sábado, 26 de julho de 2008

Prioridade aos jovens!

O assunto não tem ocupado a primeira linha de informação, nem tem merecido grande parte da atenção governativa.
Fala-se de vez em quando dos jovens, discute-se a lógica dos subsídios, acena-se-lhes com a perspectiva de virem a ser empresários, mas quase todos parecem esquecer uma realidade verdadeiramente preocupante para o futuro do país.
No meu constante peregrinar pelo mundo, encontro por vezes jovens com formação superior, alguns mesmo jovens talentos revelados nos anos de estudo e confirmados pelas elevadas classificações obtidas nas Universidades. Ciência e técnica acumulada, malbaratadas pela sociedade que não lhes oferece condições para as porem em prática.
E muitas vezes estes jovens talentos são explorados em Portugal por um “Estado” que nem sequer escolheram.
Não escolheram o Estado, mas podem escolher onde viver, desenvolver o seu talento e potenciar as suas capacidades. E só não vão embora os que não podem!

Temos de ser realistas. A ausência de uma política de inserção no mercado de trabalho de jovens deste gabarito constitui um tremendo erro que sucessivos governos e governantes vêm cometendo.
Não existindo - como na verdade não existe - uma maneira certa de fazer a coisa errada e não sendo nós criaturas perfeitas e infalíveis, quase sempre cheios de vícios e sempre de defeitos - é natural que cada um, no desempenho do cargo que ocupa cometa erros. Resultem eles de mera imprudência, imprecisão, desatenção ou mesmo negligência.
Até agora, pelo menos, não se vislumbra por parte daqueles a quem cabe tal responsabilidade, sequer a intenção, quanto mais um plano vivo e sustentado.
E o país, todos nós, lá vamos empobrecendo, também nestes domínios.
Soluções? Haverá algumas certamente.
Natural é, também, que não sendo coincidentes as formas de encarar e de resolver os problemas sejam divergentes as soluções.
Claro que as boas soluções podem ser aplicadas, com êxito, a quase todos os problemas. No tempo certo – acrescente-se - já que, em muitos casos, nunca saberemos quão cedo foi demasiado tardia a solução adoptada. Em tudo. Na família, no trabalho, na política.
Primeiro, as coisas mais importantes, mas não necessariamente por essa ordem – são uma regra que inconscientemente cumprimos.
É uma lei natural. E as leis naturais são impiedosas.
Reflexões próprias de quem se preocupa com a vida em sociedade. De quem, tendo vivido longas experiências de gestão administrativa, medindo as consequências e avaliando os efeitos da rota assumida, tem o privilégio de “sentir” o que pode ir na alma daquele que é, ao fim e ao cabo, o grande timoneiro desta nau em que todos navegamos: o primeiro-ministro.
Dir-me-ão que, quanto ao ser a nau a mesma, nada a objectar; só que enquanto alguns “passageiros” vão repimpados em primeira classe, muitos outros vão lá em baixo acondicionados no porão…

Para onde são empurrados, muitas vezes, nossos jovens!...

4 comentários:

Anónimo disse...

O seu interesse dos jovens tem de ser combatido pelo exemplo dos nossos lideres.
O seu apego ao próximo, ao bem colectivo e ao desenvolvimento sustentável é fundamental.
Para isso conte comigo.

Anónimo disse...

Faz aqui falta uma trova
Duma Criança Oprimida;
Ela que fale da Fome,
Ela que fale da Vida

Ela que fale da Pomba
Que tem a asa ferida;
Ela que fale da Nuvem
Que encobre a Terra poluída

………………………………

Quando uma lancha se afunda
Nunca a culpa é do Patrão
É sempre de quem se amola
LÁ NO FUNDO DO PORÃO

(do: Saudoso Zeca Afonso)

Anónimo disse...

Toca a andar! Para a frente.

Anónimo disse...

Acabe com o marasmo que reina neste concelho.
Todos os que o criticavam percebera, agora que falar é fácil mas fazer é difícil.
Em frente.