quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Engolir a Arara

Esta, não!
Caso Banco Privado Português (BPP para os ricos…).
Que, a entrega de dinheiro dos contribuintes para salvar as fortunas dos milionários que utilizavam este “Banco” para especular nas Bolsas e investir em aplicações de alto risco têm um fim patriótico: garantir que o “sistema financeiro” português não seja afectado! É o governo “socialista” a proclamá-lo!
Acreditar nisto, chama-se “engolir a arara”! Quantas engoli eu assim! Quantas engoliu o leitor! Quantas havemos de engolir até que a sepultura nos engula!
Mas esta não!
Já toda a gente entendeu que o BPP não é um Banco!
Um Banco digno deste nome tem dependências espalhadas pelo país, tem depositantes (grandes ou pequenos); tem contas de trabalhadores que ali gerem como podem os seus ordenados; tem reformados com as suas pensões e parcas economias; tem pequenas e médias empresas que ali se apoiam para fazer respirar a economia nacional e criar postos de trabalho.
Um Banco ganha milhões esmifrando, euro a euro, todas estas pessoas e empresas. O esquema é conhecido: empresta dinheiro para uma casa, e cobra três! Imoral?
- Sem dúvida, mas é assim que funcionam as coisas.
O BPP não é nada disso! O BPP está confinado a uma luxuosa mansão em Lisboa, uma espécie de grande pano verde de jogo onde um grupelho de milionários como Rendeiro, Balsemão, Saviotti, Vaz Guedes, e outros desta igualha “depositam” parcelas disponíveis das grandes fortunas que possuem, para que alguns “habilidosos” se encarreguem de as jogar fortemente nos verdadeiros casinos que são as Bolsas de Valores do mundo inteiro.
Acontece que, sendo “Bolsa” um jogo, tem, como todos os jogos, uma componente fortíssima, que tem a ver com o acaso, ou com a sorte. E, nos jogos, como se sabe, por vezes, perde-se!…
Ora, sendo o BPP um “Banco” que se limita a gerir fortunas, cuja utilidade para o comum dos cidadãos e para a economia nacional é nula, é perfeitamente claro, que nada justifica a intervenção do Estado na defesa das grandes fortunas. O governo PS, na linha, aliás, daquilo que tem sido a prática política dos seus dirigentes faz exactamente o contrário do que os militantes de base esperavam, quando decidiram sê-lo: resolveu “dar a mão” aos amigos, na forma de aval do Estado, “incentivando” vários bancos comerciais a “salvarem” as falhadas aventuras especulativas bolsistas de alguns milionários, com o dinheiro de milhões de contribuintes que, como se sabe, não tem qualquer interesse para o BPP enquanto clientes.
Nem sei se isto é bom ou se é mau para o futuro do País.
Porquê?
Porque são atitudes destas que nos levam a avaliar (numa época em que as avaliações estão na moda…) o que é a estrutura dirigente do PS, o que é o aparelho do partido (não confundir com os militantes…).
Como dizia o outro: «Corram-nos à pedrada»!
Eu digo doutra forma: evitem elegê-los!

Heitor Ramos

2 comentários:

Anónimo disse...

Só hoje dia 12 tive a possibilidade de ler o seu post e como tal li-o ao mesmo tempo que o seguinte com o titulo "da pratica à teoria" e veja-se como eles se complementam. Atente-se à conclusão que resulta da sua leitura :
1- o PS num e noutro caso tem a pratica muito longe da teoria que defende.
2- Quer a nível Nacional quer em Matosinhos o mesmo PS provoca o descontentamento nos seus apoiantes por atitudes menos "pensadas" não precisando sequer a sua oposição dum grande empenho.

Mas que o nosso povo não anda distraído, só vamos ver lá para o proximo ano...........

Anónimo disse...

Boa tarde,
Tudo estaria correcto não fosse o caso de quase nada do que aqui está ser HOJE verdade. A esmagadora das pessoas (se calhar 80 ou 90%) que têm os seus depósitos congelados são cidadãos médios que vivem da seu trabalho, do seu negócio (95% PMEs) alguns da lavoura até. Foram ludribiadas e enganadas porque lhes foi vendida "depósitos a prazo" e não uma aplicação de risco.
Caro amigo, os especuladores e os ricos já sairam bastante tempo atrás.... A arraia miúda é que se tramou.