segunda-feira, 23 de março de 2009

A doença da Saúde

Já se passaram alguns anos.

Na agenda, a problemática da Saúde no Concelho de Matosinhos.

O acordo estabelecido entre a Câmara Municipal – a que eu presidia – e o Governo Central – chefiado pelo Eng.º. António Guterres – contemplava a construção “de raiz” de dois Centros de Saúde: um, em Leça do Balio; outro em Custoias. Cumprindo o acordado, a Câmara preparou o terreno para a concretização deste plano. Elaborado o projecto, foi a vez do então responsável pelo respectivo Ministério, o ministro Correia de Campos, instruir a Unidade Local de Saúde para a abertura do Concurso Público. Estavam assim reunidas as condições políticas para, que, aqueles dois Centros de Saúde - logo que concluídas as obras - iniciassem os serviços de atendimento a que a população tinha direito. A situação política nacional alterou-se entretanto – por força do resultado eleitoral. Entre outras medidas, o novo Governo anulou a decisão anteriormente aprovada. O Governo passou a ser do PSD, mas, a Câmara de Matosinhos manteve-se PS – também por força do resultado eleitoral.

Mas, a vida não pára! Novas eleições, nova mudança a nível do poder Central – também em resultado das eleições efectuadas, o PS regressou ao Governo.

Regresso saudado por muitos portugueses – a esperança renascia em muitos meios. Em Matosinhos, a retoma do governo por parte dos socialistas, fazia renascer a esperança. Agora sim – pensavam com seus botões balienses e custoienses. Finalmente, vamos ter os Centros de Saúde que tanta falta nos fazem – comentavam com um brilhozinho nos olhos os munícipes que ansiosamente aguardavam a retoma do projecto abortado.

Esperança legítima – há que reconhecê-lo. Afinal, aquela era uma intenção corporizada pelo partido de sua confiança que iria decidir sobre esta (e outras) matérias. De resto, a parte mais difícil tinha sido feita: justificar, com óbvias razões, junto do poder Central, a justeza da iniciativa. Tantas, e tão convincentes eram elas que, até nem foi difícil convencê-los a avançar com tal medida. Só que – e aqui é que os líderes mostram a sua valia – era necessária firmeza e determinação face a uma administração pública que tem de estabelecer prioridades.

Em época de crise – ou de pré-crise, como aquela - as opções governativas, não podem logicamente agradar a tudo, e corresponder a todos. Haverá porventura outras terras, outras gentes, outros domínios, outras áreas, outras aflições, cujos problemas exijam ainda urgência maior.

Mas – e estou bem à vontade para o referir – é preciso saber dialogar com o poder central. É preciso capacidade argumentativa e elevado poder de persuasão, para fazer valer os nossos direitos, para impor os nossos pontos de vista, para vincar as nossas posições e para influenciar as suas decisões.

E quando tais direitos já foram reconhecidos, quando a construção daqueles Centros já fora assumida – a aprovação anterior deste projecto assim o indicia – a tarefa está tremendamente facilitada.

Pois, a actual maioria camarária entendeu mudar radicalmente de posição. Em vez de um novo edifício para o centro de saúde em Balio, com custos suportados pelo orçamento de Estado, cedeu à solução provisória em edifício habitacional e em espaço reservado para comércio e totalmente custeado com os impostos dos matosinhenses.

Nem mais! Em Recarei, Balio, um espaço situado num bairro social foi adaptado a Centro de Saúde. Solução definitivamente encontrada? - Claro que ninguém sabe!

Em Custóias, ainda pior. Quatro anos e nem uma pedra foi lançada ao terreno.

Paralelamente, Santa Cruz do Bispo – à falta de soluções alternativas – faz pela vida: é a paróquia a disponibilizar instalações próprias para acolher os serviços de Saúde indispensáveis! Mais uma solução provisória.

Por mais competentes que sejam os profissionais destacados para o exercício de funções (e estou absolutamente convencido de que o serão); por mais empenho que ponham na causa os profissionais destacados para a adaptação deste Serviço (e tenho a certeza de que o porão) o espaço escolhido – e aceite sem contestação pela equipa camarária - enfermará sempre de carências de operacionalidade cujos prejudicados são naturalmente os utentes!

Outra política, outra dinâmica, outra atitude de salvaguarda dos interesses sociais é do que Matosinhos precisa!


Narciso Miranda


1 comentário:

Anónimo disse...

Narciso, Todas as esperanças Tem que ser mantidas, quanto ´se trara da Saude.
Estão em causa muitos utentes.
Os ultimos posts que correm pela Net, em nada ajudam a imagem que deixaste desde o tempo, que bem referes, de António Guterres e então se antendermos às palavras de António Arnault, ficamos arrepiados.
Por isso e porque já ninguém acrfedita que esta equipa Camarária dê saida a óptima gestão, pese embora a corrida de quase todo o Governo a vir a Matosinhos, com cheques no bolso ou sem cheques, e ainda a procissão vai no adro, não é(!?)...temos que cuidar e desmascarar toda esta encenação, como a de hoje na reportagem do JN.

Só Lamento que ainda falta muito tempo para as eleições.
Estive num Site, em que vi, por apresentação de slides, o estado Desagradado da Camara de Matosinhos.
Não chorei, mas apeteceu ir à Casa Amarela, mais cinzenta e preta do que Amarela, que já se extende e vai para a própria Bliblioteca, ameaçando o expólio.
Será isto ou não importante?
Ponham no You TUB...Alcino Soutinho deve estar envergonhadissimo e Os Matosinhenses, iludidos com a loja do Cidadão, um dia deste, pode-lhes cais uma lage em cima da cabeça.
Isto, se a Cupula não tiver uma derrocada.
São tantas as rachadelas, que parece um edifico depois de ataque,(salvo seja) tipo Iraque, ou Siria, Ou Libia, Ou Afeganistão...para não mais Longo.
O Edificio da Camara..Emblemático e Um Ex-Libris Comtemporâneo, marca pela Negativa, qualquer Turista que decida, levar Fotos!


Serão precisos muitos milhões?.

Eu respondo : NNNNNÃAAAAoOOOOO


Fora PINTO..e alguns da equipa.