segunda-feira, 30 de março de 2009

A Força dos Jovens

Um dos aspectos mais relevantes deste interregno político – a presença crescente de jovens, em acções de sensibilização para a causa pública – tem sido de extrema importância no reforço das minhas convicções e da minha formação humana. Refiro-o com regozijo e humildade!

Sei do que falo. Verifico, com enorme satisfação, que todos os dias crescem as inscrições de jovens na “Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre”.

Registo com o maior agrado, a presença nesta Sede de jovens, das mais variadas origens e formações, bem como a sua progressiva integração nas iniciativas promovidas pelo sector mais jovem.

Têm sido tantas as solicitações, tantos os sinais de acolhimento dos objectivos da Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre, tanta a disponibilidade e tão abrangente o leque de participações que, muito acertadamente, resolveram enquadrar-se na “Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre JOVEM” (sublinho “jovem”).

Trata-se apenas de um dos núcleos – neste caso, o JOVEM – de uma Associação Cívica - que tem vindo a afirmar-se, de forma crescente e contínua, como uma força aglutinadora dos diversos itens sociais e culturais, inovadora nas acções que desenvolve e motivadora pela forma esclarecida e entusiasta como funciona, na assumpção das causas que há muito, conscientemente, assumiu.

Há, naturalmente como seria de esperar - perfeitamente sintonizados com o principal objectivo da Associação a que aderiram, sem reservas - muitos outros cidadãos, cuja determinação, empenho, objectividade e capacidade de luta, não posso deixar de, igualmente, saudar. E, de aplaudir!

São cidadãos amigos, tantas vezes desconhecidos, mas, sempre reconhecidos agentes de uma dinâmica imparável, cuja vitória - face à experiência de vida - se lhes afigura consequência natural, quer do efeito da participação colectiva – que integram - quer da constatação de que “Retomar o Rumo”, em Matosinhos, é necessário!

Os sinais recebidos são vários e de procedências diversas. Nas marchas a pé, nos passeios de bicicleta, nas viagens de Metro, nas visitas a núcleos habitacionais, nas conferências e debates, a hospitalidade, a aceitação e o carinho dispensados, por quem connosco se cruza, ou nos procura, dão-nos a certeza de que vale a pena lutar, pela esperança de um futuro melhor e mais digno dos matosinhenses.

Como bem ficou demonstrado no último Sábado, em Leça da Palmeira, na cerimónia do lançamento do livro “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” – que reúne um conjunto de crónicas que tenho vindo a fazer ao longo dos três últimos anos - no sentido de encorajar a discussão, sobre as questões que afligem os matosinhenses, dando-lhes a conhecer os meus pontos de vista sobre os mais variados temas da actualidade.

Com o auditório da APDL repleto, e com incontável número de presenças nos espaços adjacentes, tive a grata oportunidade de agradecer a todos a elevada e inesquecível manifestação de apoio à causa colectiva que protagonizo: recolocar Matosinhos na senda do progresso, do desenvolvimento e a merecer a confiança, quer a nível local, metropolitano, regional ou nacional.

Também aqui, foi notória a participação entusiasta dos mais jovens apoiantes. Foram inúmeras as mensagens que recebi, dando-me conta da presença incontável de rapazes e raparigas. Registei a vossa presença e valorizei a vossa opção – afinal era uma tarde de sábado – e posso assegurar-vos, caríssimos jovens, que, essa força - a vossa força afinal - é a verdadeira raiz do sucesso no combate que vamos enfrentar!

Do sucesso do rigor, da serenidade e da firmeza, no desenvolvimento de políticas sociais, económicas e culturais de nova geração.

Da luta, sem quartel, que prometo travar para que os vossos direitos, os vossos objectivos, os vossos sonhos se concretizem!

Eu conto convosco!

Contem comigo.

Narciso Miranda

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sexta-feira, 27 de março de 2009

A Árvore do Nosso Dia


Porque naquele sábado cada face denotava um brilho no olhar. Porque naquela tarde todos os passos foram dados com honra e em direcção à glória, hoje apetece-me citar o poeta António Ramos Rosa:

“Cada árvore é um ser para ser em nós”

Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-la
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses

António Ramos Rosa



Gustavo Barreira - Grupo Narciso Miranda "Matosinhos Sempre Jovem"



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quarta-feira, 25 de março de 2009

A Saúde está doente!

De todos os problemas que afectam a sociedade matosinhense - a Saúde, o Desemprego, a Segurança, a Educação, o Trânsito (entre outros) - o que se relaciona com a prestação dos Serviços de Saúde ocupa lugar de destaque.

Principalmente pela progressiva degradação e contínuo abaixamento de qualidade que a população regista. E, não esquece!

Recuando alguns anos, constatamos que – a ter-se mantido a dinâmica de então – importantes aglomerados como Custoias e Leça do Balio teriam já – ou estariam em vias de ter – os seus Centros de Saúde.

Inegavelmente necessários – o próprio Governo Central o admitia ao aprovar a sua concretização – estas Unidades de Saúde projectadas de raiz, modernas e dotadas dos mais eficazes meios de diagnóstico e de tratamento, a breve trecho fariam parte do património colectivo de todo um povo, que teria, no presente, a Saúde tratada com dignidade. E, que as gerações futuras haviam de bendizer! Aprovada a ideia, confirmada a intenção, escolhidos os terrenos – para ambos os locais – se o início da construção era uma questão de oportunidade, o início do usufruto de tais serviços era uma questão de tempo. Tal, não se verificou, porém! Rapidamente, o Governo que se seguiu àquele em que tal medida fora consagrada anulava o projecto anteriormente aprovado.

Tínhamos assim, reduzida a cinzas a esperança que alimentou o sonho de balienses e custoienses.

Com a entrada em funções do actual Governo, novamente socialista, agora com maioria absoluta, e mantendo-se a Câmara de Matosinhos também com maioria do PS e tendo todos os seus membros coniventes com a estratégia seguida e inequivocamente apoiantes das opções tomadas, tudo apontava para uma recuperação da estratégia e, consequentemente, terreno e projectos para retomar a ideia. Toda a gente, obviamente, considerou este o caminho lógico e certo.

Acontece que, o que era correcto, o que era inquestionável, o que era uma decisão estratégica, deixou de o ser. A alteração foi radical. Em vez de um centro de saúde de raiz, com custo totalmente suportado pela Administração Central, passou-se a estudar a adaptação de um espaço para comércio, em bloco habitacional, para uma solução provisória. O que seria custeado pelo Governo, passou a ser pago pelos matosinhenses.

O local? - Recarei, Leça do Balio.

