Cavaco Silva na ONU
O discurso do Presidente da República, na 63.ª Assembleia Geral da ONU, foi seguido atentamente por todos, em especial, pelos portugueses.
O Presidente da República, o que me parece relevante, fez questão de falar em português. De facto esta é também uma forma de promover a língua portuguesa.
Entre as múltiplas mensagens que transmitiu ao Mundo, algumas estavam relacionadas com a nossa conjuntura interna.
A importância mundial do evento, teve o correspondente envolvimento e suporte da comunicação social do planeta.
A mensagem teve, por assim dizer, um efeito potenciado. Televisões e jornais de todo o mundo, deram às suas palavras dimensão e importância, muito para além daquela que, naturalmente teriam, se proferidas “em casa”.
As repercussões do seu discurso são inquestionáveis. A clareza de raciocínio e a objectividade dos temas abordados, consubstanciam uma capacidade de intervenção política cada vez mais marcante na sociedade.
Mostrou perfeito domínio dos assuntos constantes da agenda.
Revelou perfeito conhecimento e solidariedade internacional para com os oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, estabelecidos pelas Nações Unidas: erradicar a pobreza extrema e a fome; alcançar a universalidade da educação primária; promover a igualdade de géneros e fortalecer a condição das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; combater o HIV/SIDA, paludismo e outras doenças; assegurar a sustentabilidade ambiental; criar uma parceria global para o desenvolvimento.
Não se esqueceu – como homem reconhecido que é – de salientar o enorme contributo que António Guterres vem dado à causa humanitária, enquanto comissário para os refugiados.
Lembrou ainda, que, tanto António Guterres como Jorge Sampaio têm tido uma acção muito valiosa nas Nações Unidas quanto a problemas dos emigrantes, desalojados e refugiados, com particular relevo no combate aos grandes flagelos da humanidade, como a tuberculose.
Temos de concordar que, nestas apreciações há inteira justiça!
E, dá-nos sobretudo indisfarçável lição de democracia e tolerância. E ensina-nos a colocar de parte mesquinhas rivalidades partidárias. É que, não devemos perder de vista que Cavaco era o primeiro-ministro social democrata, quando o primeiro-ministro socialista Guterres - em resultado de uma disputa eleitoral leal e honrosa para ambos – o substituiu no cargo.
Que nobre gesto de humildade política, e grandeza de alma encerram as palavras que, muito justamente – repito – o Presidente da República dedicou a estes grandes homens da política portuguesa!
Gostaria, já o afirmei, de ver outras personalidades da vida política nacional a reconhecer o mérito da acção desenvolvida por António Guterres. Fica a nota de que desta forma teve ainda mais relevo esta mensagem. Afinal ainda há políticos com memória.
Por outro lado o Presidente da República, numa outra mensagem, falando da grave crise financeira, que também nos atinge, deixou recados para dentro.
Insistiu na prioridade que é preciso dar aos mais desfavorecidos. Chamou a atenção do Governo para a necessidade de no Orçamento do Estado se apontarem medidas que salvaguardem os mais fracos e que devem merecer atenção especial.
Não teve receio do discurso “miserabilista”. Pois, se a situação é de miséria desemprego, fome e desigualdade social, porque havia o Presidente de escamotear a verdade.
Só espero que um dia destes o Presidente não seja acusado de fazer o discurso do “coitadinho”. É que estas questões são demasiadamente sérias para serem apreciadas desta tendenciosa forma.
São palavras que fazem pensar!...
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
“Vamos a Isto…”
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2 comentários:
fala a voz da esperiencia quem já viveu com todo o tipo de situaçoes sabe do que fala .
era bom que mais alguns politicos seguisem o mesmo exemplo .algumas caras cá do nosso burgo abrissem as pestanas .
ALBERTO FERNANDES
Caro Narciso, penso que nunca teve receio de dizer o que pensa e isso a população de Matosinhos aprecia.
Dizer que existe uma crise sem paralelo, que existe fome e indicios de pobreza escondida, quando outros falam de milhões ostentam e gastamn o que é de todos em luxos e caprichos, é uma obrigação denunciar, para um homem como Narciso Miranda que brevemente comandara os destinos do Concelho.
Continue a cruzada contra aqueles que em tempos o levaram aos ombros e que agora lhe chamam velho sem ideias novas etc etc.
amaizade e solideriadade não tem idade.
KIM 4
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