terça-feira, 28 de julho de 2009

Em nome da verdade

Artigo de opinião publicado hoje, no jornal "Matosinhos Hoje".

Sempre fui defensor de que se fale, em qualquer que seja a circunstância, a verdade. Mais do que apenas um defensor, sempre fui praticante desta filosofia, que, para mim, sempre se assumiu como uma verdadeira filosofia de vida. Os cidadãos sabem disso. Os matosinhenses sabem que comigo é assim. Os matosinhenses confiam. Sabem que, comigo, onde existe uma família com problemas, eu estou lá. Eu ouço, eu vejo, eu actuo. Porque eu sou, como sempre fui, pela verdade. (...)



E é em nome do rigor e da verdade que abordo este tema, em consequência de um outro artigo publicado neste mesmo jornal, escrito por um outro cronista que, tal como eu, aborda semanalmente os mais diversos temas. A verdade é que tenho evitado tecer comentários aos artigos dos outros. Sou um homem de espírito aberto, assumidamente cristão, percebo as fragilidades do ser humano e, embora não esqueça, tolero.

Existem, no entanto, situações que não podemos deixar passar, pela falta gritante de rigor e verdade. Os cidadãos estão cansados da falta de verdade. Os cidadãos estão cansados da distorção dos factos, conforme o que interessa, perversamente, a cada um.

E o facto é que, em consequência de uma questão levantada por mim, enquanto candidato independente à Câmara de Matosinhos, sob a sigla “NARCISO MIRANDA MATOSINHOS SEMPRE”, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) veio reconhecer que, de facto, a actual lei que regula o financiamento das campanhas eleitorais, coloca em causa o princípio da igualdade das candidaturas.

O facto é que as candidaturas independentes estão a ser, realmente, prejudicadas relativamente às candidaturas sustentadas pelos partidos políticos.

O facto é que o que está em causa não é a recuperação do IVA, também, e tal como as candidaturas partidárias. Se todos os cidadãos pagam IVA, também os partidos deviam pagar. No entanto, a partir do momento em que se abre uma excepção para as candidaturas dos partidos, essa excepção também deveria aplicar-se às candidaturas independentes, senão a verdade é que uns ficam numa situação de privilégio relativamente aos outros.

O facto é que, por muito difícil que possa ser de acreditar, a verdade é que, neste país, ainda se cometem injustiças destas, que em nada dignificam o verdadeiro sentido da Democracia.

E o facto é que as candidaturas independentes existem, são cada vez mais e vão muito para além daquelas às quais alguns querem continuar a associar este movimento criado por Grupos de Cidadãos Eleitores. Talvez porque isso lhes interesse. Talvez porque a verdade dos factos para eles seja aquela que mais convém na altura, e não aquela que é real. E a realidade é que posso apontar apenas alguns exemplos de várias candidaturas e movimentos independentes existentes um pouco por todo o país: Alfredo Barroso – Redondo; João Paulo Trindade – Alvito; Eduardo Marcelino – Alcanena; José Vitorino – Faro; Vítor Peixoto – Odivelas; José Marques – Sabrosa; Manuel Coelho – Sines; Miguel Summavielle – Fafe.

São apenas alguns exemplos. E, portanto, reduzir as candidaturas independentes a uns cinco nomes mais mediáticos é, sem dúvida, querer distorcer a realidade em nome de interesses que em nada servem os cidadãos, ou dignificam a seriedade que os cidadãos merecem, sobretudo de quem, ao escrever semanalmente num jornal, forma opiniões.

Uma última nota: questiona este mesmo cronista sobre a forma como os candidatos independentes “servem os cidadãos”. Eu, apenas, pergunto: servir os cidadãos foi o que este executivo camarário fez, ao longo destes últimos quatro anos? Servir os cidadãos foi a falta de investimento deste executivo? Servir os cidadãos é substituir as placas por obras? Servir os cidadãos é gastar o dinheiro dos cidadãos em festas, em tendas, em jantares e não construir uma casa, uma creche, um pavilhão, uma piscina, um lar ou um centro para a terceira idade? Servir os cidadãos é não criar novos empregos?

É óbvio que não. Eu sei. Eu digo-o. Eu falo verdade.

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