Mas não se ficam por aqui as “desatenções” do poder local no domínio da Saúde. A falta de capacidade reivindicativa – uma das imagens de marca dos novos tempos – tem reflexos bem mais amplos: a opção pelo provisório, em detrimento do definitivo – que consubstancia, na prática cedência e inconsequência afirmativa – parece ter vindo para ficar. É o figurino político de hoje: Matosinhos sem força política para impor junto do poder central as razões de uma região, os direitos de uma comunidade, os interesses de uma população laboriosa e cumpridora! Perafita, por exemplo. Também os seus moradores sentem os seus direitos à Saúde desacautelados. Também aqui, o provisório, o remedeio, o desenrasque puro e simples servem de solução. Soluções provisoriamente definitivas, ou definitivamente provisórias: eis a questão! O Hospital Pedro Hispano mantém, sem solução à vista, aquela rampa de acesso aos serviços hospitalares, penosa para quem tem meios de locomoção diminuídos. Ou a exigir esforço medieval aos moderadamente preparados para caminhadas!...

Outro exemplo de desatenção autárquica e que urge corrigir, é a que se relaciona com os horários das farmácias abertas ao público nas horas nocturnas, em dias feriados, sábados de tarde e domingos.

Em todo o concelho duas farmácias, duas! Se o leitor morar em Lavra, por exemplo e tiver a farmácia de serviço em S. Mamede ou Senhora da Hora faça lá as contas aos quilómetros a percorrer. É mais fácil chegar a uma farmácia de outro Concelho? Pois sim, mas é o município de Matosinhos que arrecada os seus impostos! Já pensou nisto?


Narciso Miranda

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segunda-feira, 23 de março de 2009

A doença da Saúde

Já se passaram alguns anos.

Na agenda, a problemática da Saúde no Concelho de Matosinhos.

O acordo estabelecido entre a Câmara Municipal – a que eu presidia – e o Governo Central – chefiado pelo Eng.º. António Guterres – contemplava a construção “de raiz” de dois Centros de Saúde: um, em Leça do Balio; outro em Custoias. Cumprindo o acordado, a Câmara preparou o terreno para a concretização deste plano. Elaborado o projecto, foi a vez do então responsável pelo respectivo Ministério, o ministro Correia de Campos, instruir a Unidade Local de Saúde para a abertura do Concurso Público. Estavam assim reunidas as condições políticas para, que, aqueles dois Centros de Saúde - logo que concluídas as obras - iniciassem os serviços de atendimento a que a população tinha direito. A situação política nacional alterou-se entretanto – por força do resultado eleitoral. Entre outras medidas, o novo Governo anulou a decisão anteriormente aprovada. O Governo passou a ser do PSD, mas, a Câmara de Matosinhos manteve-se PS – também por força do resultado eleitoral.

Mas, a vida não pára! Novas eleições, nova mudança a nível do poder Central – também em resultado das eleições efectuadas, o PS regressou ao Governo.

Regresso saudado por muitos portugueses – a esperança renascia em muitos meios. Em Matosinhos, a retoma do governo por parte dos socialistas, fazia renascer a esperança. Agora sim – pensavam com seus botões balienses e custoienses. Finalmente, vamos ter os Centros de Saúde que tanta falta nos fazem – comentavam com um brilhozinho nos olhos os munícipes que ansiosamente aguardavam a retoma do projecto abortado.

Esperança legítima – há que reconhecê-lo. Afinal, aquela era uma intenção corporizada pelo partido de sua confiança que iria decidir sobre esta (e outras) matérias. De resto, a parte mais difícil tinha sido feita: justificar, com óbvias razões, junto do poder Central, a justeza da iniciativa. Tantas, e tão convincentes eram elas que, até nem foi difícil convencê-los a avançar com tal medida. Só que – e aqui é que os líderes mostram a sua valia – era necessária firmeza e determinação face a uma administração pública que tem de estabelecer prioridades.

Em época de crise – ou de pré-crise, como aquela - as opções governativas, não podem logicamente agradar a tudo, e corresponder a todos. Haverá porventura outras terras, outras gentes, outros domínios, outras áreas, outras aflições, cujos problemas exijam ainda urgência maior.

Mas – e estou bem à vontade para o referir – é preciso saber dialogar com o poder central. É preciso capacidade argumentativa e elevado poder de persuasão, para fazer valer os nossos direitos, para impor os nossos pontos de vista, para vincar as nossas posições e para influenciar as suas decisões.

E quando tais direitos já foram reconhecidos, quando a construção daqueles Centros já fora assumida – a aprovação anterior deste projecto assim o indicia – a tarefa está tremendamente facilitada.

Pois, a actual maioria camarária entendeu mudar radicalmente de posição. Em vez de um novo edifício para o centro de saúde em Balio, com custos suportados pelo orçamento de Estado, cedeu à solução provisória em edifício habitacional e em espaço reservado para comércio e totalmente custeado com os impostos dos matosinhenses.

Nem mais! Em Recarei, Balio, um espaço situado num bairro social foi adaptado a Centro de Saúde. Solução definitivamente encontrada? - Claro que ninguém sabe!

Em Custóias, ainda pior. Quatro anos e nem uma pedra foi lançada ao terreno.

Paralelamente, Santa Cruz do Bispo – à falta de soluções alternativas – faz pela vida: é a paróquia a disponibilizar instalações próprias para acolher os serviços de Saúde indispensáveis! Mais uma solução provisória.

Por mais competentes que sejam os profissionais destacados para o exercício de funções (e estou absolutamente convencido de que o serão); por mais empenho que ponham na causa os profissionais destacados para a adaptação deste Serviço (e tenho a certeza de que o porão) o espaço escolhido – e aceite sem contestação pela equipa camarária - enfermará sempre de carências de operacionalidade cujos prejudicados são naturalmente os utentes!

Outra política, outra dinâmica, outra atitude de salvaguarda dos interesses sociais é do que Matosinhos precisa!


Narciso Miranda


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quarta-feira, 18 de março de 2009

Um Livro é também um acto de cidadania.

Dos actos de cidadania mais relevantes, o lançamento de um livro é um deles.

Porque, quem o escreve, muito mais de revelar o seu conteúdo revela-se a si mesmo.

É um acto de coragem, porque submete o seu trabalho à apreciação colectiva.

Mas é, sobretudo um acto de cidadania plena. De cultura, de dedicação, de amor a uma causa, a uma terra.

No passado Domingo, Fernanda Soberana, uma das muitas mulheres de Matosinhos que teimam em fixar - pelas mais nobres razões - o seu nome ligado à história e à cultura de um povo, apresentou publicamente o seu livro.

Foi uma cerimónia emotiva, carregada de simbolismo e de vivacidade, para a qual tive a enorme honra de ser um dos convidados.

