Muito mais cedo do que seria de esperar, aí estão confirmados, preto no branco, alguns episódios, cuja ocorrência previ nestas colunas. Era inevitável. A surpresa está apenas no desnorte e, na inquietação dos aparelhos partidários. Tenho dito - e aí estão os factos a dar-me razão – que Matosinhos seria visitado por personalidades políticas diversas, que aproveitariam a circunstância para dissertar sobre tudo, sem terem em conta o que objectivamente desconhecem: a verdadeira situação da comunidade matosinhense, os gastos públicos, e o verdadeiro sentir da população indefesa, desapontada, desiludida e farta de desconsiderações.
Enredados na teia do poder partidário, esquecem uma verdade insofismável: o povo, em última análise, é o verdadeiro juiz nestas causas. Juiz inapelável, há que acrescentá-lo. Não há truques oratórios, nem obras virtuais, nem inversão de factos que suplantem as razões de uma decisão eleitoral. Adiantar hipóteses, formular desejos e, efectuar juízos de valor, antecipando resultados e consequências, revelam completo distanciamento do que é a realidade local em termos de tendência eleitoral.
Uma simples consulta aos resultados de sondagens credíveis e sustentadas, mostrariam aos incautos visitantes - por mais prestigiada que fosse a missão e, mais mediática que fosse a operação - o erro em que incorrem. Compreende-se o esforço.
É que, quem escolhe os candidatos é o aparelho partidário. São os seus dirigentes, que conjugando realisticamente múltiplos factores optam e, indicam a candidatura a considerar. Que, pode até não ser a que os militantes de base desejam e muito menos os eleitores.
Sensibilidade, dimensão política e profundo conhecimento da realidade: eis os ingredientes de uma boa opção e, de uma decisão acertada. Valores, que os militantes dos partidos, têm todo o direito de ver respeitados. Em todos os partidos.
No PS também.
Claro que os seus militantes sabem muito bem que, quem elege os seus representantes é o povo. Soberano, no tempo certo, livremente, decide. Por isso os aparelhos escolhem candidatos, os cidadãos decidem quem querem para presidente.
De resto, cabe aqui registar uma originalidade. Ainda antes de uma escolha confirmada, aparecem cá por Matosinhos completamente isolados, alguns agentes avançados de uma orientação política que não influenciam - quais pescadores de águas turvas - a lançar sugestões, a equacionar cenários, a revelar candidatos…
E, aproveitam avidamente todas as oportunidades, mesmo que as circunstâncias nada tenham de propício. Afinal, a missão que os traz a Matosinhos não é exactamente aquela, pela qual, a sua vinda fica conhecida!
Desperdício de tempo e, de dinheiro?
Tanto não, vá lá. Ao menos, os cidadãos ficam a conhecê-los melhor.
Eles vêem cá com todo o direito e legitimidade. Não trazem nada. Mesmo nada, É o aparelho a dar sinais que está a tentar cerrar fileiras. As fragilidades são óbvias.
A festa até correu como o previsto. Os convidados iam para um jantar “oficial de comemoração”. Normal. Afinal as comemorações também se festejam. Os convites foram feitos de forma inequívoca, vindos de vereadores, administradores, adjuntos, secretários e alguns dos chefes da megalómana macro estrutura: “é um jantar oficial de comemoração”. Só que os convidados, indefesos, de boa fé, encontraram um jantar partidário e os discursos dirigidos aos convidados desfizeram todas as dúvidas “ Caros camaradas…”. As pessoas olhavam-se, davam sinais, agitavam-se e interrogavam-se. Pois é… nada é como dantes. Agora vale tudo e… lá se despeja o rigor e o espírito republicano na sarjeta.
O “programa”, está agora no início. Perfilam-se já outras visitas renovadas. Outros artistas, acolhidos pelo poder local, vão manifestar os seus propósitos, divulgar as suas escolhas, levar a cabo os seus números.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Visitantes confundidos
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3 comentários:
Muitos pensaram que iam a um jantar institucional da CMM e saiu-lhes um jantar do PS cheio de cromos.
Mais uma vez, deixo uma opinião em jeito de comentário, em relação ao que gostaria de ver nas abordagens que se fazem aos eleitores, seja em jantares comemorativos ou numa preleção partidária, vamos por favor acabar com os "camaradas". A candidatura independente deve tratar as pessoas por cidadãos, e na sua essência ouvir e entender as suas necessidades. Tenho a convicta certeza que Narciso Miranda assim o fará, pois assumiu com coragem uma candidatura que, mais do que tudo, é transversal a qualquer ideologia partidária. Admito que nunca fui socialista, ao contrário de Narciso Miranda, por isso deixo o meu apoio como independente a sua candidatura. Poderá esta, não ter visitas das ostes Lisboetas -também ninguem por aqui está assim tão interessado, mas tem concerteza a atitude a experiencia e o reconhecimento de um povo que sabe destinguir o "peixe fresco" do "congelado".
VIVA A INDEPENDENCIA
VIVA MATOSINHOS
Isso Espanta??
Entaõ esse e outros comportamentos não são os normais nos nossos pseudo governantes??
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