quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sondagens e sondados.

Os números não enganam.
Quando os resultados de uma sondagem são interpretados com o rigor científico de uma empresa com a credibilidade da Eurosondagem e a proximidade da Católica, assente no profissionalismo de Oliveira e Costa, e quando o Expresso, a Rádio Renascença e a SIC lhes atribuem a importância que a seriedade de um programa televisivo como o “Expresso da meia-noite” lhes confere, é porque estamos em presença de tendências reais, que não podem ser ignoradas, nem negligenciadas pela sociedade civil.
E o que dizem aqueles números? Desde logo, uma conclusão óbvia: a derrocada do PSD ajudaria o PS à ambição de uma nova maioria absoluta. Isto em teoria. Acontece que, à teoria, nem sempre a prática se associa.


Os “resultados brutos” desta sondagem, da Eurosondagem de Oliveira e Costa, com os 43,2% do PS (33,9%), os 26,9% do PPD/PS (21,1), os 10%do PCP (7,9), os 8,8% do BE ( 6,9) e os 6,3% do CDS/PP(4,9) mostram-nos que quem vai segurando a direita e alimentando a expectativa de uma nova maioria absoluta do PS é - paradoxalmente - o PSD!
É relevante o resultado, nesta sondagem, dos partidos á esquerda do PS, conseguindo uma votação de quase 19%. Há 20 anos isto não acontecia.
Se retirarmos os 6,9% do CDS, apenas 70% ficam para o PS e PSD (neste caso 43,2 para o PS e 26,9 para o PSD).”não estão incluídos os nulos=4,8%”


E o que se vai passando nas autarquias vai definindo posições, consolidando opções e capitalizando votações. Por muito distantes no tempo a que se pense se encontrem as eleições autárquicas...
Matosinhos é um bom exemplo do que pode ser feito para desacreditar as boas intenções de alguns que vão sonhando e inventando ou mesmo manipulando. Por cártamo é previsível uma votação, para a Câmara, à esquerda do PS, acima do normal, previsivelmente o PCP e o BE poderão somar 15%, ficando os restantes 85% para distribuir pelas candidaturas do PSD/CDS, PS e Independente.

A “direita”, em Matosinhos, poderá situar-se entre os 20 e 25%, ficam entre 50 e 55% para uma eventual candidatura Independente e a do aparelho do PS.
Atente-se naquilo que é hoje a opinião pública matosinhense. Associe-se esta realidade à ideia de que Matosinhos parou investimentos, perdeu peso, parou a dinâmica realizadora, privilegiou gastos correntes, em vez de investimento e criou facilidades em vez de rigor. O que sobra ao aparelho do PS de Matosinhos?
Não vou, aqui e agora, comentar os valores percentuais da sondagem trazida pela Eurosondagem. Os números assim apresentados seriam sempre frios e, pese embora a extrema credibilidade e aceitação que nos mereçam, só leituras trabalhadas e digeridas, conjugadas com cruzamentos numéricos, nos dariam a verdadeira percepção do que poderá ser a previsão do que vai acontecer em eleições.


Estes resultados devem ser lidos nos sítios certos.
E, para realizar sondagens, como para levar a cabo quaisquer tarefas, devemos escolher os melhores, os mais competentes, os mais profissionais. Com provas dadas, publicamente testadas e reconhecidas.


Nota final: Há alguns meses que persistentemente venho falando e escrito sobre questões relacionadas com a exclusão social, pobreza e, até, fome. Ouvi algumas pessoas, mesmo bons amigos, comentarem-me e dizerem-me que o meu discurso era excessivamente virado para “os coitadinhos”. Pois é! É verdade. Aí está, na agenda politica, o discurso da exclusão social, dos sem abrigo, da fome. Sim, meu caro leitor, eu não me enganei: toda a comunicação social fala dos perigos da fome. Instituições internacionais e nacionais, igreja e tantos outros e até o meu amigo António Guterres. E que bom foi ouvi-lo tão bem falar deste tema.

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