Todos os dias surgem na imprensa notícias que descredibilizam os políticos neste país. Longe vão os tempos em que os portugueses esperavam dos políticos eleitos a concretização dos anseios colectivos, traduzidos em justiça social, igualdade de oportunidades e distribuição equitativa da riqueza – sonho que acompanhou sucessivas gerações durante décadas.
Assumi naturalmente este objectivo, quando despertei para a política - eu e muitos camaradas meus. Era o tempo das calças à “boca-de-sino”, dos socos, das botas de saltos muito altos e grossos, dos cigarros “Provisórios” e “Definitivos”, dos gira- discos onde rodavam os “LP´s” e os “Singles” de vinil; do “Mundo de Aventuras”, do “Condor”, do “Cavaleiro Andante” e de tantos livros de banda desenhada que acompanharam a nossa meninice.
Lembro-me muito bem desses tempos. Mas houve também – e aqui lhes deixo a minha sincera homenagem - aqueles que, “...mesmo na noite mais escura, em tempo de servidão...” tiveram a coragem de lutar por uma sociedade mais justa e equilibrada. Alguns pagaram com a vida a ousadia de sonharem com um mundo melhor; outros sacrificaram por esta causa os melhores anos da sua vida.
Imbuídos de igual espírito, muitos portugueses aderiram a partidos políticos por entenderem que, organizados e unidos em torno de um projecto comum, seriam mais fortes, mais determinados, mais coesos, mais valentes.
Que a «a união faz a força» era um preceito que, muitos de nós tínhamos por adquirido. É certo que toda a união representa mais do que o somatório da força de cada elo da cadeia; poderia até dizer, de forma tosca, que a união de uma qualquer cadeia é igual à força dos elos da mesma, mais a força do conjunto.
Era assim o Partido Socialista! Ainda é assim.
São assim – e sempre foram – os militantes socialistas: gente honesta, generosa, esforçada, sacrificada, válida, entusiasta e disposta a lutar com coragem pela concretização dos seus ideais. Numa palavra, a cumprir os seus deveres de cidadania e militância activa! Assim eles sintam que, quem os representa cumpre igualmente os seu deveres...
E o que gostaríamos nós, os militantes de base, de os ver fazer?
Gostaríamos, por exemplo, que entendessem de uma vez por todas que a miséria dos nossos pobres, não sendo - como não é – causada pelas leis da natureza mas pelas nossas instituições, reconhecessem que grande é a culpa que lhes cabe, e nesta medida, corrigissem a rota que vem seguindo.
Gostaríamos, por exemplo, de, ao tomarmos conhecimento de casos de “peculato de uso”- denunciados aliás por responsáveis socialistas -, por parte de titulares de cargos públicos, ter a convicção de que, estes actos condenatórios e censuráveis não aconteciam entre nós, no seio da família socialista. E o que vemos afinal?
Vemos que, em matéria de “peculato de uso”, os outros não estão sozinhos.
Ainda há dias no Congresso Socialista o tal Congresso quase confidencial – poucos matosinhenses dele tiveram conhecimento, a fazer fé na escassez de notícias difundidas – alguns carros oficiais faziam fila nos parques de estacionamento adjacentes ao Pavilhão onde se desenrolava o evento!...
Claro que, tais viaturas não passaram despercebidas.
Os matosinhenses, os verdadeiros socialistas, conhecem-nos bem.
Aos carros, e aos passageiros!
Narciso Miranda
nm@narcisomiranda.com
terça-feira, 25 de novembro de 2008
O Descrédito da Política
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Ao anónimo do "Café Lua" que no post anterior deixou os comentários insultuosos uma certeza: a de que o seu desespero é por mais evidente e embora as suas ofensas sejam mais que muitas, não deixarei de fazer com que Matosinhos Retome o Rumo!
Continue a aproveitar o anonimato como bem entender. Pena é que a liberdade tão duramente conquistada seja usada de forma bem errada por meia-dúzia de mal-formados e de maneira tão assintosa.
Fique bem.
meu caro amigo presidente .
devo continuar a chamar, pois para matosinhos será sempre o senhor de matosinhos.
Podem dizer mal, mas sao alguns que andam na corda bamba que nao sabem para que lado devem dormir e agora estao a ver que o chao está a fuzir vem sempre apalpar o terreno MAS o senhor de matosinhos nao dorme E MESMO A DORMIR VÉ MAIS DO QUE TODOS NÓS ACORDADOS
ZÉ DA XICA
Os nossos deputados durante este ano tiveram 3,7 milhões de Euros para viagens.
Acresce ainda os 3,37 milhões de euros para ajudas de custo dos referidos deputados.
O OE para 2009 contempla uma verba para distribuir pelos partidos políticos na ordem dos 17 milhões euros.
Crise?? aonde
Enviar um comentário