” os protagonistas, mas as pessoas que “têm como objectivo segurarem os lugares e de quererem tachos”. Num tom irónico, continua, afirma que “nem sequer se justifica e muito menos eu mereço, porque não tenho a estatura nem a dimensão que me querem dar, para alguém tentar fazer uma Lei, que segundo alguns dizem é só por minha causa”. Além disso, Narciso Miranda continua e diz: “O Bom Jesus os ilumine e a estas mentes mais mesquinhas e perturbadoras para não continuarem a aglutinar tanto a participação dos cidadãos"
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A educação e a Misericórdia de Matosinhos

15 de Dezembro de 2007, a manhã de Sábado estava fria, e pouca gente sabia que o Presidente da República visitava a cidade de Matosinhos. Em plena quadra natalícia, as pessoas, aquelas que têm possibilidades, estariam nessa manhã ocupadas com as compras de Natal.

Por outro lado, pouco relevo tinha sido dado pela imprensa ao acontecimento. Nem antes, para anunciar a vinda do Presidente, nem depois para dar conta do muito, que em pouco tempo, portas adentro se passou. E bons motivos haviam para que a comunicação social se debruçasse com maior empenho sobre os factos ocorridos: as homenagens prestadas, e os contratos assinados.Não quero crer que a inesperada “marginalização”, a que votaram a presença do mais alto magistrado da Nação, se relacione com perda de importância social ou peso político de Matosinhos, na sociedade portuguesa.

Temos de concordar que não é normal, televisões, rádios e jornais se ocuparem de forma tão reduzida sobre o que foi a visita do Professor Cavaco Silva à nossa cidade. Sobretudo, se tivermos em conta que, nos actos em apreço, esteve presentes todas as televisões, algumas rádios, e muitos jornais de referência.De um modo geral, a informação foi escassa, pouco detalhada, nada esclarecedora.

Excepção feita ao Primeiro de Janeiro, que lhe dedicou a importância requerida, sendo desejável que também os semanários locais dêem ao assunto o tratamento informativo que a presença do Presidente da República em missão oficial justifica e, porque não dizê-lo, impõe! Até porque, assuntos houveram, que pelo que de positivo trarão à comunidade e ao concelho, bem mereciam ampla divulgação. Como, por exemplo, a assinatura dos contratos entre escolas e empreiteiros, iniciativa que decorreu sob o beneplácito do Presidente, como que a tornar irreversível este passo que Matosinhos acaba de dar na senda do progresso e desenvolvimento.Por tudo isso, a cidade de Matosinhos não pode nem deve ser ignorada pelos jornalistas. Porque é uma cidade pujante, porque tem potencialidades enormes e porque acolhendo com galhardia quem a visita, merece figurar na primeira linha da prioridade informativa.

Mas, muito mais havia a destacar.As homenagens singelas, mas sentidas, à Misericórdia de Matosinhos pelos 400 anos de dedicação e auxílio aos mais desfavorecidos e desprezados; ao Leixões pelos 100 anos de contributo na formação desportiva da juventude; aos 90 anos de Óscar Lopes, filho de Matosinhos, uma referência indelével no ensaísmo literário português; aos 20 anos dos Paços do Concelho, um marco na arquitectura portuguesa, e um exemplo de como conjugar estética e bom gosto, com condições de funcionalidade prática.

E até, a não programada visita ao Senhor de Matosinhos, concretizada pela acção conjunta do Reverendo Dr. Manuel Mendes e do chefe de Gabinete da Presidência Dr. Nunes Liberato reforçando o êxito da visita presidencial justificaria maior assistência informativa. Pena foi que o discurso do Presidente, aliás bem pronunciado e cirúrgico nos temas abordados, não tenha incluído também uma referência aos 5 anos do Metro do Porto, já que foi naquele dia, 5 anos antes que as primeiras carruagens do Metro percorreram a primeira linha entre Matosinhos e a Trindade.Matosinhos não esquece quem lhe quer bem. E, congratulo-me por poder contar, nesta onda, com o Professor Cavaco Silva.Em nome da comunidade matosinhense permita-me que lhe diga:Obrigado, Presidente pela visita!
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O Presidente em Matosinhos

O Presidente da República esteve neste último Sábado em Matosinhos. Se tivermos em conta a pouca importância que a comunicação social lhe dedicou, esta visita teve um carácter quase confidencial.

