Realizaram-se durante este último fim-de-semana, as eleições internas do PS para as Comissões Políticas Concelhias, designadamente do Distrito do Porto.
Três notas podem ser feitas, num balanço sucinto destes actos eleitorais.
Em primeiro lugar, o PS, em alguns dos concelhos, conseguiu gerar mais do que uma candidatura. Tal criou as condições para um debate mais profundo e para o sempre importante confronto de opiniões em partidos democráticos.
É evidente, sempre o afirmei e reafirmo-o agora, que é melhor um partido “aparentemente dividido” do que um partido “adormecido”. E o PS tem dado sinais evidentes de ser um partido “adormecido”. No entanto, aqui ou ali, num ou outro concelho, num ou outro Distrito, os sinais vão precisamente no sentido contrário: de ser um partido mais dinâmico, mais interventivo, mais disponível para a pluralidade de opiniões e para o confronto democrático, responsável, de pontos de vista ou estratégias diferentes.
Segunda conclusão que pode ser retirada destas eleições internas: onde não se verificou mais do que uma candidatura, o que se verificou foi pouca participação, desmotivação, um certo alheamento e, consequentemente, um partido “adormecido”, em que os próprios militantes demonstram pouco interesse e onde qualquer sinal de maior vontade de discussão, de debate, de confronto de ideias é, imediatamente, eliminado.
Já – terceira conclusão – onde apareceram candidaturas diversas e, sobretudo, contrárias à linha oficial do PS do Distrito do Porto, aconteceram exactamente as mesmas situações que temos vindo a denunciar: actos de purga, de limpeza dos cadernos eleitorais, processos kafkianos, em que se condena primeiro e se dá – quando se dá – o direito à defesa depois, com o afastamento de militantes, ou porque tinham as quotas em atraso e nem sequer lhes foi dado o direito a regularizarem a situação, ou por este ou aquele “motivo”.
Isto é, um PS do Distrito do Porto verdadeiramente ao seu nível! Ao seu mais baixo nível!
Nota: Na Trofa, um concelho do Distrito do Porto, onde o Presidente da Federação Distrital do PS do Porto tentou insultar e até humilhar politicamente uma das grandes vencedoras, ao serviço do PS, nas últimas eleições autárquicas, ao conseguir, pela primeira vez, ganhar as eleições para o PS, acabou por ele próprio, nestas eleições para as Concelhias, ser castigado, humilhado e ver o “cartão vermelho”.
Afinal, ainda existem locais onde os socialistas demonstram carácter, convicção, firmeza e determinação.
Narciso Miranda
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Eleições para as Concelhias
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