Os tempos que vivemos – todos os governos do Mundo, todas as forças políticas o reconhecem – são tempos de contenção e poupança.
Os sinais da crise são evidentes. O desemprego crescente, vem trazendo à sociedade um conjunto de problemas, cuja resolução, não se vislumbra a curto prazo. Figuras públicas de autoridade indiscutível – como o próprio Presidente da República - não se cansam de recomendar prudência, aconselhar transparência e desaconselhar proclamações de sucesso pessoal, partidário ou mesmo governativo. A realidade nua e crua – e não há truques oratórios que encubram esta verdade – é que o País vai mal, muito mal. E, o pior é que, nenhuma solução de fundo, nenhuma estratégia desassombrada, nenhuma fórmula mágica se desenha no horizonte. Nem era expectável que desenhasse…
Enquanto uma parte significativa do País – que muitos responsáveis representam com dignidade e com a eficácia possível (há, felizmente muitos e bons governantes) – se adapta a um estilo de vida ajustado às realidades pontuais, outra parte, deslumbrada com o poder delapida património, gasta desmesuradamente e hipoteca o futuro.
Que fique claro: nunca condenei investimentos que visem fins sociais de interesse comunitário indiscutível: subsídios a colectividades que se destinem a promover a prática de desporto, que promovam o acesso à cultura, que assegurem aos cidadãos acesso fácil aos Serviços de Saúde!
Sou inteiramente a favor do investimento. Mas, com elevado sentido de rigor. Com fundamentado plano de gestão. E, sobretudo com enorme respeito pelos dinheiros públicos.
Por outro lado sou feroz adversário do despesismo; de gastos supérfluos; de pseudo investimentos em áreas de negócio, cujos contornos não sejam transparentes primeiro, de retorno a seu tempo.
Numa época em que a velocidade informativa é mais rápida que a própria sombra, tudo se sabe. E, tudo se divulga. E, tudo se conta. Os meios de comunicação aproximam-nos a todo o momento. Ligam-nos com a realidade. Em directo, se for preciso.
Como aquele jantar ocorrido há dias num restaurante lisboeta.
Ainda se andava pelos aperitivos e já a novidade era tema de conversa.
Comentava-se – imagine o leitor de Matosinhos – pormenores relativos a um contrato de prestação de serviços entre a Câmara e uma empresa especializada em assessoria e marketing, e sabe-se lá mais em quê, a “Lift Consulting”, ali de Paço de Arcos! Repare bem, caro leitor: era em Lisboa, à beira Tejo que esta “operação” decorria.
Um telefonema com origem em Matosinhos confirmava a exactidão e esclarecia pormenores da questão.
Gastar o dinheiro dos contribuintes para que empresas promovam a imagem e branqueiem a política: eis a fotografia acabada de quem sente escapar-se-lhe por entre os dedos um poder não exercido com o rigor e o respeito por quem enfrenta tremendas dificuldades.
É tão responsável quem executa estas acções, como quem lhes dá cobertura seja explícita, seja implícita, ou mesmo por omissão. Seja qual for o papel de cada um, como diz o povo “gasta-se à grande e à francesa”…
Pois é! Depois andam para aí a dizer que sou exagerado. Pois, pois, há alguém que pretende confundir rigor com exagero. Fui, sou e serei rigoroso na utilização dos dinheiros públicos.
Narciso Miranda
1 comentário:
Narciso, Rigor e bons Investimentos é o que necessita Matosinhos...e nada de despesismo na Camara.
Parabens Narciso, estás em forma
Enviar um comentário