terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Falar às claras, cá nas trombas da gente!…

Se o sapateiro dá noutrém com a forma que tem na mão, posto que ela seja realmente de pau, nem por isso se dirá que levou paulada aquele em quem deu! Digo isto, porque há – do meio - quem assine notas jornalísticas a denunciar a existência de alguém a abusar do nome de outrém para assinar artigos (ou peças) de opinião.
Há, nos nossos dias quem recorra a orações com dois sujeitos – e aqui está a falta de clareza a que aludo no início – para, de pantufas, servir a uns, procurando não desagradar a outros.
É claro, que isto não cai bem a quem está neste meio de cara lavada.
E o que vê, ou como vê as coisas, quem as denuncia sem rodeios?
O que ele vê e denuncia, é a indústria de Portugal devorada pelos interesses estrangeiros; é o braço do artífice nacional alugado à escravidão de gananciosos sem escrúpulos, porque a Pátria não lhe dá emprego; é o banqueiro corrupto e ladrão, como se os faustosos ordenados lhes não bastassem ao luxo em que os desbarata; é o juiz, julgador de vícios e crimes sociais transigindo com os criminosos ricos, para poder correr com eles em regalias; é a mulher de baixa condição prostituída, para poder realçar pelos ornatos sua beleza; é o parlamento com deputados a picar o ponto e a dar à sola, sem ao menos se preocuparem em saber qual a matéria do dia; é o primeiro ministro de um governo socialista a proclamar abundância, riqueza e um novo ano farto, quando todos os indicadores económicos garantem o contrário. O que ele vê, meus caros compatriotas é um conjunto de sete abismos, e à boca de cada um o rótulo dos sete pecados capitais que assolaram, a Babilónia, Cartago, Tebas, Roma, Tiro, etc.
O que ele vê é a miséria das famílias e a riqueza dos governantes que se pavoneiam em teatros, praças, restaurantes e botequins, como se tudo fosse deles.
O que ele pergunta é de que desconhecida lua choveu ouro sobre tais peraltas enluvados e encalimestrados. Que incógnitos veios de ouro exploram? Qual é a sua arte se não devo antes perguntar quais sejam suas manhas ou ronhas? Que sabe a polícia deles? Não me queiram persuadir de que voltou a censura à nossa Pátria! Que é isto? Que bailar de ébrios é este em volta de um povo moribundo? Como podem fazer ameaças de, “responder” pelo que se escreveu quando o “crime” se resume a lançar este aviso aos poderosos:
Não tireis ao povo o que ele vos não pode dar, ministros e presidentes!
Não espremais o úbere da vaca faminta, que ordenhareis sangue!
Não vades pedir ao trabalhador quebrado de trabalho as ratinhadas poupanças das suas economias para salvar da falência um “Banco” de nula importância para a economia nacional, quando ele se priva de do apresigo de uma sardinha, porque não tem um cêntimo com que comprá-la!
Como pode, em consciência, um cidadão livre, independente e com os impostos em dia ouvir - sem se enfastiar - discursos repolhudos, anunciando obras, investimentos e soluções para os problemas vigentes – exactamente o que o povo queria ouvir – como aquele que surgiu há dias no aniversário do S. C. Senhora da Hora?
E, já agora, em vez de ameaças veladas, visando correcções e ensinamentos a quem escreve verdades inquestionáveis, melhor fora (quem o faz) ensinar (quem escreve) a lidar com aquelas farfalhices!…


Heitor Ramos