Não, esta pergunta nunca me foi formulada. Quem a fez, nestes termos foi, como se sabe, o Rei de Espanha ao Presidente da Venezuela Hugo Chavez na recente cimeira Ibero – Americana.Mas, já faltou mais. Vontade, parece não faltar aos actuais dirigentes do partido político que ajudei a crescer e consolidar: o PS.
Porquê?
Não é que eu não reconheça que, em muitas situações “o silêncio é de ouro”.
Ou que, como se diz na “Desiderata”, muitas vezes em que vou “entre a agitação e a pressa” lembro-me “da paz que pode haver no silêncio”. Mas, já agora, permitam-me que seja mais expansivo.
Sem ser subserviente, procuro manter-me tanto quanto possível em boas relações com todos. Faço por dizer a minha verdade calma e claramente, e escutar com atenção os outros, “mesmo que, menos dotados e ignorantes”, já que - não duvido – também eles têm a sua história.
Evito também comparar-me com os outros; se o fizesse podia tornar-me presunçoso e melancólico porque – tenho a certeza – haverá sempre pessoas superiores e inferiores a mim.
Acrescento ainda que tenho a minha fortaleza de espírito suficientemente educada para que possa salvaguardar-me em inesperada desdita; mas não me atormento com fantasias – sei que muitos receios nascem da fadiga e da solidão. E reconheço, que o Aleixo tinha razão quando cantava:
“Entre leigos e letrados
fala só de vez em quando,
que nós às vezes calados
dizemos mais que falando”
E, no entanto, não me calo.
Não me calo contra a injustiça que faz dos ricos cada vez mais ricos, e dos pobres cada vez mais pobres.
Não me calo contra as arbitrariedades traduzidas na diferença das possibilidades de acesso ao ensino entre classes diferenciadas.
Não me calo, quando vejo ostentações de riqueza e gastos sumptuosos em instituições públicas que devem aos cidadãos a utilização acertada e comedida dos dinheiros comunitários, e a prestação atempada de contas.
Não me calo contra a indiferença de quem assiste de forma impávida ao descaminho dos jovens que não vislumbram perspectivas de emprego, e ignoram a desilusão dos idosos que, não encontram, no ocaso da vida recompensa do contributo que, com o seu trabalho deram à sociedade, e do valor que com os seus descontos salariais acrescentaram ao património nacional.
Não me calo, quando vejo sucessivamente adiadas reformas inadiáveis sob o ponto de vista de eficácia e consequência, no plano prático.
Esta posição, conscientemente assumida e coerentemente defendida, como que de “rebeldia” perante o poder socialista – o actual (e transitório) poder, entenda-se - tem os seus custos. Mas também os seus resultados. E compensações.
Sinto que, como cidadão, cumpro a cidadania exigível a quem se dedica à causa pública, e como socialista me aproximo do objectivo que norteou os fundadores do partido: criar condições objectivas para que a justiça social se instale na sociedade portuguesa.
Sem desvios. Com rumo certo.
Outra vez o Aleixo a visitar-nos.
“Vós que lá do vosso Império
prometeis um mundo novo
calai-vos que pode o povo
querer um mundo novo a sério”.
E, trabalhai nesse sentido, acrescento eu!
Porquê?
Não é que eu não reconheça que, em muitas situações “o silêncio é de ouro”.
Ou que, como se diz na “Desiderata”, muitas vezes em que vou “entre a agitação e a pressa” lembro-me “da paz que pode haver no silêncio”. Mas, já agora, permitam-me que seja mais expansivo.
Sem ser subserviente, procuro manter-me tanto quanto possível em boas relações com todos. Faço por dizer a minha verdade calma e claramente, e escutar com atenção os outros, “mesmo que, menos dotados e ignorantes”, já que - não duvido – também eles têm a sua história.
Evito também comparar-me com os outros; se o fizesse podia tornar-me presunçoso e melancólico porque – tenho a certeza – haverá sempre pessoas superiores e inferiores a mim.
Acrescento ainda que tenho a minha fortaleza de espírito suficientemente educada para que possa salvaguardar-me em inesperada desdita; mas não me atormento com fantasias – sei que muitos receios nascem da fadiga e da solidão. E reconheço, que o Aleixo tinha razão quando cantava:
“Entre leigos e letrados
fala só de vez em quando,
que nós às vezes calados
dizemos mais que falando”
E, no entanto, não me calo.
Não me calo contra a injustiça que faz dos ricos cada vez mais ricos, e dos pobres cada vez mais pobres.
Não me calo contra as arbitrariedades traduzidas na diferença das possibilidades de acesso ao ensino entre classes diferenciadas.
Não me calo, quando vejo ostentações de riqueza e gastos sumptuosos em instituições públicas que devem aos cidadãos a utilização acertada e comedida dos dinheiros comunitários, e a prestação atempada de contas.
Não me calo contra a indiferença de quem assiste de forma impávida ao descaminho dos jovens que não vislumbram perspectivas de emprego, e ignoram a desilusão dos idosos que, não encontram, no ocaso da vida recompensa do contributo que, com o seu trabalho deram à sociedade, e do valor que com os seus descontos salariais acrescentaram ao património nacional.
Não me calo, quando vejo sucessivamente adiadas reformas inadiáveis sob o ponto de vista de eficácia e consequência, no plano prático.
Esta posição, conscientemente assumida e coerentemente defendida, como que de “rebeldia” perante o poder socialista – o actual (e transitório) poder, entenda-se - tem os seus custos. Mas também os seus resultados. E compensações.
Sinto que, como cidadão, cumpro a cidadania exigível a quem se dedica à causa pública, e como socialista me aproximo do objectivo que norteou os fundadores do partido: criar condições objectivas para que a justiça social se instale na sociedade portuguesa.
Sem desvios. Com rumo certo.
Outra vez o Aleixo a visitar-nos.
“Vós que lá do vosso Império
prometeis um mundo novo
calai-vos que pode o povo
querer um mundo novo a sério”.
E, trabalhai nesse sentido, acrescento eu!
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