15 de Dezembro de 2007, a manhã de Sábado estava fria, e pouca gente sabia que o Presidente da República visitava a cidade de Matosinhos. Em plena quadra natalícia, as pessoas, aquelas que têm possibilidades, estariam nessa manhã ocupadas com as compras de Natal.
Por outro lado, pouco relevo tinha sido dado pela imprensa ao acontecimento. Nem antes, para anunciar a vinda do Presidente, nem depois para dar conta do muito, que em pouco tempo, portas adentro se passou. E bons motivos haviam para que a comunicação social se debruçasse com maior empenho sobre os factos ocorridos: as homenagens prestadas, e os contratos assinados.Não quero crer que a inesperada “marginalização”, a que votaram a presença do mais alto magistrado da Nação, se relacione com perda de importância social ou peso político de Matosinhos, na sociedade portuguesa.
Temos de concordar que não é normal, televisões, rádios e jornais se ocuparem de forma tão reduzida sobre o que foi a visita do Professor Cavaco Silva à nossa cidade. Sobretudo, se tivermos em conta que, nos actos em apreço, esteve presentes todas as televisões, algumas rádios, e muitos jornais de referência.De um modo geral, a informação foi escassa, pouco detalhada, nada esclarecedora.
Excepção feita ao Primeiro de Janeiro, que lhe dedicou a importância requerida, sendo desejável que também os semanários locais dêem ao assunto o tratamento informativo que a presença do Presidente da República em missão oficial justifica e, porque não dizê-lo, impõe! Até porque, assuntos houveram, que pelo que de positivo trarão à comunidade e ao concelho, bem mereciam ampla divulgação. Como, por exemplo, a assinatura dos contratos entre escolas e empreiteiros, iniciativa que decorreu sob o beneplácito do Presidente, como que a tornar irreversível este passo que Matosinhos acaba de dar na senda do progresso e desenvolvimento.Por tudo isso, a cidade de Matosinhos não pode nem deve ser ignorada pelos jornalistas. Porque é uma cidade pujante, porque tem potencialidades enormes e porque acolhendo com galhardia quem a visita, merece figurar na primeira linha da prioridade informativa.
Mas, muito mais havia a destacar.As homenagens singelas, mas sentidas, à Misericórdia de Matosinhos pelos 400 anos de dedicação e auxílio aos mais desfavorecidos e desprezados; ao Leixões pelos 100 anos de contributo na formação desportiva da juventude; aos 90 anos de Óscar Lopes, filho de Matosinhos, uma referência indelével no ensaísmo literário português; aos 20 anos dos Paços do Concelho, um marco na arquitectura portuguesa, e um exemplo de como conjugar estética e bom gosto, com condições de funcionalidade prática.
E até, a não programada visita ao Senhor de Matosinhos, concretizada pela acção conjunta do Reverendo Dr. Manuel Mendes e do chefe de Gabinete da Presidência Dr. Nunes Liberato reforçando o êxito da visita presidencial justificaria maior assistência informativa. Pena foi que o discurso do Presidente, aliás bem pronunciado e cirúrgico nos temas abordados, não tenha incluído também uma referência aos 5 anos do Metro do Porto, já que foi naquele dia, 5 anos antes que as primeiras carruagens do Metro percorreram a primeira linha entre Matosinhos e a Trindade.Matosinhos não esquece quem lhe quer bem. E, congratulo-me por poder contar, nesta onda, com o Professor Cavaco Silva.Em nome da comunidade matosinhense permita-me que lhe diga:Obrigado, Presidente pela visita!
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