quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Congresso Distrital do PS

Durante os últimos dias da semana passada, o Pavilhão de Desporto de Matosinhos não pôde ser utilizado, face à necessidade de fazer os preparativos para a realização, no sábado, do Congresso Distrital do Partido Socialista.
O movimento foi significativo, durante todo o dia de sexta-feira, mesas, cadeiras, palcos, material sonoro e outros equipamentos tecnologicamente modernos, foram chegando até ao local. Previa-se uma iniciativa politicamente forte e muito mediatizada. Os espaços para a comunicação social, televisões, rádios e jornais, foram preparados milimetricamente.
Todo o Congresso foi programado para projectar Matosinhos no País e no Mundo e dar protagonismo aos dirigentes e autarcas locais. Nada podia falhar. Afinal foi o último Congresso antes das próximas eleições autárquicas.
Até ao último momento foi tentada a presença do Secretário-geral. Não veio.
Sábado, esgotaram-se os jornais em Matosinhos, foi uma corrida louca ao encontro das notícias sobre o Congresso. Nada, rigorosamente nada.
A única notícia, considerada relevante, pelos órgãos de comunicação social, foi o anúncio da ausência, por falta de convite e consequente afastamento, de um dos mais destacados socialistas do norte do País, que teve a responsabilidade de liderar o P.S., Distrital, 4 mandatos consecutivos. Esta notícia que considerou a atitude obsessiva, intolerante, sectária e politicamente mesquinha, não pode deixar de comprometer também os que se remeteram a uma atitude de omissão ou silêncio cúmplice.
Ao ler toda a imprensa de Sábado e ao encontrar apenas a notícia do meu afastamento fiquei triste, muito triste, não por mim mas pelo meu P.S.. Fiquei também com muita pena, mesmo muita pena, pela forma confrangedora como “esta gente” trata o P.S. e pela sua visão redutora, afunilada e perversa da vida político-partidária.
No entanto esperava-se um grande debate, com intervenções marcantes, galvanizadoras, discursos vibrantes e debates profundos. Afinal tratava-se de um Congresso que daria o arranque para as autárquicas de 2009.
Previam-se sinais marcantes sobre as candidaturas autárquicas para os concelhos onde o P.S. deverá apresentar-se como alternativa ganhadora. Não seria surpresa, para ninguém, ouvirmos comentários, ou referências, ou mesmo citações, dos discursos de personalidades de dimensão nacional e sobretudo regional, como por exemplo: Mário de Almeida, Fernando Gomes, Alberto Martins, Francisco Assis, Elisa Ferreira, Manuela de Melo, Jorge Strecht, apenas para citar alguns.
Quando soubemos que neste Congresso estiveram, pelo menos, três governantes, um ministro e dois secretários de Estado (o ministro não era um qualquer ministro mas sim o número dois do Governo e do P.S.), ficámos expectantes à espera do impacto público das suas intervenções, e, também, dos ganhos para Matosinhos.
Ter o número dois do partido e do Governo a falar para o umbigo, não passaria pela cabeça de ninguém. É por isso, natural, que no Domingo os Matosinhenses tenham ficado presos aos telejornais, com os rádios nos ouvidos e os cafés, snack-bares e esplanadas, completamente esgotados com toda a gente a procurar, nos jornais, notícias do Congresso e de Matosinhos.
Olhos fixos no ecrãs, ouvidos a sintonizar os rádios, jornais folheados de uma ponta a outra e, nada, mesmo nada.
Mário de Almeida não teve motivação suficientemente forte para sair de Vila do Conde. Elisa Ferreira e Manuela de Melo não consideraram ter razões para vir a Matosinhos, digo, ao Congresso. Jorge Strecht, passou por lá, cumprimentou alguns e pensou “é mais aliciante ir até ao Douro”. Os outros, figuras respeitáveis, credíveis, com capacidade de afirmação, com pensamento, consideraram mais prudente, passarem lá, ou estarem lá, mas nada de se comprometerem. Nem uma palavra.
Por isso, as televisões, os rádios, os jornais, de Domingo, consideraram como notícias relevantes – o meu afastamento do Congresso - moção contra as portagens – o facto do candidato, minoritário, Pedro Baptista “surpreendentemente ter dobrado a votação”.
Sobre o Congresso, nada. Sobre discursos, nada; nem mesmo dos membros do Governo. Dos novos protagonistas, reeleitos ou eleitos, nada. Do facto do Congresso se ter realizado em Matosinhos, nada. Dos socialistas do aparelho de Matosinhos e dos autarcas de Matosinhos, nada. Nada de nada.
É natural, afinal nada aconteceu para além de algumas piruetas e atitudes que alguns consideraram politicamente repugnantes e nojentas.
Afinal o Congresso Distrital do P.S., não foi notícia, não tem história, não mobilizou ninguém, não motivou jornalistas. Foi um Congresso para as estatísticas, onde todo o espaço foi ocupado por terceiras, quartas ou quintas linhas e por isso tudo foi cinzento e demasiadamente medíocre para ser verdade.
O P.S. merece mais e melhor.

