Já por diversas vezes manifestei, claramente, o meu desagrado profundo por, em Matosinhos, a maioria municipal (eleitos do PS e do PSD) ter optado por aplicar a taxa máxima para o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), porque, dessa decisão, resulta um claro agravamento da situação já difícil que a grande maioria das famílias enfrenta.
Percebo que a aplicação da taxa máxima pela nova maioria da Câmara resulte da grave situação financeira que a autarquia atravessa.
De facto, nestes últimos anos, assistimos a um crescimento impressionante dos gastos correntes, o que conduziu ao recurso sistemático, por parte da Câmara, a empréstimos, designadamente de tesouraria.
Acontece que não se pode resolver o problema da crise financeira da Câmara através do aumento das receitas à custa do esforço dos cidadãos. A débil situação financeira da Câmara deve resolver-se cortando nas despesas correntes, anulando gastos supérfluos.
Muito menos se percebe que, enquanto se perdoa milhões de euros a grandes empresas, se sacrifique os cidadãos. Não se percebe como é que a Câmara é capaz de sacrificar os cidadãos e perdoar à “Cepsa”, através de um acordo, milhões de euros. A “Cepsa” que tinha uma dívida, reivindicada judicialmente, para com a autarquia de 17 milhões de euros, que ficou reduzida a 715.935,36 euros!
Um acordo em que, ainda por cima, a “Cepsa” se “disponibiliza” para “contribuir para o desenvolvimento das vertentes sociais, culturais e desportivas do Município, em regime de mecenato, através de acordo a celebrar”. O que tem a Câmara a ver com o facto de uma instituição ou uma empresa querer fazer contratos com instituições da sociedade civil, ao abrigo da Lei da Mecenato? A qualquer entidade, instituição, empresa ou cidadão assiste toda a liberdade e legitimidade para o fazer, por sua conta e risco, com o seu dinheiro.
Em síntese, a Câmara perdoa, numa atitude benemérita, milhões de euros à “Cepsa”, enquanto esta procura “compensar” esta atitude, propondo-se a ajudar as colectividades do concelho, através da formação de “um saco”… não se sabe bem de que cor!
Os eleitos da lista “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” apresentaram uma proposta – rejeitada pela maioria da Câmara (PS e PSD) – para baixar o IMI em 20 por cento. Fizeram-no conscientes da conjuntura económica difícil que atravessa o país, de uma forma geral, e da qual Matosinhos não é, infelizmente, excepção e respeitando o compromisso eleitoral que assumiram.
Fizeram-no a pensar nos matosinhenses, nos milhares de famílias que enfrentam, actualmente, extremas dificuldades, inclusive para suportar os próprios encargos financeiros que contraíram. Fizeram-no com a consciência de que o índice de desemprego nunca esteve tão elevado no concelho.
Este é, assim, mais um encargo a pesar no “bolso” dos matosinhenses. Uma “factura” cara que os cidadãos vão ter de pagar. Uma medida que irá penalizar, de uma forma extremamente gravosa, as famílias de Matosinhos.
A estes, não se perdoa nada. Perdoa-se, sim, às grandes empresas, às que já ganham muito dinheiro. Vá-se lá perceber porquê e que tipo de política é esta!
Narciso Miranda
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Sacrificar os cidadãos
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5 comentários:
Uma das bandeiras de Narciso Miranda, (N.M.),para as eleições autáquicqs de 2009, contemplava a promessa de, entre outras , a redução de 20% de IMI.Como participante activo na campanha, (embora não como potencial candidato a quaquer lugar legível),tive sempre algumas reservas que esta promessa se pudesse cumprir.
Não sou especialista na matéria, mas creio que, N.M. devia , e continua a estar bem documentado
para na primeira reunião do executivo camarário, propor a redução do I.M.I. nos tais 20%.É óbvio que a nova maioria não abriu mão de uma receita que é base de sustentabilidade de uma rubrica do do orçamento camarário.E por aquilo que nos é dado observar, os Matosinhenses vão pagar pela taxa máxima, e por isso não me admira as centenas de anúncios nas instalações das finanças de processos de execução fiscal em que uma parte dos Matosinhenses , (com tendencia para aumentar todos os dias, )não podem pagar.Seria óptimo que o executivo camarário fosse sensivel a esta questão, mas não parece ser, vejamos;por exemplo baixar as despesas, e onde?.Por exemplo, no O.C. de 2009, pag 14 02-02-17, é dotado uma verba para publicidade de, 1.380.000€, ora será que, a C.M.M.precisará de investir tanto em promoção paga?. Por exemplo quanto a subsídios,entre vários que foram concedidos no ano de 2009, há pelo menos um que dá que pensar , uma verba de 100.000€ para uma orquestra de jazz,para que extracto social esta associação é vocacionada?Pois é ; quando o Homem perceber que o subcídio é o maior inimigo do da sociedade já é tarde.
José Guimarães
Caro José Guimarães,
É, de facto, de lamentar que a nova maioria municipal (eleitos do PS e do PSD) tenham decidido pela aplicação da taxa máxima do IMI e tenha rejeitado, liminarmente, a proposta dos eleitos "Narciso Miranda Matosinhos Sempre" de baixar este imposto em 20%.
Esta é mais uma "factura" elevada que os matosinhenses vão ter de pagar e que vai penalizar, de forma extremamente gravosa, a grande maioria das famílias que enfrentam, já, sérias dificuldades.
Isto, enquanto se perdoam milhares de euros a grandes empresas. Isto, enquanto se gasta o dinheiro dos munícipes em despesas supérfluas e gastos correntes.
Vá-se lá entender esta política, em que se sacrificam os cidadãos...
Narciso Miranda
Ainda recentemente tive a oportunidade de estar numa grande cidade Europeia Amsterdam .
Única em tudo, surpreendeu-me a excelente rede de transportes públicos.
Assim, gostaria de lançar este repto:
Será que a nossa cidade, Matosinhos, sim aquela plantada á beira Mar
possuiu uma boa rede de transportes públicos?
Saudações Marítimas
José Modesto
Ser pobre um dia não custa nada.
Custa é selo todos os dias…
Será que durante este mês (pelo menos) a CMM vai disponibilizar alojamento e refeições aos que mais precisam?
Natal é quando a gente quiser.
Saudações Marítimas
José Modesto
Caro José Modesto,
A mobilidade é, de facto, fundamental para o sucesso económico e social de qualquer município.
O concelho de Matosinhos é atravessado por vários operadores públicos e privados, permanecendo, no entanto, lacunas na cobertura total e eficiente do concelho, com adequação de horários entre as várias redes.
Um exemplo fulcral disso é a fraca cobertura do norte do concelho, nomeadamente nas freguesias de Lavra e Perafita. Outros exemplos, são, também, os das deficientes ligações das restantes freguesias aos diversos equipamentos públicos. Existem casos, publicamente expressos, em que os cidadãos para se deslocar ao hospital, dentro do concelho, precisam de utilizar três ou mais transportes diferentes.
A adopção do princípio da Intermodalidade, com base para o desenvolvimento sustentável nos transportes de Matosinhos, com a articulação entre os vários modos e meios de transporte, públicos e privados, seria uma forma de tornar mais rápida, abrangente e eficazes as operações de transporte de passageiros.
Um abraço,
Narciso Miranda
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