Até o local escolhido para a cerimónia parece ter sido escolhido por uma alma sensível, como a de um poeta. Nada que espante ninguém. Afinal, Fernanda Soberano, é poetisa!…

Mulher de armas”, de “antes quebrar que torcer, esta poetisa conterrânea enfrentou ao longo da vida as mais variadas contrariedades, sofreu as mais diversas afrontas, e contrariedades. Mas se muitos foram os desgostos sofridos, muitas também foram as alegrias proporcionadas. Os seus poemas, transparentes e cristalinos retractam a nossa existência com invulgar objectividade e realismo.

Dos efeitos principais decorrentes da apresentação do seu livro “O Passageiro”, cumpre-me destacar um deles. Não porque os outros não tenham sido igualmente marcantes, mas este pelo que “mexeu” comigo, com os meus sentimentos, com o meu “eu”, merece destaque.

Trata-se da presença – e da consequente oportunidade convívio que me proporcionou – dos meus ilustres amigos João Lourival, director da Rádio Clube de Matosinhos e do professor doutor José Maria Lafuente de Carvalho – um médico conceituado, um cientista e um homem de cidadania.

A referência que o doutor Lafuente fez a seus pais fez-me estremecer, ao trazer à minha memória recordações belas de tempos idos.

Não porque as tivesse esquecido. Admiro os grandes homens, interiorizo os seus exemplos. E, não podia jamais olvidar tão significativas figuras cuja referência faz parte da memória colectiva de um povo.

Zacarias Lafuente de Carvalho, o Zacarias da “Saúde & Sá”, é um lutador dos valores da liberdade, da democracia e da solidariedade. Um homem de carácter. Um homem de princípios. Particularmente, preocupado com os outros, sempre soube ser amigo do seu amigo. De verticalidade e coerência incontornáveis, mas, também, um socialista de causas. Um excelente exemplo de vida. Um homem que não é de casos ou de coisas, mas, reafirmo, de causas.

Foram pois muitas as razões que tornaram inesquecível aquela jornada de Domingo.

Afinal, Fernanda Soberano não nos presenteou apenas com um livro.

Ofereceu-nos o que de mais belo existe no relacionamento humano.

Fraternidade, amizade, convivência, solidariedade. Estes são os verdadeiros valores que devem reger-nos em todas as frentes. São os valores que norteiam o meu rumo.

E, tenho a certeza de que não estou só!


Narciso Miranda

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segunda-feira, 16 de março de 2009

Fernanda Soberano: O exemplo das mulheres de Matosinhos

Este fim de semana, concretamente no passado Domingo no Salão da Nova Sede do “Aurora da Liberdade” aconteceu uma cerimónia extremamente simples, mas carregada de significado e sobretudo de emotividade.

A cerimónia era de homenagem a uma grande matosinhense.

O ambiente, carregado de simbolismo reflectia a enorme afectividade, a profunda amizade e o mais elevado reconhecimento pelo contributo social dado à comunidade por esse grande exemplo de combatividade e determinação que as gentes de Matosinhos trazem no coração.

Chama-se Fernanda Soberano e é bem a prova do que são capazes as mulheres de Matosinhos: combativas e determinadas, mas afectivas e generosas. Mulheres de garra, de causas, de valores e de princípios, prontas a lutar por aquilo em que acreditam.

São assim as gentes desta terra, são assim as esposas, filhas e mães de Matosinhos.

Fernanda Soberano – tal como muitas outras conterrâneas - lutou, ao longo da sua vida, contra adversidades de toda a ordem. Foram enormes as dificuldades, foram imensas as aflições.

É por isso que todas as manifestações de apreço e gratidão são inteiramente saudadas e correspondidas. Por todos. Grandes e pequenos, ricos e remediados, pobres e excluídos, intelectuais e medianamente ilustrados.

Foi por isso, que no passado Domingo correspondi, com o elevado sentimento de quem cumpre um dever, ao lançamento do seu livro, que tem até um título sugestivo.

Entendeu por bem a minha querida amiga escritora chamar-lhe “O passageiro”, como que a lembrar-nos – é de poesia popular que se trata – que é passageira a vida que enfrentamos, são curtas as razões para a prepotência e arrogância.

Foi por isso que ilustres figuras matosinhenses fizeram igualmente questão de apadrinhar o evento.

Foi com enorme alegria e com profunda emoção que sentimos a presença de figuras matosinhenses de relevo, como o prestigiado cirurgião José Maria Lafuente de Carvalho e o Director da Rádio Clube de Matosinhos e meu amigo João Lourival.

Sinto-me honrado – e penso poder atribuir igual sentimento a João Lourival – pela referência elogiosa que nos é feita num dos poemas do seu livro.

Foram pessoas desta estirpe, desinteressadas, mas atentas que tornaram possível à Fernanda Soberano concretizar o sonho de lançar este livro.

Uma jornada inesquecível – e não só para a autora.

Todos os presentes – e foram muitos – saudaram com igual calor este elevado acto de cidadania, este profundo sinal de bairrismo e solidariedade.

Foi, também, para mim, muito gratificante nesta cerimónia, ouvir esse grande matosinhense, o professor doutor José Maria Lafuente de Carvalho prestar homenagem à sua mãe e ao seu pai, grandes figuras de Matosinhos.

Quando o Dr. Lafuente falou dos seus pais, logo senti a emoção resultante das prolongadas, vibrantes e afectivas conversas que fui mantendo, ao longo dos tempos, com o Zacarias Lafuente de Carvalho. O grande Zacarias. Um homem da “Saúde & Sá”. Um lutador dos valores da liberdade, da democracia e da solidariedade. Estremeci. Estremeci mesmo, face à saudade gerada numa cerimónia de grande generosidade, de muitos afectos e onde se festejou os valores do carácter, dos princípios e, sobretudo, da verticalidade e da amizade.

Foi gratificante. Obrigado aos protagonistas pela lição que me deram.

