quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Não às portagens no Grande Porto!

A polémica está há muito instalada e o assunto tem estado em cima da mesa das discussões. Refiro-me ao possível avanço das portagens das SCUT no Grande Porto, que tem reanimado a discordância, sobretudo, de autarcas dos concelhos afectados. Falta de alternativa e cobrança indiferenciada têm motivado as mais variadas críticas do Grande Porto ao Minho. Pertenço ao grupo dos que discordam, claramente.

E falo, acima de tudo, na defesa dos interesses de Matosinhos e dos matosinhenses. Isto, porque não podemos começar por esquecer que o concelho de Matosinhos é atravessado, transversalmente, no sentido Norte/Sul pela estrada A28 e, no sentido Poente/Nascente, pela A41.
Mesmo sendo classificadas de estradas de carácter nacional, trata-se de duas vias verdadeiramente decisivas para a mobilidade dos cidadãos e, sobretudo, para a interligação das várias freguesias do concelho. Quem por elas tem de circular diariamente sabe bem desta importância fundamental a que me refiro.
Por outro lado, assumem-se, ainda, como vias estruturantes para o desenvolvimento económico, constituindo alavancas decisivas para a economia local de Matosinhos, designadamente para as pequenas e médias empresas e para o sector da restauração do concelho.
Por isso, não tenhamos dúvidas. Não nos iludamos. As portagens rebentarão a economia local, designadamente o parque da restauração, o turismo gastronómico e cultural, mas, também, as pequenas e médias empresas, que não aguentarão estes custos.
Os cidadãos, esses, sim, pagarão uma “factura” muito elevada se esta decisão de colocar portagens nas referidas estradas for avante. Sobretudo, considerando o índice de desenvolvimento económico e o significativo aumento do desemprego que contribui, de uma forma decisiva, para baixar a qualidade de vida dos cidadãos.
Por isso, me manifesto, como sempre me manifestei, radicalmente contra a colocação de portagens na A28 e na A41, por serem verdadeiramente penalizadoras da vida dos cidadãos.
Por isso, é responsabilidade dos autarcas, sobretudo dos concelhos mais afectados por esta medida, manifestarem-se contra e juntarem a sua voz à dos cidadãos.
Sobretudo num concelho, como Matosinhos, onde, mais importante que as portagens é resolver problemas sérios como o da requalificação da A28, desde o nó do IP4 até ao nó de Francos, passando de duas para três faixas, e acabando com o tormento diário do cruzamento com a Circunvalação, ou a construção do acesso para o Hospital Pedro Hispano
Isto, sim, é defender os interesses dos cidadãos e de Matosinhos. E é para com estes que temos responsabilidade.

Narciso Miranda


4 comentários:

JOSÉ MODESTO disse...

Essa ideia de que as auto estradas devem ser gratuitas é algo que não é comportável para um Estado pobre como o é a República Portuguesa.Contudo o Estado deveria de uma vez por todas deixar de se autofinanciar à custa das auto estradas ditas com portagens cujos valores cobrados são incomportáveis para a maioria dos cidadãos(apesar de as auto estradas serem geridas por empresas privadas não esqueçamos o caso da Brisa que em tempos foi propriedade do Estado,Estado esse que nunca a deveria ter alienado;deveria era ter alienado toda aquela gentalha que dirigia a JAE e a Brisa antes da privatização).Ou seja se as "taxas" de utilização das auto estradas fossem justas (se calhar 1/3 do preço actual ) nada destes problemas aconteceriam e ninguém reclamaria.Perguntarão alguns:como é possível baixar preços?Devia-se partir logo do pressuposto que as obras públicas deverão ser rigorosamente fiscalizadas desde o começo;que as mesmas não deverão ser entregues a empresas "Amigas" dos Governos, dos políticos ou de certos lobbys;que se deverão utilizar todos os meios possíveis para baixar os custos sem desprimor da qualidade;que todos as empresas suspeitas de corromperem seja quem for fiquem inibidas durante vários anos de se apresentarem a concursos públicos;por último talvez uma medida drástica,todos aqueles condenados em tribunal por corrupção em especial administradores dessas mesmas empresas sejam condenados a penas de prisão efectivas em prisões com regime de trabalhos forçados(tem que se mudar a lei) dos quais constasse a construção de estradas e outras infra estruturas...seria a ironia do destino e de certeza que mão de obra "gratuita" e forçada não faltaria...

Saudações Marítimas
José Modesto

José Guimarães disse...

O problema das portagens é uma questão complexa. E não é fácil deliberar sem tocar no governo, A, B, ou C. As Portagens nas pontes , estradas e afins, não é invenção nossa, perde-se no tempo.Em Portugal, pós a Monarquia, que eu saiba já a ponte de V. F. de Xira que ligava ao Sul,em 1965, já se pagava cinco escudos,entretanto Salazar não fugiu à regra, e portajou o primeiro lance de autoestrada entre Lisboa e V. Franca,no sistema, utilizador\\pagador. Marcelo Caetano criou entâo a Brisa para gerir a ligação Lisboa- Porto ,em dupla rodovia, taxada.Após o 25 de Abril, todos os governos seguiram as pisadas anteriores, mas talvez para pior, seguindo o raciocínio, "ou há moralidade, ou comem todos",não o têem feito,utilizando argumentos pouco convincentes.O negócio das autoestradas nunca foi bem esclarecido à opinião pública, e daí uns dizerem que é justo portajar a A28, A29 e A41, e outros acharem que não.Uma coisa é certa;o governo neste momento está numa situação aflitiva com as contas públicas, despesa a subir , receitas a baixar, por todas as razões que os portugueses sabem.E como o dinheiro não elástico,nem cai do céu, vai por mão a tudo para fazer face às despesas.

José Guimarães

JOSÉ MODESTO disse...

Natal é quando a gente quiser.
Assim, pede-se á CMM que disponibilize aos mais necessitados o Cabaz do Natal.
Neste período, em que o desemprego afecta milhares de famílias, a CMM dá o
exemplo fornecendo aos mais carenciados um Cabaz do Natal.

Nada que não se possa fazer, basta ter vontade, os Matosinhenses agradecem.

Saudações Marítimas
José Modesto

Narciso Miranda disse...

Meus caros José Modesto e José Guimarães,

Fui, de facto, daqueles que sempre se manifestou, radicalmente, contra a colocação de portagens nas SCUT do Grande Porto, ao contrário de outros que nunca quiseram assumir uma posição concreta e, sobretudo, de defesa dos interesses, neste caso, de Matosinhos e dos matosinhenses.
Por isso, os eleitos da lista "Narciso Miranda Matosinhos Sempre" apresentaram uma proposta de sensibilização do Governo contra esta anunciada medida.
E temos de nos congratular pelo "feito histórico" conseguido, por termos conseguido que a nova maioria municipal (PS e PSD) a aprovassem, por unanimidade.
É assim que defendemos os interesses do concelho e dos matosinhenses.