sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A Inauguração

A tarde fria, inesperadamente de sol, até pedia um programa diferente, talvez mesmo um passeio à beira mar.
Ocupar uma tarde de sábado, numa inauguração – seja ela do que for – não é propriamente um tema aliciante para “cotas”, nem atractivo para jovens.
E, no entanto, quem passasse pela Rua Brito Capelo em Matosinhos, naquela tarde de sábado não deixaria de se espantar com a aglomeração de pessoas junto a um antigo edifício que, de cara lavada e interior remodelado, se preparava para ser palco do primeiro acto público da “Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre”, exactamente a inauguração da sua Sede oficial.
E, quem por lá passasse sem excessiva pressa e se detivesse a observar o ambiente, não podia deixar de reparar na diversidade das idades que compunham aquela mole humana.
Mulheres e homens, jovens e menos jovens, adivinhava-se que de estratos sociais diferenciados, conversavam entre si, falavam sobre futebol e sobre o tempo, antecipavam cenários eleitorais e – claro - sobre a causa que os juntou naquele local àquela hora, naquele dia. Pressurosos “seguranças” zelavam pelo desimpedir da linha de Metro, contendo a custo as pessoas fora da linha…
Fanfarras, zabumbas e ranchos folclóricos emprestavam ao arraial improvisado, uma animação típica das grandes festas. E, afinal era tão só uma singela cerimónia de inauguração de um espaço de trabalho há muito aguardado pelos inúmeros apoiantes da candidatura de Narciso à Câmara, que não se cansam de oferecer os seus préstimos a uma causa que – sabe-se agora – é mais imperiosa que nunca face à “confissão” da actual maioria executiva de que delapidou as finanças municipais. De tal forma que para poder pagar salários e facturas precisa de “mendigar” na Banca um emprestimozinho de cinco milhões!
Aplausos expontâneos troaram os ares quando Narciso Miranda, acompanhado da nossa campeoníssima Rosa Mota chegou ao local. Não pelo facto da chegada destas personagens em si – esclareça-se.
Afinal, ver a Rosa Mota a treinar e o Narciso a conviver com populares é um cenário de todos os dias, completamente banal e de nenhum significado especial. Uma e outro são figuras simples, gente do povo, que se misturam e confundem com os cidadãos anónimos.
O que aquelas palmas quiseram assinalar, o que aqueles aplausos quiseram afirmar, o que aquelas pessoas quiseram dizer é que, a causa que norteou a criação desta Associação é uma causa comum, que representa um projecto de sociedade que idealizam, um projecto que subscrevem, e em que acreditam.
E a sua presença no acto inaugural reafirma a confiança que detém no seu líder.
Narciso Miranda - está visto – é a pessoa de quem se espera o milagre do reequilíbrio das finanças públicas, duma política social justa e do retorno à capacidade reivindicativa de Matosinhos que foi a imagem de marca de quase três décadas de liderança.
Negar esta evidência é enfermar de miopia ou cegueira incurável.E, quem tenha dos números uma visão distorcida.
Vejam só, que há quem estando no poder (ou talvez por isso…) “viu” ali naquela tarde da Brito Capelo “quase duzentas pessoas”!
Que bem fariam consultar um oftalmologista!!


Heitor Ramos