Rapidamente passa o tempo, quando se está de férias. Mesmo que intencionalmente, quisesse "virar a cara" aos acontecimentos, estava certo de que chegaria o dia de tomar contacto com a realidade. Ou seja, quando voltasse a casa, e ao seio da comunidade que me proponho continuar a servir de alma e coração.
Sei que me espera uma tarefa árdua, dividida em duas fases.
Primeiro: demonstrar que a solução que preconizo para o relançamento do progresso e desenvolvimento de Matosinhos é uma proposta séria, credível, sustentada e válida.
Segundo: assumido o cargo, cumprir o dever confirmando expectativas sociais, para o que me julgo com experiência e capacidade. Acrescente-se-lhe agora uma vontade indómita de vencer, uma determinação inquebrantável e a certeza de que - concretizando o plano com que me apresento, e que em função do passado se adivinha - corresponderei inteiramente àquilo que os cidadãos esperam da minha acção política. Assenta este pensamento nos sinais que todos os dias me vão sendo dados pelos mais diversos qua-drantes da sociedade.
Mas estar ausente fisicamente não significa alheamento dos factos entretanto ocorridos. E muitos têm sido eles.
Vetos, promulgações, debates, comícios, declarações, propósitos, crimes, atentados, acidentes - de tudo, e numa sequência impressionante, neste Agosto que já terminou.
Os sucessivos assaltos, alguns à mão armada, a maior parte violentos, criaram uma instabilidade psicológica, insegurança efectiva e também a sensação de que vivemos num clima e ambiente inseguro, foram a marca, bem vincada que ficou do Agosto de férias.
Esta questão passou a dominar a agenda política, ganhou dimensão nacional e é hoje tema de comentário na imprensa internacional. Debates, confronto de ideias, opiniões diversas, governo e oposições, discutem a questão, acrescentam argumentos, defendem-se, atacam-se, apresentam propostas, contra propostas, anunciam-se medidas e
novas leis.
O tema é de facto complexo e compli-
cado.
A verdade é que os assaltos sucedem-se, o crime aumenta, a insegurança também e, como sempre, é nos grandes centros urbanos que este efeito se mais faz sentir. A vida dos cidadãos é cada vez mais difícil.
Também em Matosinhos os problemas se vão agravando e os sinais de instabilidade e insegurança são evidentes. É que há focos,
alguns bem localizados, onde se vive com medo e as garantias, direitos e liberdades dos cidadãos não se respeitam.
Ainda esta semana, uma senhora, de 82 anos de idade, portadora de deficiência física, foi selvaticamente agredida por mãos criminosas e maldosas. Tudo isto aconteceu num bairro municipal onde os problemas vão crescendo e alguns pensam que a melhor política para os resolver é fazer festas, ilu-
dindo de forma populista o problema de fundo.
É por isso que são cada vez mais os que pensam ser necessário retomar o caminho.
domingo, 7 de setembro de 2008
Retomar o caminho.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Na verdade pouco se tem feito em Matosinhos para salvaguardar os direitos, liberdades e garantias de todos os munícipes e cidadãos que os visitam. É mais fácil trazer um Joaquin Cortéz, ou outra qualquer artista que anestesie o corpo e a alma do povo de matosinhos. No entanto, o Joaquin vai embora, mas os problemas de insegurança, e os problemas sociais ficam. É este o desafio que lhe proponho senhor PRESIDENTE... (e não me enganei ao escrever...)
Debaixo das Oliveiras
Este foi o mês em que cantei
dentro de minha casa
debaixo
das oliveiras.
O mês em que a brisa me pôs nas mãos
uma harpa de folhas
e a terra me emprestou
sua flauta e sua lua.
Maré viva. Meu sangue atravessado
por um cometa visível a olho nu
tangido por satélites e aves de arribação
navegado por peixes desconhecidos.
Este foi o mês em que cantei
como quem morre e ressuscita
no terceiro dia
de cada sílaba.
O mês em que subi a uma colina
dentro de minha casa
olhei a terra e o mar
depois cantei
como quem faz com duas pedras
o primeiro lume. Palavras
e pedras. Palavras e lume
de uma vida.
Este foi o mês em que fui a um lugar santo
dentro de minha casa.
O mês em que saí dos campos
e me banhei no rio como quem se baptiza
e cantei debaixo das oliveiras
as mãos cheias de terra. Palavras
e terra
de uma vida.
Este foi o mês em que cantei
como quem espelha ao vento suas cinzas
e cresce de seu próprio adubo
carregado de folhas. Palavras
e folhas
de uma vida.
O mês em que a mulher
tocou meus ombros com sua graça
e me deu a beber
a água pura do seu poço.
Este foi o mês em que o filho
derramou dentro de mim
o orvalho e o sol
de sua manhã.
O mês em que cantei
como quem de si se perde e reencontra
nas coisas novamente nomeadas.
Este foi o mês em que atravessei montanhas
e cheguei a um lugar onde as palavras
escorriam leite e mel.
MILAGRE MILAGRE gritaram dentro de mim
as aves todas da floresta.
Então reparei que era o lugar do poema
o lugar santo onde cantei
entre mulher e o filho
como quem dá graças.
Este foi o mês em que cantei
dentro de minha casa
debaixo
das oliveiras.
(Manuel Alegre)
Matosinhos Sempre…
Ainda bem que NARCISO MIRANDA,esta do lado de cá da casa amarela para ver o que se passa ,e para ver estes fenómenos que acontecem em matosinhos ,nos bairros sociais, a falta de segurança nas casas, nas ruas ,e nos cidadões tudo é possivel aqui em matosinhos volta depressa, SENHOR DE MATOSINHOS.o povo quer que seja já amanhá .alberto fernandes.
Enviar um comentário