domingo, 30 de dezembro de 2007

Espirito de Natal


1- SINTO UMA GRANDE NECESSIDADE de escrever sobre titulares de lugares do poder que se passeiam de forma ostensiva com sinais de ostentação provocatória e uma enorme hipocrisia que só se vai tolerando quer na área do poder quer no mundo dos aparelhos da politiquice. Já toda a gente interiorizou que se deixou de fazer politica sustentada em ideologias, em projectos, em causas e, também, se deixou de actuar com rigor ético e princípios.
Sistematicamente vão surgindo informações resultantes dos encontros de má-língua onde se faz ficção, se criam ilusões, se vêem fantasmas e, pior que tudo isto, as sombras perturbadoras alteram os espíritos mais fechados e mesquinhos. Hoje gostava muito de escrever uma crónica dirigida aos crápulas, aos sem escrúpulos, aos sem ética e, sobretudo, aos que passam a vida a mentir, chamando aos outros aquilo que é o seu comportamento no dia-a-dia.

Gostava também de escrever uma nota sobre os que, por conveniência ou por necessidade, são cúmplices de actuações, a todos os títulos, inaceitáveis e até repugnantes ou então remetem-se ao cómodo comportamento de actuarem por omissão. Os silêncios são, obviamente, perturbadores e, consequentemente, cúmplices.
Como bem diz o nosso povo e com toda a razão “é tão ladrão o que rouba como o que deixa roubar”.
Mas fico por aqui. Por hoje não vou escrever mais sobre estas polémicas questões e comportamentos nada dignos.

É Natal e o meu espírito cristão e natalício obriga-me à contenção, condiciona-me os desejos e aconselha-me à tolerância e à moderação. Mesmo assim fica uma nota aberta para depois desta época natalícia porque nunca na minha vida actuei com bajulices, nunca fui boy à procura de job, nunca quis, nem quero, tachos. Fica, portanto, o sinal de que no próximo ano, sem papas na língua, transmitirei o que me vai na alma, sem reservas, olhos nos olhos, defendendo sempre a verdade e actuando na politica e na vida publica como na vida familiar e pessoal: com carácter, com regras, com rigor e com sentimentos.

Até por estar um pouco combalido de um pequeno acidente que tive, que provocou as mais desencontradas noticias, informações e comentários que me deixaram umas vezes preocupado, outras surpreendido e outras tantas divertido. Tão divertido como se divertiram os idosos do Jardim Basílio Teles a contarem, olharem, comentarem, de forma divertida e segundo crónicas publicadas em alguns blogues, as filas de carros que transportaram as respectivas prendas com destinos diversificados. Divertido, ainda, como se divertiram os que viram o carro que na Brito Capelo fez parar o metro, provocando os mais diversos comentários e reacções dos cidadãos que circulavam a pé ou de metro, também eles carregando os presentes de natal com destinos diversos.

Como estamos no fim do ano fico-me por aqui, por estar a recuperar bem, quase pronto para outra distracção, desejando um novo ano com muitos sucessos, mais liberdade, mais saúde, mais educação, mais segurança, melhores vencimentos, menos desemprego, menos assaltos, menos pobreza, menos toxicodependência, menos jovens à procura de oportunidades de trabalho e menos pessoas sem dinheiro para comer, educar filhos ou mesmo para ir à farmácia.
Até para o ano se Deus quiser.

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