Narciso Miranda






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quinta-feira, 12 de março de 2009

Abominável mundo novo

“Dia Internacional da Mulher”, o inesquecível dia 8 de Março. Neste dia tudo parece ter cor e luz; por momentos sentimo-nos como especiais, únicas, perfeitas, desejadas, amadas, e tal como o colega da Associação Narciso Miranda Matosinhos sempre, jovem , Vítor Hugo, disse a Mulher é o Húmus da Humanidade, raiz da sensibilidade, folhas da serenidade, flores da fertilidade, frutos da eternidade, essência da natureza humana, mas sem dúvida o mais certo de todas estas palavras, para grande maioria das Mulheres, é que nos dias de hoje “Ser Mulher é caminhar na dúvida, cheia de certezas das incertezas”.
Por isso neste dia todos nós devemos reflectir, nas imensas dificuldades que os Jovens e em particular a Mulher dos nossos tempos, ainda passam por imensos obstáculos até conseguirem realizar-se profissionalmente.
Acho oportuno, referir que o nosso Presidente Narciso Miranda, afirmou publicamente esta semana no Jornal de Matosinhos, “Matosinhos tem mais de 10 mil desempregados”, salientando que a Câmara não apresentou nenhum plano fidedigno para resolver o problema no nosso concelho. Afirmou mais uma vez o nosso Presidente” Como é possível, haver tanta gente a sofrer com o desemprego”…” O emprego é o maior problema que Matosinhos enfrenta”.
Eu especialmente como Mulher, quero ser a porta vós daquelas que não têm força nem coragem para falar, passo a descrever algumas situações que surgem na Mulher desempregada ou à procura de emprego:
• Continuamos a ter inúmeros obstáculos de descriminação, factor idade, maternidade, formação, género, crise económica e produtividade, etc.
• Procura de apoio para lidar com o que se chama “depressão” e “ desânimo”, e pela falta de esperança em conseguir outro emprego satisfatório.
• Depois de tanta procura e não se encontrar nada, acabam por aceitar que não se consegue, então pensam “para quê tentar novamente?”.
• Muitas Mulheres passaram por vários empregos, em áreas e funções diferentes. Nessa trajectória, várias decisões das suas vidas foram guiadas pela possibilidade de manter o emprego ou de mudar para outro que lhes fosse mais favorável.
• Depois tiveram os seus primeiros filhos, e tornou-se cada vez mais difícil encontrar um novo emprego. Concluo que esta situação é fruto de descriminação contra as Mulheres no trabalho, sobretudo contra as Mulheres que são mães, diminuindo as suas responsabilidades, ficando elas numa posição que acabam por acomodar-se;
• As Mulheres encontram-se numa posição incómoda e fragilizada, sendo vítimas de preconceitos.
• Depois, também surgem outros abusos contra as candidatas a empregos, por exemplo: propostas que “oferecem” e “garantem novos empregos” e não cumprem o prometido; selecções ardilosas que, além de demasiadamente extensas, com enormes questionários psicológicos, às vezes invadem a vida privada das candidatas, questionando-as “ se os maridos ou companheiros participam na vida doméstica “, mais propriamente com o cuidar dos filhos; exigências exorbitantes e descabidas de formação; enfim, empregos em condições precárias (trabalhando horas a fio, sem benefícios, sem direitos nem perspectiva de melhoria profissional).
• A falta de consideração com as Mulheres desempregadas, por parte de quem “oferece” emprego, é ainda mais grave: “há gente que ganha dinheiro com a desgraça dos outros”.
• O Trabalho para as Mulheres não é apenas uma forma de subsistência, mas também como forma de conviver e de se relacionar com outras pessoas, representando o trabalho um espaço na sociedade.
• Com a desestabilização da incerteza do emprego, as Mulheres vêem-se excluídas em várias esferas, não só económicas, mas também psicológicas, um sentimento de profundo “isolamento”.
• Também o desemprego afecta drasticamente várias relações sociais, os encontros com familiares são evitados, sair com amigos torna-se inviável, situação constrangedoras e motivo de vergonha, o que é grave, porque grande maioria destas relações pessoais mais intensas eram justamente com colegas de trabalho.
• Então as perspectivas de trabalho e de vida tornam-se um dilema entre o passado, aparentemente seguro e confiável e um presente que se mostra incerto, caótico e opressor, acabando algumas Mulheres por escolher uma espécie de “trabalho informal” resultando num sentimento indesejado, como se fosse uma alternativa sem escolha, uma condição de quase absoluta submissão a empregos precários. Então elas dizem “ agora eu vou tentar qualquer coisa” e essa qualquer coisa é horrível, porque quando se vai trabalhar numa coisa que não se escolheu, que não se queria, simplesmente trabalha-se para sobreviver. Isto é sem dúvida, que estamos perante “um abominável mundo novo”.
E nós Mulheres de Matosinhos, acreditem na esperança de um mundo melhor, cheio de oportunidades
Acreditem nas palavras do nosso Presidente Narciso Miranda, “que eles são o passado, e eu o futuro, assumindo irreverência, convicção e capacidade de afirmação, de retomar o rumo para Matosinhos, assumindo a voz da esperança”.
 
Kátia Lima Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

Direitos das mulheres e deveres dos políticos

Numa época em que tanto se fala de violência doméstica – e sendo as mulheres as suas maiores vítimas – merece destaque especial, a atenção que a sociedade lhes dedicou no último fim de semana, com a comemoração do seu dia, o “Dia Internacional da Mulher”.
Como cidadão profundamente empenhado na integração plena de todos os cidadãos – sem excepção – na comunidade, não podia, naturalmente deixar de me associar à iniciativa.
Foi pois, para reforçar os laços de solidariedade e fraternidade que, desde sempre, pautaram as minhas convicções, que lhes dediquei o meu dia de Domingo. Comigo, um numeroso grupo de jovens de ambos os sexos, do movimento cívico “Narciso Miranda – Matosinhos Sempre Jovem”, participaram numa acção de rua de homenagem às mulheres.
Simbolicamente, tive oportunidade de oferecer a cada mulher com quem nos cruzamos uma flor.
Foram tantos os gestos de amizade, foram tão sentidos os sinais de apoio e de incentivo recebidos, que seria uma enorme ingratidão de minha parte não os agradecer publicamente.
Obrigado pois, generosas mulheres de Matosinhos. Obrigado pois, valorosas mulheres da nossa terra.
Conto convosco, com o vosso apoio, com a vossa dedicação na luta que é preciso travar para devolver a Matosinhos a ambição perdida, e para corresponder aos vossos anseios e à superação das vossas carências, dificuldades sociais e humanas.
Conheço bem as dificuldades que enfrentam em muitos aspectos da vossa vida, especialmente na área da Saúde, onde é, sem dúvida, necessário lutar por uma política digna e eficaz, capaz de corresponder inteiramente às necessidades da população. Ao contrário do que a actual maioria executiva tem feito.
Ainda recentemente, numa visita do Secretário de Estado da Saúde, essa mesma maioria classificaria de errada a política de Saúde que eles próprios protagonizaram, enquanto membros de uma equipa que integraram anos a fio! Sendo que, um deles, tinha sido até responsável pela política da autarquia neste domínio. Não contavam era com a imediata reacção do membro do Governo que, em poucas palavras, corrigiu o discurso. E referiu o passado como um exemplo a ter em conta!
Também os matosinhenses têm memória. Sempre o afirmei. Sabem bem o que é melhor para a nossa terra, reconhecem quem faz e avaliam quem exerce o poder, não por aquilo que dizem, pelos anúncios que fazem, pelas mensagens que transmitem, mas por aquilo que, de facto, executam.
A mim, particularmente, sei que conhecem bem. Conhecem a obra feita. Sempre mo demonstraram e continuam a demonstrar – como o voltaram a fazer este Domingo, um pouco por todo o concelho –, nas constantes mensagens e nos constantes gestos de amizade, confiança e apoio. Um sinal de respeito e consideração que registo sempre com um profundo sentimento de responsabilidade e que espero continuar a merecer e ter a capacidade de retribuir.
São mensagens como as que recebi no Domingo, nomeadamente das mulheres de Matosinhos que quisemos, uma vez mais, homenagear, que reforçam em mim, cada vez mais, a certeza de que, juntos, vamos conseguir, de facto, retomar o rumo do progresso e do desenvolvimento. É que Matosinhos não pode parar.

