segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PS - Eleições: Mais uma vitória da abstenção!

Em Abril do ano em curso, nas colunas deste semanário, salientei o significativo número de militantes do PS que “ficaram em casa, alhearam-se completamente das eleições para a concelhia de Matosinhos, não votando, ou foram para a praia, ou para a piscina, ou foram, pura e simplesmente dar um passeio com a família”. De facto nessas eleições realizadas nos primeiros dias de Abril, apenas votaram 39%, sendo certo que os restantes 61% disseram: Não, não vou votar.
Mais recentemente, na semana passada, salientei que nos Açores o “Partido da Abstenção” teve “melhor” votação - 53,2% do que o grande vencedor das eleições, que foi o PS com cerca de 50% dos votos.
Este fim-de-semana realizaram-se as eleições para as estruturas distritais do PS.
No distrito do Porto apresentaram-se três candidaturas. Espectável por isso, que a motivação crescesse com mais militantes a votar.
Enganaram-se os mais optimistas. Eu próprio me enganei. Afinal dos cerca de 18 000 militantes apenas votaram 5 974. Um terço. Em cada três militantes do distrito, dois disseram: Não, não queremos votar.
Bem se esforçaram os homens do aparelho socialista. Compreende-se!
Antes de mais, tanto esforço traduzido na forma como insistentemente foi pedido o voto aos militantes, constitui o reconhecimento de que as hostes se encontravam manifestamente desmobilizadas.
Porque, quando a confiança está em alta, quando o objectivo comum é a estabilidade do partido, quando a prática política dos seus dirigentes coincide com as necessidades dos seus militantes, estes valores – reveladores de um estado de alma sadio e, com nobreza - simplesmente emergem. Entusiasmo, e participação eleitoral activa, não se atingem por encomenda! Nem por convite! Nem sequer por aliciamento, como acaba de ser demonstrado!...
E, foram múltiplos os expedientes utilizados. Alguns, verbais e presenciais. Destes, não há registos, a não ser os testemunhais. Mas, há mais.
Os que assentam nas novas tecnologias: E-mail, ou SMS – e estas ficaram registadas. É assim indesmentível a sua ocorrência. Nada que deva ser escondido, nem nada que não possa ser revelado. Afinal, são recursos perfeitamente legítimos e, potencialmente eficazes... quando a causa social é reconhecidamente válida.
Se as refiro é apenas para sublinhar o extremo zelo, cuidado e perseverança posto pelos aparelhistas ao serviço de uma causa, que – são os números que o dizem – se saldou em completo fracasso (salvo raríssimas excepções, claro). Não foi pois por aqui que a coisa emperrou. E tenho boas razões e, boas provas, para desta forma me manifestar.
Só no meu telemóvel, na circunstância, “caíram”, pedindo-me o voto, mais de uma dúzia de mensagens. Sem êxito. Sem motivação para tanto, associei-me aos faltosos!
O Sábado gerou em mim outras motivações.
Reafirmo, contas feitas, mostra-se que em cada três militantes, dois deles, pura e simplesmente, ignoraram estas eleições.
Sinais dos tempos - dirá o leitor. Afinal, isto vai acontecendo um pouco por todo o lado, tenho de concordar com esta avaliação. Mas sejamos claros: há cada vez mais uma incontornável indiferença dos cidadãos e agora, comprovadamente dos militantes anónimos do PS.
Ausência e alheamento colectivo: muito mais do que a fotografia revelada de uma situação preocupante, estes resultados são um claro sinal de que, ao nível do aparelho do PS há quem não entenda que, um partido só é grande se a sua base de apoio for estável, consolidada e participativa.
Nenhum partido – por mais fortemente que esteja representado nos órgãos de poder – resiste a uma erosão continuada, ainda por cima com origem no seu próprio seio. E, os militantes são a própria seiva que alimenta a folhagem onde se acoitam responsáveis e alguns procuram esconder erros directivos. Por isso, os militantes do PS – gente boa, honrada e generosa – entendem cada vez mais, a necessidade de controlar intervenções.
E até, muitos deles, iniciaram já o processo de exclusão.
Muitos, correm já por fora. Para, todos juntos defendermos as causas do PS e fazermos crescer a alma socialista!

2 comentários:

Visconde Peixeiro disse...

Narciso Miranda fiquei confuso com o seu texto. Estamos a falar de socialismo ou de civismo??? Sabe que embora aprecie a sua pessoa e as suas ideias, tenho muito pouco de qualquer tendência partidaria. Suponho que seja este o mote da sua candidadatura, verdade???


Viva Matosinhos!!!!!

Anónimo disse...

MEU CARO AMIGO PRESIDENTE.
cada ves mais o povo nao liga aos partidos, embora como o presidente diga que nao á democracia sem partidos muito bem mas cada ves á mais corrupçao ainda neste fim de semana com as eleiços para a federaçao do porto á porta das secçoes estavam sempre os mesmos para convencer os indecisos. cada ves dá menos gosto votar em partidos embora seja militante de um mas por agora é só por um homen que vai se independente, depois se verá FORÇA PRESIDENTE.zé da xica