Este fim de semana, concretamente no passado Domingo no Salão da Nova Sede do “Aurora da Liberdade” aconteceu uma cerimónia extremamente simples, mas carregada de significado e sobretudo de emotividade.
A cerimónia era de homenagem a uma grande matosinhense.
O ambiente, carregado de simbolismo reflectia a enorme afectividade, a profunda amizade e o mais elevado reconhecimento pelo contributo social dado à comunidade por esse grande exemplo de combatividade e determinação que as gentes de Matosinhos trazem no coração.
Chama-se Fernanda Soberano e é bem a prova do que são capazes as mulheres de Matosinhos: combativas e determinadas, mas afectivas e generosas. Mulheres de garra, de causas, de valores e de princípios, prontas a lutar por aquilo em que acreditam.
São assim as gentes desta terra, são assim as esposas, filhas e mães de Matosinhos.
Fernanda Soberano – tal como muitas outras conterrâneas - lutou, ao longo da sua vida, contra adversidades de toda a ordem. Foram enormes as dificuldades, foram imensas as aflições.
É por isso que todas as manifestações de apreço e gratidão são inteiramente saudadas e correspondidas. Por todos. Grandes e pequenos, ricos e remediados, pobres e excluídos, intelectuais e medianamente ilustrados.
Foi por isso, que no passado Domingo correspondi, com o elevado sentimento de quem cumpre um dever, ao lançamento do seu livro, que tem até um título sugestivo.
Entendeu por bem a minha querida amiga escritora chamar-lhe “O passageiro”, como que a lembrar-nos – é de poesia popular que se trata – que é passageira a vida que enfrentamos, são curtas as razões para a prepotência e arrogância.
Foi por isso que ilustres figuras matosinhenses fizeram igualmente questão de apadrinhar o evento.
Foi com enorme alegria e com profunda emoção que sentimos a presença de figuras matosinhenses de relevo, como o prestigiado cirurgião José Maria Lafuente de Carvalho e o Director da Rádio Clube de Matosinhos e meu amigo João Lourival.
Sinto-me honrado – e penso poder atribuir igual sentimento a João Lourival – pela referência elogiosa que nos é feita num dos poemas do seu livro.
Foram pessoas desta estirpe, desinteressadas, mas atentas que tornaram possível à Fernanda Soberano concretizar o sonho de lançar este livro.
Uma jornada inesquecível – e não só para a autora.
Todos os presentes – e foram muitos – saudaram com igual calor este elevado acto de cidadania, este profundo sinal de bairrismo e solidariedade.
Foi, também, para mim, muito gratificante nesta cerimónia, ouvir esse grande matosinhense, o professor doutor José Maria Lafuente de Carvalho prestar homenagem à sua mãe e ao seu pai, grandes figuras de Matosinhos.
Quando o Dr. Lafuente falou dos seus pais, logo senti a emoção resultante das prolongadas, vibrantes e afectivas conversas que fui mantendo, ao longo dos tempos, com o Zacarias Lafuente de Carvalho. O grande Zacarias. Um homem da “Saúde & Sá”. Um lutador dos valores da liberdade, da democracia e da solidariedade. Estremeci. Estremeci mesmo, face à saudade gerada numa cerimónia de grande generosidade, de muitos afectos e onde se festejou os valores do carácter, dos princípios e, sobretudo, da verticalidade e da amizade.
Foi gratificante. Obrigado aos protagonistas pela lição que me deram.
Narciso Miranda
1 comentário:
E assim se confirma, que AS ÁRVORES MORREM DE PÉ...VIVA AURORA DA LIBERDADE.
LAFUENTE, filho de Zacarias, da Tipografia Saude & Sá, merecia também uma Homenagem.
Parabens Narciso
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