Narciso Miranda Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 11 de março de 2009

“A força da União”

Foram recentemente afixados nas ruas do nosso concelho cartazes do PSD com o eloquente slogan “A força da união”.
Este slogan tem tanto de oportuno como de falacioso, passo a explicar...
Com estas palavras em fundo laranja tenta-se passar a mensagem de que votar Narciso Miranda ou Guilherme Pinto é perpetuar um conflito dentro do PS. Oportuno? Sim, mas então a democracia não é justamente o confronto de diferentes ideias e opiniões? Não é isso que nos enriquece e nos faz ser cada vez melhores?
Seria então justo dizer que votar PSD perpetuaria o conflito entre o PS, PSD e, se me permitem, a Associação Cívica Narciso Miranda “Matosinhos Sempre” que veio para ficar independentemente dos resultados das eleições autárquicas.
Não nos esqueçamos que viver em sociedade é viver no pluralismo de ideias e concepções.
E já agora, união em torno de quem?
Quem é esse candidato que o PSD nos propõe em torno do qual surgirá essa união? Um ilustre Matosinhense, um homem com provas dadas?!
A resposta meus amigos é NINGUÉM! Não existe ainda um candidato do PSD à Câmara de Matosinhos.
Deixem que vos diga, se querem realmente ver onde está a força da união em Matosinhos experimentem assistir a uma reunião da Associação Cívica Narciso Miranda “Matosinhos Sempre
Pelo Pluralismo, pela obra feita e sempre pela liberdade Narciso Miranda foi e continuará a ser o homem indicado para estar à frente da nossa autarquia.

Pedro Rodrigues
Narciso Miranda “Matosinhos Sempre Jovem” Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

Mulher Matosinhense

No passado dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, a Associação Narciso Miranda “ Matosinhos Sempre” saiu à rua, para comemorar a efeméride com todas as Mulheres de Matosinhos. Em boa hora o fez. O Dia Internacional da Mulher enfatiza a dignidade da mulher, realçando o seu papel na sociedade. No entanto, convém referir que a Mulher de hoje, emancipada, decidida, confiante e culta, deverá também ter a responsabilidade de usar este “território conquistado” para exigir aos poderes públicos que cumpram o “contrato social”, respeitando direitos e deveres.
Deste modo quero individualizar a história de uma Mulher. A Mulher Matosinhense. A Mulher que eu vi correr na Senhora da Hora. A Mulher que se emocionou no largo do Centro Paroquial de São Mamede Infesta. A Mulher simpática que passeava com a família na Marginal de Leça da Palmeira.
Poder-se-ia falar nas inúmeras manifestações de carinho, nos beijos multiplicados, no caloroso abraço e nos inúmeros registos, acerca da insatisfação que se vive, actualmente, no Concelho de Matosinhos. Situações, essas, que nos motivam, ainda mais, a lutar pela causa cívica e pelo rumo que queremos retomar em Matosinhos.
Connosco aquilo que é “quase nada” é “geralmente tudo”. O que não tem “quase importância” pode, para nós, fazer “a diferença”. Esta é a forma de estar numa Associação Cívica. Independentes de uma máquina partidária, mas comprometidos com bem social do contexto onde nos inserimos.
Connosco, a Mulher Matosinhense, usou, usa e usará sempre o seu “território”. Exigiu, exige e exigirá explicações, acções e reacções, sempre que assim entender.
Por elas não baixaremos os braços. Por elas faremos com que o “contrato social” seja, efectivamente, cumprido.

Gustavo Barreira - Grupo Narciso Miranda “Matosinhos Sempre Jovem” Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

terça-feira, 10 de março de 2009

O “Dia da Mulher” já era. Agora, é o dia seguinte!

