quinta-feira, 23 de abril de 2009

Viver a liberdade em Matosinhos

Com as comemorações dos 35 anos da Revolução do 25 de Abril mesmo à porta, não poderia deixar de fazer referência a tão importante marco da história de Portugal. Apesar de não ter vivido nessa época, nem sentido o peso de tal acontecimento, foi através dos testemunhos da minha família e de conhecimentos adquiridos ao longo da vida que passei a saber o que foi viver 48 anos de ditadura, o que foi a PIDE e o que significou o regime totalitarista de Salazar.

Foram anos de medo, censura e repressão política. Rara era a família que não tinha um elemento a combater em África, na Guerra Colonial. O simples manifestar de diferentes opiniões ou a luta pela liberdade dava direito a prisão ou perseguição. Quando dou por mim a pensar o quanto gostava de ter presenciado este episódio pelo seu impacto ou significado, imagino ao mesmo tempo como realmente se vivia neste meu país que é Portugal ou nesta minha terra que é Matosinhos. Uma época bem diferente.

Estes 35 anos de liberdade são já suficientes para entendermos que valeu a pena a Revolução dos Cravos. Um acontecimento que deu origem à transformação de Portugal num país livre, moderno e democrático. Assistiu-se a um elevado crescimento económico, cultural, político e social. Matosinhos não foi diferente do resto do país. Ao longo dos tempos, para além de Terra de Horizonte e Mar, tornou-se terra de liberdade e democracia.

É pena e lamentável que ainda hoje em Matosinhos encontremos ainda quem não tenha percebido e interiorizado estes valores e insista em impor ‘regras’ do “Antigo Regime”. Há bem pouco tempo assistimos à retirada de estruturas de propaganda e respectivos cartazes. Uma atitude que vai contra a democracia. Onde estão os valores de Abril? Não podemos ficar imobilizados a observar quem ignora tais princípios. É inadmissível em pleno século XXI verificar que há ainda quem queira que vigorem algumas leis salazaristas.

Tentar calar as vozes da discórdia já não é deste tempo. A liberdade é quase como o ar que respiramos a cada dia. É urgente respeitar e preservar o desenvolvimento democrático que tanto custou conquistar. O caminho é recuperar a esperança, reactivar o espírito de solidariedade e participação cívica e enfrentar os desafios. A mudança já não está assim tão longe. Com Narciso Miranda, Matosinhos irá certamente retomar o rumo.

Natércia Ribeiro

(Narciso Miranda “Matosinhos Sempre Jovem”)

1 comentário:

Manuel disse...

VIVA A JUVENTUDE

VIVA A LIBERDADE

VIVA O 25 de ABRIL


MATOSNHOS SEMPRE