terça-feira, 3 de novembro de 2009

Defesa de valores e princípios

Passou, já, tempo suficiente para que possamos fazer uma avaliação mais pragmática do processo eleitoral que encerrou no passado dia 11 de Outubro.
As consequências são bem conhecidas: uma maioria na Câmara, sustentada nos valores e princípios cujos contornos são normalmente designados como “projecto do bloco de central de interesses” e que contribui, de uma forma incontornável, para o reforço do papel relevantíssimo que cabe aos eleitos da candidatura do Grupo de Cidadãos Eleitores “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”.

De facto, sem qualquer eleito de qualquer outra candidatura seria politicamente inaceitável se permitíssemos um projecto de pensamento único, com a agravante de ser suportado pelas empatias de ocasião e por objectivos cujos contornos são a face mais perversa e mais negativa da participação cívica e da defesa de uma ideia sustentada em objectivos de futuro para uma comunidade tão dinâmica como é Matosinhos.
Percebe-se pelos resultados eleitorais que a extrema-direita e a direita mais conservadora, normalmente afastada do poder de decisão em consequência do 25 de Abril e solidificada desde as primeiras eleições livres e democráticas para o poder local, em 1976, aproveitou agora a única oportunidade de concentrar o seu voto na única candidatura que deixou as portas abertas para aí puderem entrar.
Assim, a direita conservadora de Matosinhos aproveitou bem a oportunidade de transformar o seu voto em voto útil e, indirectamente, das mais diversas formas, partilhar o poder, pela primeira vez, após o 25 de Abril.
Os eleitos dos órgãos municipais da candidatura “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” estão neste processo autárquico com o mesmo sentido de responsabilidade de sempre e saberão defender, com criatividade, elevação, tolerância e respeito pelas regras democráticas que o voto popular estabelece o melhor projecto para Matosinhos.
E, por isso, terão sempre um comportamento responsável, mas intransigente na defesa dos seus valores e dos princípios que orientaram, desde o início, a candidatura.
Os sinais de intolerância, arrogância e mesmo de falta de respeito e consideração que atingiram os limites da má criação foram demonstrados no acto de posse.
Nenhum eleito do núcleo duro (eleitos do PS) da maioria do bloco central cumprimentou, sequer verbalmente, os outros eleitos da candidatura “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” que, discretamente, nos seus lugares, aguardavam o início do processo de tomada de posse.
Não admira, nem surpreende, que isso não acontecesse comigo, porque o ódio, a sede de vingança e a intolerância são bem visíveis há muito tempo.
Mas não era expectável, aceitável ou admissível que nenhuma das cinco personagens da candidatura do PS tenha sequer esboçado um gesto de cumprimento para com os outros eleitos da candidatura “NMMS”.
É por isso que, quando muitas vezes alguns daqueles que, desinteressadamente, aderiram ao projecto que liderei, me davam sinais de eu ser exageradamente exigente em questões de carácter, ficaram, agora, verdadeiramente chocados e impressionados com este intolerável comportamento.
Repito: não esperava, não espero, nem esperarei qualquer gesto para comigo, porque sei do ódio e da sede de vingança que move pessoas que me teceram, já, os mais incontidos elogios. Falta saber onde está a atitude hipócrita e perversa, se nos elogios do passado, se nos ódios do presente.
É por isso, que presto a minha homenagem e solidariedade ao comportamento de elevado sentido de respeito, humildade, tolerância e “fair-play” da Drª Ana Fernandes, do General Alfredo Assunção e da Drª Alexandra Gavina. Exemplos que, juntamente com outros como o dos doutores, Manuela Machado da Silva, La Fuente de Carvalho, Pereira Pinto e Orlando Magalhães, demonstram bem que este é um projecto sustentado nos mais profundos e nobres sentimentos de democracia, tolerância, abertura de espírito.
A estes, aos vereadores “ofendidos” e a todos aqueles e aquelas que protagonizam este projecto quero prestar a minha homenagem, pedindo desculpa por estas atitudes que nunca, nunca mesmo, lhes havia passado pela cabeça que existissem numa terra de liberdade, tolerância e solidariedade.
Afinal, nós todos cometemos o “crime” de sermos diferentes, defendermos a liberdade e avançarmos com o contraditório.
Narciso Miranda

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