É verdade que o dia de sol também ajudou.
O “Dia Internacional da Mulher” – uma data que, em todo o Mundo teve no último domingo o seu dia D – também em Matosinhos foi vivido de forma intensa.
Associações diversas promoveram iniciativas de carácter desportivo e cultural. Sociedades Recreativas, grupos de cidadãos e movimentos associativos levaram a cabo acções de sensibilização colectiva,chamando a atenção dos cidadãos para a importância do papel desempenhado pelas mulheres em todos os domínios da sociedade.
Valores como a afectividade e a fraternidade estavam intrínsecos nos programas. Também a “Associação Cívica Narciso Miranda Matosinhos Sempre” esteve presente.
Elevado grupo de pessoas independentes, em que se destacava a presença de muitos jovens dos mais variados estratos sociais quiseram partilhar este significativo evento. Rapazes e raparigas, empregados e desempregados constituíam o grosso do aglomerado.
Senhora da Hora, primeiro; S. Mamede de Infesta, a seguir; Leça da Palmeira, depois; Jardim Basílio Teles, mais tarde e Marginal de Matosinhos por fim, foram os pontos altos do périplo que tive a satisfação de efectuar durante o dia inteiro!
Registo, com particular agrado, a presença de dezenas de jovens, entusiastas, interventivos, com sede de exercer Cidadania, movidos apenas pela defesa de princípios, causas e valores. Nada mais querem em troca. Que bom! Sente-se, de facto, a mudança e uma nova forma de fazer política!
Foram momentos de convívio franco e aberto. Foram horas de partilha fraterna com a população. Foram horas de alegria esfuziante e contagiosa.
Afinal, era o “Dia da Mulher”. E, as mulheres de Matosinhos que ao longo dos anos têm sabido sofrer e vencer, não podiam deixar de ser lembradas e enaltecidas. Por mim próprio, mas sobretudo por todos aqueles que resolveram integrar de corpo e alma esta iniciativa.
Interventivas e portadoras de características de percepção e entendimento – não é por acaso que se costuma dizer que as mulheres possuem um sexto sentido - posso dizê-lo – e estou em condições de o afirmar – têm ao longo da minha longa carreira autárquica papel preponderante no sucesso da política que, durante quase três décadas implementei!
Todavia, o Sol de Domingo, rapidamente escureceu. Em sentido figurado, entenda-se já que lá no alto, também hoje ele brilha. Pena é que cá em baixo, se procure tapá-lo (ao sol) com a peneira.
Hoje, segunda feira, é outro dia. É o dia em que ocorre mais uma visita governamental aqui ao nosso Concelho. Desta feita, o Secretário de Estado da Saúde.
Os responsáveis autárquicos, mais uma vez deram mostras de completo desnorte e profunda deslealdade.
É que, quando se é membro de uma equipa – seja ela vencedora ou perdedora – assume-se por inteiro a responsabilidade no resultado colectivo. Sobretudo, quando as funções desempenhadas não são de mero espectador. Ou espectadora. Como na situação em apreço. Quando o sentido da política seguida assenta na aceitação democrática da equipa constituída, o mais que há a fazer - havendo reparos a ser feitos – é aceitá-los com humildade e procurar corrigir os erros cometidos … se a oportunidade de os corrigir voltar a sorrir!…
Providencialmente – diria eu - que o Secretário de Estado da Saúde, nem é, e provavelmente nem conhece a história da Saúde em Matosinhos – este membro do Governo no discurso proferido “arruinou” a estratégia defesa/ataque protagonizada pela autarquia. Que, tal como no passado, Matosinhos está atento nesta matéria - sentenciou em poucas palavras!
Trouxe-lhes à memória iniciativas passadas que colocaram Matosinhos – também na questão da Saúde – em lugar de exemplo pelo importante contributo dado à causa pela equipa antecedente.
Que era – ironia do destino – exactamente aquela que os próprios admitem agora perigosamente desajustada! Com uma diferença incontornável: o líder era outro!
Esquecendo e criticando um passado que subscreveram!
Chama-se a isto Prostituição Política! É um nome forte, mas ajustado!
Actuaram primeiro em consonância com realidades circunstanciais: admitiram que as decisões tomadas eram as correctas. Agora - para Secretário ver - mudaram de opinião! É da vida.

Narciso Miranda Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Congresso partido e cabeças perdidas!

O Congresso do Partido Socialista realizado em Espinho no fim de semana último pertence ao passado. Ao presente, com repercussões para o futuro, pertencem as avaliações sobre os efeitos gerados. Os ecos da operação.
Um avaliação completa e exaustiva, pressupõe pontos de vista diferenciados. Pressupõe posicionamentos desencontrados. Para que, do cruzamento de dados e conclusões, surja um diagnóstico sereno e fundamentado, que se aproxime o mais possível da verdade absoluta. Tanto quanto, em política, se pode falar em verdades absolutas…

Se nos situarmos no interior do Congresso, se vestirmos a pele dos que protagonizaram a iniciativa (recuso chamar-lhe debate porque este, pura e simplesmente não existiu) podemos falar de sucesso e satisfação plena. Tocados pela presença do líder ao vivo, os homens do aparelho terão sentido os estímulos e a motivação necessária para reforçar os laços de solidariedade e cooperação indispensáveis à estabilidade que perseguem.

Se nos situarmos fora do Congresso – ao fim e ao cabo, onde se situa a massa humana, que se pretende influenciar – pode questionar-se qual o sentido da mensagem no plano meramente institucional, e qual o efeito no plano prático, ou seja no plano eleitoral.
Esta, como se sabe, uma área extraordinariamente sensível no seio de qualquer organização que tenha como objectivo supremo a participação dos seus membros em actos eleitorais.

Estas questões decorrem, naturalmente, das indigitações – confirmadas, ou não pelo líder. Sei-o por experiência própria: gerir sensibilidades neste domínio é tarefa que exige firmeza e capacidade de liderança. E, acima de tudo, descomprometimento e bom senso! Acontece em todo o lado.
Em Matosinhos – e conheço bem o meio e os protagonistas – o nervosismo e a desconfiança instalaram-se de forma iniludível. Ninguém pode escamotear uma realidade que salta à vista. A forma como alguns dos políticos socialistas de Matosinhos, em especial dos que estão e querem segurar o Poder, reagiram às decisões do Congresso, nas horas (e até nos dias) que se seguiram ao seu encerramento são reveladores da perturbação que os atingiu.

Compreende-se!

Fizeram tudo por exibir capacidade e competência, mas nem sempre aqueles dirigentes deram pela sua presença. Presença que lhes custou noites de insónia, mais trabalho árduo e aturado. Sobretudo, porque tais campanhas incluiam nos seu repertórios ataques pessoais, calúnias e difamações - ingredientes que o nosso povo dispensa ter, e recusa partilhar.
E, quando para se atingir um fim que se tem em vista, quando – como é o caso – se já pugnou por princípios éticos e valorosos, se tem de recorrer a métodos socialmente reprováveis – como esse de difamar o próximo - o mal-estar limita, a quem o sente, o sentido de justiça e a capacidade de raciocinar com clareza!
O efeito psicológico foi de tal ordem que, o insulto, a provocação e a demagogia foram os únicos argumentos com que sustentaram as razões que – segundo eles – justificavam posicionamentos diferentes.
Todavia – e também neste particular há diferenças a assinalar - enquanto uns extravasaram sentimentos recalcados, outros houve que, prudentemente se fecharam utilizando o silêncio como arma, e a mudez como refúgio.
Nada de extraordinário a registar. São apenas formas distintas de reacção a estímulos iguais. Na prática, uns e outros colaboram de forma inteiramente segura no afastamento dos cidadãos pela política.
Concorrem – separadamente, embora - em unir os cidadãos numa causa que a cegueira, a intolerância e o sectarismo de uns tantos, vem agigantando. E, que se traduz nesta verdade: não gosto da política, não gosto dos Partidos, não gosto dos políticos.
E – paradoxo, dos paradoxos – quem afasta os cidadãos da vida partidária, são exactamente aqueles que tinham como primeira obrigação atraí-los à causa.
Porque não há democracia sem partidos.
Certo é que há outras formas de fazer cidadania. Há outras formas de participação colectiva nos destinos da comunidade. Há muito mais vida, política também, para além deles.
A democracia – tenho-o afirmado vezes sem conta – não se esgota nos partidos!
Só que, começo a contar coveiros a mais! Os cangalheiros aí estão!
O último Congresso do Partido Socialista deve pois passar à história como dos mais marcantes do percurso dos socialistas em Portugal.
Os efeitos do Congresso trazidos para Matosinhos, foram, mais uma vez, a arrogância, a mesquinhez, a falta de carácter e uma visão da vida, da política e da cidadania demasiado pequena, gerada por gente ainda mais pequena.