Narciso Miranda
nm@narcisomiranda.com

4 comentários:

Anónimo disse...

Li num Blog ca da paroquia que o Parada poidia fazer parte das suas listas...

Meu amigo nunca votei em si, é verdade, mas nestas eleições acho que é o voto util e da diferença para por esta gente dali para fora.

Assim com os Paradas voce nao vai lá.

Com Paradas e outros como ele, Voce já perdeu o meu voto e o de muita gente que acreditava que voce vinha de novo para mudar esta história mal contada em que caiu matosinhos.

Tenho Pena que O Narciso Miranda nao tenha gente Nova ao seu Lado e deixe os Paradas e companhia de lado...

Abraço

Anónimo disse...

E então a questão do Metro já fica resolvida. Segundo o líder do PS de Leça da Palmeira Pedro Sousa, a Câmara cria um serviço de vai e vém com autocarros entre Leça até Matosinhos (Metro) que passava a fazer parte da rede do Metro, isto enquanto o projecto de Metro para Leça não avança.
Não interessa que se queira o Metro e não autocarros que já existem; não interessam os engarrafamentos na A28. Assim fica tudo resolvido sem gastar um cêntimo.
Que grande ideia e grande gestor.
Para Perafita, Lavra e ligação da Senhora da Hora a S. Mamede podia fazer-se o mesmo: pintam-se uns autocarros da cor do Metro e já está! Não gastamos mais dinheiro, não há incómodos com obras e é instantâneo.
Tenham pachorra!

Magalhães Dias

Narciso Miranda disse...

Meu caro amigo quanto ao António Parada deixe-me dizer-lhe que num movimento cívico abrangente como este temos espaço para todos os que querem o melhor para Matosinhos e para as suas gentes.
Esta abrangência terá sempre em linha de conta valores como a honradez, a honestidade e a humildade.
Cabem assim todos os que os encaram como a sua raison de vivre.

Anónimo disse...

Uma campanha vencedora dependerá de um candidato vencedor!
Não importa se tem partido ou se é candidato independente, o candidato vencedor, geralmente é o político que tem conceito e popularidade.
Conceito porque sabe cumprir com a sua palavra, tem respeito pelo eleitor e trabalha em prol da população que o elegeu.
Popularidade para ser reconhecido como homem público. Conceito para ser respeitado e cumprimentado pela honradez com que representa o seu eleitorado e os demais da população,
Já com vistas às eleições, temos que ter em conta em quem votar, porque é através de nosso voto que pode-se mudar a história Desse ou de qualquer outro conselho ou País.
Os políticos que ficam longe daquilo que o povo espera, certamente se distanciam daquilo que poderia ser uma vitória muito contundente.
Como eleitora e moradora do conselho de Matosinhos espero que o próximo vencedor das eleições autárquicas não apresente apenas projectos alternativos, mas que tenha ideias concretas e desejo de realiza-las.
E nessas condições relembrando o passado e olhando o presente, nos deparamos novamente com Narciso Miranda, que foi reeleito sucessivamente, mantendo o cargo durante 29 anos.
Soube cultivar o realismo, relembra o que já foi feito, mas tem em mente o que ainda será necessário fazer por nosso conselho.
Não encontro portanto outro que represente melhor o que acima descrevi, do que Narciso Miranda.
Com certeza, Matosinhos agradece vosso retorno.

Joana Araújo