Ainda não se apagaram os ecos do discurso do presidente nas comemorações dos 98 anos da implantação da República.
A mensagem séria e avisada que a todos transmitiu, com natural incidência nos “agentes políticos” não resolverá certamente os problemas globais da sociedade – nem seria de esperar que assim fosse.
Foi, no entanto, um contributo para um alerta profundo à classe política sobre as responsabilidades e os deveres que, os seus agentes têm para com os portugueses.
É que, as suas palavras foram tão precisas, tão sensatas, tão cirúrgicas, tão a propósito, que até o aparelho de Estado se viu na obrigação de declarar-se solidário no propósito, e convergente na apreciação.
“Consonância perfeita” – disse-se na circunstância. Divergências, não as encontrou o poder. Ou, pelo menos não se deu conta delas. E, no entanto, elas existem...
Enquanto o Presidente, diz, preto no branco, que “Portugal tem registado fracos índices de crescimento económico”, o chefe do governo fala em “desenvolvimentos muito importantes ao longo dos últimos três anos”.
Enquanto Cavaco, de forma directa e desassombrada reclama como imediata prioridade a atenção aos necessitados e, trata a pobreza e a miséria pelos nomes, Sócrates afiança que “nestes últimos três anos, saíram da pobreza mais de 130 mil idosos” e, acrescenta que “o Governo não só fez como está a fazer tudo para tirar mais pessoas da situação de pobreza”.
Enquanto o supremo magistrado da nação constata que “ainda não invertemos a insustentável tendência do endividamento externo”, o chefe do executivo assegura que “há três anos atrás Portugal tinha uma gravíssima situação financeira, mas agora já não temos o mesmo problema...”.
Enquanto se exige que o Estado “seja rigoroso e ponderado no uso dos dinheiros públicos e que os impostos sejam justos e razoáveis”, espera-se que exista “energia e ambição no sentido de que sejam enfrentadas as dificuldades não apenas portuguesas, mas de todos os países europeus e dos Estados Unidos”. Também aqui o governo preocupou-se em manifestar concordância. Não se trata de declarações dispersas e desencontradas no tempo, mas sim afirmações em jeito de comentário/resposta ao que Cavaco Silva transmitiu a 5 de Outubro.
Diagnosticado o mal, e apontado o rumo, há que corrigir a rota – pensarão os portugueses: fórmula simples e, de aplicação universal.
A política que se ajusta a este plano está pois definida. E, não só ao mais alto nível da Administração Pública. Também o poder local precisa de energia, criatividade e competência. E de capacidade reivindicativa.
É necessário, também ao nível de poder local, rigor e ponderação no uso dos dinheiros públicos evitando gastos supérfluos e sinais de ostentação.
A questão está agora em saber-se quem são os cidadãos capazes de tornar efectivos os anseios da população. Poucos, a não ser os próprios, acreditam nas cúpulas dos aparelhos partidários, desacreditados, insuficientes e incapazes. Os fiéis militantes dos partidos, porém, não desistem. Sabem que, entre eles – os de base - “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz, Não”.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
“Vivemos tempos difíceis” – Duro diagnóstico de Cavaco
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10 comentários:
Será que conseguem dizer não quando o Presidente da Câmara diz em 2005: "Sou claramente a favor do metro na Avenida da Boavista, não só porque interessa a Matosinhos, mas porque, se me for permitida uma palavra, gostaria de ver requalificada a Avenida da Boavista com o projecto do metro. Haverá quem tenha uma visão diferente, mas é prioritária para Matosinhos, na medida em que inclui o prolongamento para Leça da palmeira."
in Jornal de Notícias, 14 de Novembro de 2005
Mas agora para agradar ao Governo já opta pela linha do Campo Alegre e pelo timing virtual da Ministro Mário Lino. Um belo mortal à retaguarda como diz o Rafael Barbosa. Pena que não seja a favor dos interesses do concelho.
Pena que seja contra o emprego e a qualidade de vida.
Sei que os insultos o deitam abaixo mas confie em si e ignore os covardes anónimos.
Ânimo e perseverança! Continue a ignorá-los.
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Acho muito bem e não ande fazer festas e mandar dezenas de milhar de revistas com a fotografia do Pres. da Câmara para os munícipes numa lógica de mero clientelismo eleitoral que não engana ninguém.
Narciso Miranda:
Matosinhos precisa de clareza politica e intervenção rapida e eficaz.
Anuncie a sua volta e acabe de vez com o reinado do despezismo e compadrio...
tone manco
Uma equipa é um grupo de pessoas que geralmente se une para alcançar um objetivo em COMUM.
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