Narciso Miranda Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Ultimamente ...

Ultimamente, ao folhear qualquer jornal do concelho somos confrontados com dois tipos de notícia. A primeira é a tentativa desenfreada de convencer que este Executivo Autárquico está a trabalhar como nunca se viu e, a segunda é que vivemos num oásis, junto do mal plantado, com poucos problemas e muitas maravilhas.
Como diz o ditado popular “quem não se sente, não é filho de boa gente”.
É nosso dever desafiarmo-nos a olhar em volta e questionar ou, pelo menos, reflectir sobre algumas questões:
- Em quatro anos de executivo vimos nos últimos meses duas rotundas inauguradas.
- Acessos à ponte móvel, que supostamente iriam solucionar problemas de trânsito, continuam na mesma (mesmo tendo obra da administração central – APDL) e a câmara assume como sendo sua.
- Silêncio total relativamente ao incumprimento da promessa de “diminuição significativa” do tempo de abertura e de fecho da ponte móvel. Só quem nunca passou por lá é que pode acreditar!
- Notícias de bandeiras azuis nas praias, ignorando completamente os péssimos acessos para algumas delas. Em caso de dúvida, percorram a estrada entre a Memória e as Pedras do Corgo e digam se conseguem fugir aos buracos. E, nem vale a pena tentar entrar na freguesia de Lavra pelos acessos da A28, porque arriscam-se a perder um pneu!
- O abandono em que se encontra a Rua Brito Capelo. Fria, moribunda, triste, sem qualquer dinamismo de mobilização e atracção ao comércio tradicional. Não existiu uma única iniciativa para manter viva uma das ruas mais emblemáticas da nossa cidade.
- Programação para jovens, inexistente, ou se existe ninguém conhece.
- A anedótica informação no aproveitamento da construção do “transportável” Centro de Ciências do Mar, para se anunciar a construção de uma residência universitária, quando Matosinhos deve ser dos raros concelhos que não possui uma política estratégica direccionada ao Ensino Superior. (Relembro que o PDM prevê a construção de um Pólo Universitário nos terrenos onde se encontram os reservatórios de combustíveis na Avenida D. Afonso Henriques/Circunvalação.)
- Fala-se de Terminal de Cruzeiros e, além do “mar à mesa”, que investimento turístico se realizou?
- Temos um aeroporto mais perto de Matosinhos que do Porto, e não se vê qualquer aproveitamento do fluxo de passageiros para o nosso munícipe.
- A Festa do Senhor de Matosinhos, do último ano, foi das mais estranhas que se viveram. “Obrigar” a população à penitência de percorrer o novo trajecto da festa é um erro.
- Encontramos um parque de estacionamento, em Sendim,, com apenas um carro estacionado diariamente, e prepara-se para entrar em obras outra vez, durante a noite vai sendo utilizado.
- Ciclovias que, terminam no nada, foram desenhadas sem a mínima preocupação para com os residentes e o comércio local.

Basta! Não podemos arriscar a ter outros mandatos iguais a este. O caminho é Retomar o Rumo da Modernidade, da Preocupação, do Rigor, do Interesse e, acima de tudo, Retomar com Liderança e Responsabilização Activa no nosso munícipe.
Narciso Miranda conta com o meu apoio, com o apoio dos que amam Matosinhos e, com certeza, com todos que sofrem com o actual cenário da nossa terra.

Gustavo Nuno Carvalho Para ler este texto na íntegra, clique aqui.

PS: Um Congresso sem Congressistas!

Novidade, não é para ninguém. Que há no Portugal de hoje condenações por delito de opinião, é uma verdade que não pode ser ignorada.

Assim não o entende, porém, o líder do Partido. E José Sócrates ao proclamar logo na abertura do Congresso que “no PS não há excluídos, perseguidos ou silenciados” está evidentemente a demonstrar que está mal informado.

Há – e muitos – excluídos, perseguidos e silenciados. Em toda a parte. Em todos os órgãos partidários. Em todos os núcleos organizativos, em muitos órgãos de poder autárquico. Alguns, com passado político irrepreensível. Com obra feita, e prestigiados.

Pelo contributo que deram ao engrandecimento e consolidação do Partido, e pela obra que, em cumprimento do programa socialista que subscreveram, realizaram em prol da comunidade.

Claro que há quem pretenda apagar da memória dos dirigentes socialistas a realidade que os ofusca!

E, aparentemente, até se convencem de que o conseguiram!

Quando conseguem transmitir a um homem com a envergadura política, verticalidade, firmeza e determinação de Sócrates, “informações” que o conduzam a admitir que – pese embora todas as evidências – não há, no partido que lidera, militantes (ou ex-dirigentes…) excluídos, só pode pensar-se que os esforços, concertados e repetidos atingiram o alvo. Isto é, conseguiram enganar o líder … porque o líder, muito simplesmente, aceitou deixar-se enganar!

Um pouco mais de concentração defensiva – usando aqui a analogia com o futebol – com marcações à zona (nem precisavam de ser marcações individuais); alguns cruzamentos sobre as informações que chegam à área em que se movimentam os jogadores (estes sim, no sentido pejorativo do termo) e, alguma prudência em validar os lances duvidosos que lhe apresentaram, teriam feito o milagre de o fazer escrever direito por linhas tortas!…

O “Congresso” do PS foi um congresso com pouco debate, pouca participação, muita frieza e calculismo para gerar o espectáculo capaz de sensibilizar o eleitorado.

Ou melhor: o “Congresso” terá existido apenas para quem entende que é em palcos que se conquista o eleitorado.

Conquistam-se é, uns ao outros – numa luta fratricida, de nula importância política e de completo desprendimento popular.

Internamente, a luta prossegue. Vale tudo. Enganam-se uns aos outros. Uns e outros, procuram – e temporariamente conseguem-no – enganar o líder. Engano que tem como consequência uma avaliação distorcida da realidade social.

Está visto. O Congresso de Partido Socialista – com aquela carga emocional e executiva que caracterizava os verdadeiros Congressos de outros tempos, esse, não aconteceu, sendo substituído por uma eficaz acção de mediatização, talvez, por estarmos no ano de todas as eleições.

O Partido Socialista nasceu para combater carências sociais, para defender causas, valores e princípios. O Partido é, de facto, o Partido das causas, valores e dos princípios. É, por isso, o meu Partido.


