terça-feira, 23 de junho de 2009

Retomar o rumo do rigor

Sempre o soube, sempre o afirmei e, a cada dia que passa, tenho mais provas disso. Os matosinhenses conhecem-me bem. Conhecem a obra feita, o trabalho desenvolvido e a forma como sempre fiz questão de estar na política. Sabem que sempre coloquei os interesses de Matosinhos e dos matosinhenses acima de quaisquer outros. Sabem que sempre lutei para conseguir para este concelho apenas o melhor.



Foi, aliás, por isso, que sempre balizei a gestão financeira da autarquia por parâmetros de rigor, exigência e seriedade. Comigo, cada euro dos munícipes, tinha de valer um euro. A utilização dos dinheiros públicos foi sempre direccionada para o investimento, o desenvolvimento social, a solidariedade com os mais desfavorecidos, os mais jovens, os mais idosos e as famílias sem emprego e nunca permiti excessos, especialmente, em gastos desnecessários e supérfluos.
Há quatro anos, saí do poder por vontade própria. Porque acreditei que o projecto que tracei, com os cidadãos, iria ter continuidade. Rapidamente percebemos, no entanto, que tal não aconteceria. Nestes últimos quatro anos, assistiu-se a uma verdadeira política de despesismo, com laivos de ostentação, que destruiu a excelente saúde económica e financeira da Câmara de Matosinhos, atolando-a de dívidas, cuja factura, além do presente, terá de ser paga, também, no futuro.
E a grande questão que se coloca é se essa política despesista teve algum reflexo nas obras realizadas e, especialmente, na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Obviamente, não. Os vários empréstimos pedidos pela autarquia tiveram sempre apenas como finalidade suportar despesas correntes. Nestes quatro anos, anunciaram-se projectos, colocaram-se placas, mas quanto a obras, poucas ou nenhumas. Esta é a verdade.
Isto, para além do volume de dinheiro gasto em claras e evidentes acções de propaganda. Em 26 anos em que fui presidente da Câmara, nunca coloquei tantas páginas inteiras nos jornais, gastando dezenas de milhares de euros com textos irrealistas, com a foto do presidente da Câmara. Nunca foram feitas e distribuídas em todas as casas do concelho, tantas revistas, cartas, mensagens e fotografias. Isto tudo com o seu dinheiro, com o dinheiro de todos nós. Ainda a semana passada, os munícipes voltaram a receber nas suas caixas do correio, mais um panfleto, com a foto do presidente da Câmara, a anunciar o metro em S. Mamede de Infesta. Uma obra cuja conclusão só está apontada para daqui a 10 anos. É mais uma acção de propaganda que custou aos bolsos dos matosinhenses mais uns milhares de euros.
É nisto que a autarquia gasta, agora, o dinheiro dos cidadãos. Nisto e em contratos milionários com as mais variadas empresas especializadas em assessoria, marketing e promoção de imagem.
Entende-se. É o desespero de quem vê escapar-se-lhes por entre os dedos um poder não exercido com o rigor e o respeito pelos cidadãos que, sobretudo actualmente, enfrentam tantas dificuldades no seu dia-a-dia. É o desespero de quem, para recuperar o tempo perdido e dar a ilusão de que se faz, coloca no terreno obras mal planeadas, mal programadas, feitas apressadamente, num corrupio de tapa e destapa que inferniza a vida dos cidadãos, que terão, obviamente, uma factura elevada para pagar no futuro.
Vivemos tempos difíceis. O desemprego nunca foi tão significativo em Matosinhos. As famílias vivem angustiadas sem saberem como vão fazer para pagar as contas das coisas mais básicas de qualquer orçamento familiar, nomeadamente a prestação da casa, da creche, dos medicamentos e, muitas das vezes, a própria comida. E é nas dificuldades que os valores do rigor, da justiça, da solidariedade e da ética são mais necessários.
Perderam-se estes quatro anos. Não vou negar que vamos ter uma factura a pagar no futuro e que o próximo presidente da Câmara terá, sem que para tal tenha contribuído, que corrigir os erros cometidos. Mas também sei que é o tempo de retomar o rumo em Matosinhos. Já arregacei as mangas, saí para o terreno, contactei com os cidadãos, conheço os seus problemas e as suas angústias e sei que posso contar com todos os matosinhenses para que, em Outubro, nas próximas eleições autárquicas, digam, claramente, que querem retomar o rumo do rigor, da confiança, da esperança num futuro melhor para todos.

Narciso Miranda

1 comentário:

Anónimo disse...

Retomar o rumo, estamos de acordo caro Narciso Miranda, acredito que será esse o lema ,sei que já arregaçou as mangas, entre muitos eventos que participei consigo, neste período de pré- campanha,o cumprimentei hoje no terreno em Guifões. Mas a concorrência já esta no terreno,e com jantares...de gente ilustre, mas pensando bem, são só 22 votos a menos num universo de milhares, custa-me, (e nem acredito)segundo um semanário matosinhense, de um dos participantes, que eu considero culto e inteligente, afirmar que a mudança "seria o caos e um desastre". Sem comentários, valha-nos o Senhor de Matosinhos. Em frente Narciso.
José Guimarães-Custóias