domingo, 7 de setembro de 2008

Retomar o caminho.

Rapidamente passa o tempo, quando se está de férias. Mesmo que intencionalmente, quisesse "virar a cara" aos acontecimentos, estava certo de que chegaria o dia de tomar contacto com a realidade. Ou seja, quando voltasse a casa, e ao seio da comunidade que me proponho continuar a servir de alma e coração.
Sei que me espera uma tarefa árdua, dividida em duas fases.
Primeiro: demonstrar que a solução que preconizo para o relançamento do progresso e desenvolvimento de Matosinhos é uma proposta séria, credível, sustentada e válida.
Segundo: assumido o cargo, cumprir o dever confirmando expectativas sociais, para o que me julgo com experiência e capacidade. Acrescente-se-lhe agora uma vontade indómita de vencer, uma determinação inquebrantável e a certeza de que - concretizando o plano com que me apresento, e que em função do passado se adivinha - corresponderei inteiramente àquilo que os cidadãos esperam da minha acção política. Assenta este pensamento nos sinais que todos os dias me vão sendo dados pelos mais diversos qua-drantes da sociedade.
Mas estar ausente fisicamente não significa alheamento dos factos entretanto ocorridos. E muitos têm sido eles.
Vetos, promulgações, debates, comícios, declarações, propósitos, crimes, atentados, acidentes - de tudo, e numa sequência impressionante, neste Agosto que já terminou.
Os sucessivos assaltos, alguns à mão armada, a maior parte violentos, criaram uma instabilidade psicológica, insegurança efectiva e também a sensação de que vivemos num clima e ambiente inseguro, foram a marca, bem vincada que ficou do Agosto de férias.
Esta questão passou a dominar a agenda política, ganhou dimensão nacional e é hoje tema de comentário na imprensa internacional. Debates, confronto de ideias, opiniões diversas, governo e oposições, discutem a questão, acrescentam argumentos, defendem-se, atacam-se, apresentam propostas, contra propostas, anunciam-se medidas e
novas leis.
O tema é de facto complexo e compli-
cado.
A verdade é que os assaltos sucedem-se, o crime aumenta, a insegurança também e, como sempre, é nos grandes centros urbanos que este efeito se mais faz sentir. A vida dos cidadãos é cada vez mais difícil.
Também em Matosinhos os problemas se vão agravando e os sinais de instabilidade e insegurança são evidentes. É que há focos,
alguns bem localizados, onde se vive com medo e as garantias, direitos e liberdades dos cidadãos não se respeitam.
Ainda esta semana, uma senhora, de 82 anos de idade, portadora de deficiência física, foi selvaticamente agredida por mãos criminosas e maldosas. Tudo isto aconteceu num bairro municipal onde os problemas vão crescendo e alguns pensam que a melhor política para os resolver é fazer festas, ilu-
dindo de forma populista o problema de fundo.
É por isso que são cada vez mais os que pensam ser necessário retomar o caminho.

3 comentários:

Anónimo disse...

Na verdade pouco se tem feito em Matosinhos para salvaguardar os direitos, liberdades e garantias de todos os munícipes e cidadãos que os visitam. É mais fácil trazer um Joaquin Cortéz, ou outra qualquer artista que anestesie o corpo e a alma do povo de matosinhos. No entanto, o Joaquin vai embora, mas os problemas de insegurança, e os problemas sociais ficam. É este o desafio que lhe proponho senhor PRESIDENTE... (e não me enganei ao escrever...)

Anónimo disse...

Debaixo das Oliveiras

Este foi o mês em que cantei
dentro de minha casa
debaixo
das oliveiras.

O mês em que a brisa me pôs nas mãos
uma harpa de folhas
e a terra me emprestou
sua flauta e sua lua.
Maré viva. Meu sangue atravessado
por um cometa visível a olho nu
tangido por satélites e aves de arribação
navegado por peixes desconhecidos.

Este foi o mês em que cantei
como quem morre e ressuscita
no terceiro dia
de cada sílaba.

O mês em que subi a uma colina
dentro de minha casa
olhei a terra e o mar
depois cantei
como quem faz com duas pedras
o primeiro lume. Palavras
e pedras. Palavras e lume
de uma vida.

Este foi o mês em que fui a um lugar santo
dentro de minha casa.
O mês em que saí dos campos
e me banhei no rio como quem se baptiza
e cantei debaixo das oliveiras
as mãos cheias de terra. Palavras
e terra
de uma vida.

Este foi o mês em que cantei
como quem espelha ao vento suas cinzas
e cresce de seu próprio adubo
carregado de folhas. Palavras
e folhas
de uma vida.

O mês em que a mulher
tocou meus ombros com sua graça
e me deu a beber
a água pura do seu poço.
Este foi o mês em que o filho
derramou dentro de mim
o orvalho e o sol
de sua manhã.

O mês em que cantei
como quem de si se perde e reencontra
nas coisas novamente nomeadas.

Este foi o mês em que atravessei montanhas
e cheguei a um lugar onde as palavras
escorriam leite e mel.
MILAGRE MILAGRE gritaram dentro de mim
as aves todas da floresta.

Então reparei que era o lugar do poema
o lugar santo onde cantei
entre mulher e o filho
como quem dá graças.

Este foi o mês em que cantei
dentro de minha casa
debaixo
das oliveiras.

(Manuel Alegre)

Matosinhos Sempre…

Anónimo disse...

Ainda bem que NARCISO MIRANDA,esta do lado de cá da casa amarela para ver o que se passa ,e para ver estes fenómenos que acontecem em matosinhos ,nos bairros sociais, a falta de segurança nas casas, nas ruas ,e nos cidadões tudo é possivel aqui em matosinhos volta depressa, SENHOR DE MATOSINHOS.o povo quer que seja já amanhá .alberto fernandes.