Narciso Miranda

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terça-feira, 3 de março de 2009

O medo de não ter medo

Era assim antigamente: o medo fazia parte do dia-a-dia dos cidadãos.

Medo de ter opinião; medo de participar em reuniões; medo de ser conotado com uma linha política tida como adversária do regime. Era tão eficaz a devassa da privacidade que, muitas vezes, bastava ser-se amigo – ou mesmo só conhecido de alguém já referenciado pela polícia como sendo próximo do “reviralho”…

E havia muitas razões para se ter medo. Era a polícia política a perseguir-nos; era o emprego a ficar em perigo; era a liberdade ameaçada.

Os mais antigos – refiro-me evidentemente às gerações de antes do 25 de Abril – recordarão por certo alguns episódios de repressão que conheceram (ou viveram) numa época em que – repito – O MEDO – lhes condicionava a vida.

O 25 de Abril – entre muitas outras consequências que trouxe à sociedade – trouxe também o fim do medo.

Passou a existir entre nós inteira liberdade de reunião e associação. De resto, este era um dos objectivos (conseguidos!) da revolução: restituir ao povo a Liberdade.

Foi para isto que muitos lutaram. Foi por esta causa que muitos foram torturados. Foi pela Liberdade que muitos deram a vida.

Para que pudéssemos, livremente, optar. Para que pudéssemos, sempre que se justificasse, criticar. Para que pudéssemos, sempre que o entendêssemos, apoiar.

É uma postura transversal da comunidade. Felizmente, entendida por muitos.

Sucessivos governantes têm encarado, com elevado sentido democrático, críticas de tons diversificados – algumas delas injustas, há que reconhecê-lo: é a democracia a funcionar em pleno.

É assim no Governo. É assim em muitos Partidos. É assim em muitas Autarquias.

Em Matosinhos – infelizmente – as coisas não são tanto assim.

Há relatos de cidadãos que sentem ameaçada a sua estabilidade profissional, que sentem em perigo a sua carreira, que se sentem vigiados e perseguidos.

Porquê? Ora, porque insistem em não descolar de uma amizade que consideram, de uma ligação que muito prezam, e de um projecto político que entendem ser imperioso concretizar. Indo direito ao assunto.

Há registos de funcionários municipais que, por cometerem o “crime” de virem tomar café comigo são despromovidos, ainda que para tanto seja necessário extinguir o cargo que ocupam. Outros vêm-se impossibilitados de aceder a concursos que, poderiam conduzi-los a promoções.

Há cidadãos livres e independentes que identificaram já alguns “espreitas”, posicionados em locais estratégicos de modo a poderem ver quem, e quando entram e saem da Sede da Associação Cívica “Narciso Miranda - Matosinhos Sempre”.

O medo de ser apontado. O medo de ver prejudicados familiares e amigos só por exercerem o mais elementar direito que a Liberdade nos concedeu.

Tudo isto, de tudo isto acontece em Matosinhos. De dia, à noite, a qualquer hora, há esquinas “onde está sempre uma cabeça”.

Problemas gravíssimos como a insegurança e o desemprego não preocupam a maioria camarária. Importa é impedir que cidadãos conscientes e avisados apoiem uma candidatura que ameaça retomar o rumo perdido.

Os matosinhenses vão felizmente conhecendo melhor a situação. Ignorar, ou mesmo desmentir a existência de problemas sociais: eis o “programa” do governo local.

Ou, talvez eu esteja a ser injusto na apreciação que faço. Como assim?

Quem sabe se resolveram mesmo atacar o desemprego, criando pseudo postos de trabalho. Onde estão eles?

Então aqueles que espreitam, acusam, fotografam, filmam, denunciam, inventam, caluniam, não estão ao seu serviço? E – estando - não estão, ao fim e ao cabo, a exercer uma actividade “profissional”?

Achavam que o emprego de “informador” acabou?

Pelo menos, em Matosinhos não! – estou em condições de o confirmar.

Poderão é – tais agentes de informação - não ser assalariados, com descontos para a Segurança Social e tudo.

Mas lá que os há…há!


Narciso Miranda

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segunda-feira, 2 de março de 2009

“ A certeza de um futuro… mas a incerteza de um BOM FUTURO”

Geração à Rasca” uma citação bastante conhecida e antiga, mas totalmente verdade nos dias de hoje.

Enquanto criança existem sonhos, perguntam-nos com alegria “ O que queres ser quando fores grande?” e respondemos ainda com mais alegria e convicção “ Médico…advogado… policia… bombeiro…”

A verdade, é que passados os anos esses sonhos continuam e até estão a um passo de se tornar realidade. Uns com o mesmo sonho, outros afinal descobrem que tem capacidade para outra actividade e os outros alteram porque dizem que é um emprego com saídas. Até ai tudo bem, “vendemos” a ideia aos pais e eles como querem o melhor compram-na a qualquer preço, mesmo sendo ao preço de uma privada.

Ao fim de quatro, cinco anos de sacrifício dos pais e de estudo árduo a única coisa mais parecida com a palavra emprego é “ Desemprego” ou “emprego precário” ou então emprego que nada tem a ver com o nosso sonho. Agora sim, chega a hora de enfrentar aqueles que tudo fazem por nos dar uma vida melhor e lhes dizer que afinal vai ser um pouco mais difícil arranjar emprego na área onde nos formamos.

Começa uma nova etapa: currículos, cartas, contactos e centros de emprego.

Começam as respostas, “o seu currículo é muito completo para a vaga que se pretende.” Centro de emprego nada, “ A vaga foi preenchida, mas mal apareça algo para a sua área contactamos”. Centro de emprego nada.

Para quem sempre viveu em Matosinhos, estudou e procura emprego nesta cidade torna-se um desafio interminável e sem ajudas.

É ai que os jovens se começam a desmotivar e a criar uma barreira, deixam de acreditar no governo, na política, no país, e na sua cidade, naquilo que sempre sonharam, “um bom futuro”. É com certeza que digo que existe uma desmotivação nos jovens mesmo naqueles que não pretendem ir para o ensino superior.

A desmotivação que agudiza, quando perdemos também a esperança na nossa gestão Autárquica, quando vemos como promessa de emprego, criação de Retail park’s, como se este centros comerciais, fossem verdadeiros empregadores. Mais, como se o facto de serem feitos em Matosinhos significassem por si só, uma oportunidade para os nossos jovens.

Mas os Jovens não podem desistir das ideias, dos valores e dos princípios que tinham quando eram crianças.

Juntos e pelo futuro podemos fazer a diferença e lutar para deixarmos de ouvir que a “Geração está à Rasca”

Andreia Ribeiro

“Narciso Miranda - Matosinhos Sempre JOVEM”


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