Com efeito, é difícil entender como, estando presentes nos diversos actos a que o Professor Cavaco Silva presidiu, todas as televisões, algumas rádios e jornais de referência, tão breve e escasso tenha sido o tratamento informativo subsequente. Tratando-se do Supremo Magistrado da Nação, a sua participação por esse mundo fora, em cerimónias públicas de interesse comunitário, é sempre noticiada com o relevo que a importância da função justifica. Tanto mais que não foi uma apenas, mas várias as cerimónias a que com a sua presença honrou Matosinhos e as suas gentes.

Televisões, rádios e jornais atentas ao significado das cerimónias realizadas, sempre deram a estas visitas o relevo e a importância que elevaram Matosinhos à condição de cidade em desenvolvimento, e progresso social consolidado. Uma explicação para tão reduzida participação popular pode estar no facto de tal visita ter ocorrido numa manhã fria de Sábado, na quadra de Natal, quando as pessoas - as que felizmente para tanto têm posses - se dedicam a espreitar as montras e efectuar algumas compras.

É que, só acontece o que é notícia. Será que muita gente junta, justificaria por parte da imprensa um tratamento informativo mais preenchido? A pergunta fica naturalmente sem resposta, mas talvez valha a pena atentar neste aparente alheamento da população. E o que se passou desta vez? Os 400 anos da Misericórdia, os 100 anos do Leixões, os 90 anos de Óscar Lopes, os 20 anos dos Paços do Concelho - datas de indiscutível interesse comemorativo - foram, e muito bem recordados pelo Presidente da República. Homenagens que os matosinhenses não esquecerão jamais.

À Misericórdia de Matosinhos, pelo apoio dado ao longo dos anos aos mais necessitados.

Ao Leixões, pelo indiscutível serviço prestado ao desporto e à juventude.

A Óscar Lopes, figura ímpar de Matosinhos, personalidade brilhante do ensaísmo literário português.

Aos Paços do Concelho, obra emblemática da cidade, de arquitectura arrojada, concebida para exemplar funcionalidade dos serviços autárquicos.

Ao Bom Jesus de Matosinhos, visita não agendada, mas que o Reverendo Dr. Manuel Mendes, em boa hora soube incorporar na visita, muito também fruto da diligência feita pelo Chefe de gabinete da Presidência, Dr. Nunes Liberato. Os contactos com empresários, intermediados pela Câmara, numa cerimónia simples mas de eficácia previsível, na melhoria do património escolar da comunidade e do concelho.O discurso do Presidente proferido em tom alegre, traduzia a felicidade que sentia por poder compartilhar com os presentes, a evocação de tão importantes datas para quem ama a terra que o viu nascer, ou por ela foi adoptado. Faltou, todavia, neste discurso uma referência a outra data de inegável aceitação colectiva. Trata-se dos 5 anos do Metro do Porto. Foi precisamente neste dia que, cinco anos antes, as primeiras carruagens do Metro deslizaram por aquela que foi a primeira linha: Matosinhos - Trindade.

É um serviço público de inegável interesse que aproxima nos dias de hoje pontos distantes, (considerando as dificuldades do trânsito citadino), como Matosinhos, Porto, Maia e Gaia e que constituem factor de desenvolvimento, nos diversos domínios da sociedade actual. Uma data que bem podia ter sido lembrada pela comunicação social, desde que, evidentemente, tal facto tivesse sido referido durante a curta visita presidencial.Globalmente, pode dizer-se que esta visita foi, na linha a que o Professor Cavaco Silva nos habituou, extraordinariamente promissora. Matosinhos só tem a ganhar com a presença de tão ilustres figuras. Será bom para Matosinhos que os anseios, os projectos, as soluções, mas também as carências, os problemas e as dificuldades sejam conhecidos pelo poder central. Mas, algumas questões não podem deixar de ser colocadas.

Será que Matosinhos perdeu importância e dimensão nacional de tal forma que nem a presença do mais alto magistrado da Nação constitua notícia? Será que os contratos assinados entre escolas e empreiteiros, são tão inócuos e vazios de realismo, que levem os jornalistas a escolher outras prioridades? E creio não estar sozinho se disser que fiquei muito triste por sentir tamanho alheamento da comunicação social perante a visita presidencial à nossa cidade.à nossa cidade.
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