segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A Politica do Cuco.

Consiste a "política do cuco" na irresistível tentação de se fazer festim com obra alheia. O cuco é conhecido precisamente por colocar os ovos no ninho de outras aves, aproveitando a sua ausência temporária.
Entre as muitas espécies de cucos, destaque-se o "cuco canoro".
Nasce primeiro que os irmãos, e começa logo a jogar os outros ovos para fora do
ninho. O objectivo é claro: ficar só, para ter só para ele a atenção da fêmea.
Muito semelhante é o "cuco rabilongo".
Este ao contrário do "canoro" em vez de procurar eliminá-los convive com os irmãos, e usa um processo muito mais subtil e refinado para obter favores alimentares de outras aves. Aproveita o facto de ter uma cor rosada e atraente, para se insinuar junto das outras aves: instala-se nos seus
ninhos e, sabendo que estas criaturas sentem uma força irresistível por aquelas que apresentem cores garridas no interior dos seus bicos, aguarda que o sirvam.
Lembrei-me destas maravilhas da Natureza ao tomar conhecimento dos elogios recíprocos, pronunciados pelo Ministro da Presidência e pelo Presidente da Câmara, na recente inauguração do pavilhão e piscina de Guifões.
Nada que não fosse de esperar, bem entendido: quando as cores e o alinhamento político de visitantes (representando o poder central) e visitados (representando o poder local) coincidem, não há contraditório a ter bem conta.
E, não havendo contraditório - como na circunstância seria natural que não houvesse - misturam-se as ideias, enquadram--se as intenções, encaixam os pontos de vista, e convergem as opiniões.
Nada de estranhar, porque, se ambos partem de iguais pressupostos é natural que sejam idênticas as conclusões. E, não havendo, na circunstância oportunidade para que alguém ponha no lugar as coisas, ou seja quem esgrima a verdade, está aberta a porta ao erro de apreciação e à deformação do julgamento. Foi o caso.
Conscientemente, foi passada ao ministro a mensagem de que a obra em questão tinha sido "inteiramente desenvolvida neste mandato".
Não é assim! Esta obra "nasceu" durante o anterior mandato a que tive a honra de presidir. Se foi neste mandato concluída é porque para a sua construção foi necessário tempo; tanto quanto as especificações técnicas do projecto, e os meios utilizados para a sua concretização impuse-ram. Uma obra com esta dimensão, dependendo evidentemente dos meios empregues, demoraria naturalmente alguns meses a concretizar.
Circunstância "feliz" que permitiu aos responsáveis presentes ensaiar o "número de cuco" que apresentaram. Os aplausos frouxos e inconsequentes deviam ser matéria de reflexão.
Claro que, os matosinhenses, conhecendo os planos em curso, e tendo tido conhe-cimento, em tempo útil, dos projectos aprovados no mandato anterior, não podem deixar de lamentar a aparente ingenuidade do ministro, ao aceitar como válida a versão que lhe serviram, embrulhada em eficácia autárquica!
Falemos verdade:
O edital para o concurso público é, por mim assinado, a 29 de Julho de 2005, e pu-blicado no Diário da República a 2 de Setembro do mesmo ano. O prazo aí estabelecido para apresentação de propostas ficou estabelecido para 2 de Dezembro do mesmo ano.
Em 4 de Novembro, em despacho, por mim exarado, é prorrogado o prazo, de
apresentação de propostas para 3 de Abril do ano seguinte. Este anúncio foi publicado no D.R. de 29 de Novembro.
Em 24 de Fevereiro de 2006, foi, de facto, publicado novo anúncio, não de abertura de concurso, como foi afirmado, mas, tão só, a anunciar "que foram solicitados esclarecimentos por potenciais concorrentes" para apresentar as suas propostas dentro do prazo, estabelecido (3 de Abril de 2006).
Factos são factos.
Esta é a verdade.
Por muito que custe.

2 comentários:

Anónimo disse...

a verdade acima de tudo
a cesar o que é de cesar
NARCISO MIRANDA TEM TODA A RAZAO
OS FACTOS ESTAO PROVADOS .

ALBERTO FERNANDES

Anónimo disse...

Caro Narciso

Acho que toda gente sabe bem a verdade.

Que obras estruturantes foram projectadas para o concelho neste mandato?

Que projectos ao nivel social para combater a exclusão foram discutidos ou lançados?

Que medidas foram tomadas para atrair investimento ?( o mar a mesa? deixem-me rir...)

No fundo neste concelho que estava sempre em movimento nada se ve de novo.

Simplificar a vida ao cidadão, grande lema da campanha é uma farsa: mecos na estrada, front office por abrir, loja do cidadão no papel e uma estrutura camararia gigante e dispendiosa.

Apenas se ve ganancia e ostentação, não demostrando respeito por quem tem dificuldades, com grandes carros, festas e tendas.

Narciso, não percas tempo com essa gente, olha para o projecto de matosinhos e vai em frente.

KIM 4