quarta-feira, 18 de março de 2009

Um Livro é também um acto de cidadania.

Dos actos de cidadania mais relevantes, o lançamento de um livro é um deles.

Porque, quem o escreve, muito mais de revelar o seu conteúdo revela-se a si mesmo.

É um acto de coragem, porque submete o seu trabalho à apreciação colectiva.

Mas é, sobretudo um acto de cidadania plena. De cultura, de dedicação, de amor a uma causa, a uma terra.

No passado Domingo, Fernanda Soberana, uma das muitas mulheres de Matosinhos que teimam em fixar - pelas mais nobres razões - o seu nome ligado à história e à cultura de um povo, apresentou publicamente o seu livro.

Foi uma cerimónia emotiva, carregada de simbolismo e de vivacidade, para a qual tive a enorme honra de ser um dos convidados.

Até o local escolhido para a cerimónia parece ter sido escolhido por uma alma sensível, como a de um poeta. Nada que espante ninguém. Afinal, Fernanda Soberano, é poetisa!…

Mulher de armas”, de “antes quebrar que torcer, esta poetisa conterrânea enfrentou ao longo da vida as mais variadas contrariedades, sofreu as mais diversas afrontas, e contrariedades. Mas se muitos foram os desgostos sofridos, muitas também foram as alegrias proporcionadas. Os seus poemas, transparentes e cristalinos retractam a nossa existência com invulgar objectividade e realismo.

Dos efeitos principais decorrentes da apresentação do seu livro “O Passageiro”, cumpre-me destacar um deles. Não porque os outros não tenham sido igualmente marcantes, mas este pelo que “mexeu” comigo, com os meus sentimentos, com o meu “eu”, merece destaque.

Trata-se da presença – e da consequente oportunidade convívio que me proporcionou – dos meus ilustres amigos João Lourival, director da Rádio Clube de Matosinhos e do professor doutor José Maria Lafuente de Carvalho – um médico conceituado, um cientista e um homem de cidadania.

A referência que o doutor Lafuente fez a seus pais fez-me estremecer, ao trazer à minha memória recordações belas de tempos idos.

Não porque as tivesse esquecido. Admiro os grandes homens, interiorizo os seus exemplos. E, não podia jamais olvidar tão significativas figuras cuja referência faz parte da memória colectiva de um povo.

Zacarias Lafuente de Carvalho, o Zacarias da “Saúde & Sá”, é um lutador dos valores da liberdade, da democracia e da solidariedade. Um homem de carácter. Um homem de princípios. Particularmente, preocupado com os outros, sempre soube ser amigo do seu amigo. De verticalidade e coerência incontornáveis, mas, também, um socialista de causas. Um excelente exemplo de vida. Um homem que não é de casos ou de coisas, mas, reafirmo, de causas.

Foram pois muitas as razões que tornaram inesquecível aquela jornada de Domingo.

Afinal, Fernanda Soberano não nos presenteou apenas com um livro.

Ofereceu-nos o que de mais belo existe no relacionamento humano.

Fraternidade, amizade, convivência, solidariedade. Estes são os verdadeiros valores que devem reger-nos em todas as frentes. São os valores que norteiam o meu rumo.

E, tenho a certeza de que não estou só!


Narciso Miranda

2 comentários:

Anónimo disse...

Não está não Narciso, estes Valores da Fraternidade, Solidariedade e Humanidade, estão tão perdidas nestes Socialista de hoje, que até mete DÓ.

Zacarias e o Narciso são bem o exemplo disso...

Está tudo à espera do seu Regresso...ViVa Matosinhos, com Narciso SEMPRE

Anónimo disse...

Pois não está Narciso, o livro merece ser lido.
Ainda bem que se emocionou, um Homem a sério emociona-se sempre.