Não podia deixar de ser. O Metro do Porto foi sempre um assunto polémico e é previsível que, no futuro, continue a gerar polémica.
É sempre assim. Quando há um grande investimento, que consegue gerar sucesso no Norte, sobretudo na Área Metropolitana do Porto, isso acaba por provocar sempre discussão, debate e, normalmente, decisões controversas.
Lisboa olhou sempre para a Área Metropolitana do Porto e para o Norte com anormal desconfiança, que condiciona toda a actividade com um centralismo exagerado. O Metro do Porto que, convém lembrar, nasceu por iniciativa de autarcas, provocou sempre dúvidas, ciúmes relativamente a quem, no Terreiro do Paço, tomava as decisões para o país.
Para muitos, o Metro do Porto parecia o Metro do “papel”, isto é, um projecto que não sairia para o terreno. Mas o que é certo é que o projecto avançou, as linhas concretizaram-se e o sucesso é absolutamente evidente.
Recordo-me, há cerca de cinco anos, que alguns cartões de crédito, mesmo com gastos ridículos de dezenas de euros em média por mês – eu próprio fui vítima disso – criou polémica e as normais fugas milimétricas para a Comunicação Social, para, dessa forma, se atingir esta obra de enorme sucesso e, consequentemente, os protagonistas do êxito deste projecto.
Agora, surge o problema da acumulação de vencimentos dos autarcas. Mas, na verdade, o que se pretendeu foi atingir o Presidente da Junta Metropolitana. Vamos, aliás, directamente ao assunto. O que se pretendeu foi dar uma “machadada” na seriedade e credibilidade do Presidente da Junta Metropolitana. Saliento: não disse no Presidente da Câmara do Porto. Disse: Presidente da Junta Metropolitana.
O drº Rui Rio tem uma imagem de uma pessoa rigorosa, exigente e séria. E é isso que incomoda muita gente.
E quando isso incomoda os gestores do poder de Lisboa, não fico nada surpreendido. Mas, quando, do meu ponto de vista, aparece um autarca, um político, um gestor que transmite uma mensagem de rigor, de seriedade e exigência, como tem acontecido, e estou à vontade para o dizer, porque sou seu adversário político, com o drº Rui Rio, quer como Presidente da Câmara, quer como Presidente da Junta Metropolitana, o que me surpreende é que alguns políticos e autarcas do Norte fiquem incomodados com as suas irrepreensíveis atitudes.
Este episódio, que não é um epifenómeno, mas mais vasto e prolongado, tem a vantagem de ter contribuído para aumentar o prestígio, a credibilidade e o bom nome de um político do Norte. E é isso que quero valorizar. O termos conseguido demonstrar que também temos gente que, independentemente, das suas ideologias, e das suas escolhas políticas e partidárias, é capaz de mostrar ao país que também temos gestores públicos exigentes, rigorosos, credíveis e sérios.
Foi o que aconteceu com o Presidente da Junta Metropolitana, drº Rui Rio, a quem presto a homenagem por ter sabido qualificar a política, o poder local e dar um sinal positivo ao país.
Narciso Miranda
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quinta-feira, 6 de maio de 2010
A polémica do Metro do Porto
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Eleições para as Concelhias
Realizaram-se durante este último fim-de-semana, as eleições internas do PS para as Comissões Políticas Concelhias, designadamente do Distrito do Porto.
Três notas podem ser feitas, num balanço sucinto destes actos eleitorais.
Em primeiro lugar, o PS, em alguns dos concelhos, conseguiu gerar mais do que uma candidatura. Tal criou as condições para um debate mais profundo e para o sempre importante confronto de opiniões em partidos democráticos.
É evidente, sempre o afirmei e reafirmo-o agora, que é melhor um partido “aparentemente dividido” do que um partido “adormecido”. E o PS tem dado sinais evidentes de ser um partido “adormecido”. No entanto, aqui ou ali, num ou outro concelho, num ou outro Distrito, os sinais vão precisamente no sentido contrário: de ser um partido mais dinâmico, mais interventivo, mais disponível para a pluralidade de opiniões e para o confronto democrático, responsável, de pontos de vista ou estratégias diferentes.
Segunda conclusão que pode ser retirada destas eleições internas: onde não se verificou mais do que uma candidatura, o que se verificou foi pouca participação, desmotivação, um certo alheamento e, consequentemente, um partido “adormecido”, em que os próprios militantes demonstram pouco interesse e onde qualquer sinal de maior vontade de discussão, de debate, de confronto de ideias é, imediatamente, eliminado.
Já – terceira conclusão – onde apareceram candidaturas diversas e, sobretudo, contrárias à linha oficial do PS do Distrito do Porto, aconteceram exactamente as mesmas situações que temos vindo a denunciar: actos de purga, de limpeza dos cadernos eleitorais, processos kafkianos, em que se condena primeiro e se dá – quando se dá – o direito à defesa depois, com o afastamento de militantes, ou porque tinham as quotas em atraso e nem sequer lhes foi dado o direito a regularizarem a situação, ou por este ou aquele “motivo”.
Isto é, um PS do Distrito do Porto verdadeiramente ao seu nível! Ao seu mais baixo nível!
Nota: Na Trofa, um concelho do Distrito do Porto, onde o Presidente da Federação Distrital do PS do Porto tentou insultar e até humilhar politicamente uma das grandes vencedoras, ao serviço do PS, nas últimas eleições autárquicas, ao conseguir, pela primeira vez, ganhar as eleições para o PS, acabou por ele próprio, nestas eleições para as Concelhias, ser castigado, humilhado e ver o “cartão vermelho”.
Afinal, ainda existem locais onde os socialistas demonstram carácter, convicção, firmeza e determinação.
Narciso Miranda
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quarta-feira, 14 de abril de 2010
Defesa dos interesses de Matosinhos
Na última reunião do Executivo da Câmara Municipal de Matosinhos, por proposta subscrita pela maioria PS, PSD e CDS/PP, foi aprovado o novo regulamento de taxas e licenças, com efeito retroactivo a 1 de Janeiro, que passa a isentar de taxas todas as esplanadas do concelho, instaladas ou a instalar no concelho.
Esta proposta foi votada por unanimidade. E, naturalmente, que com os votos favoráveis dos quatro Vereadores eleitos pela lista “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”.
Seis meses após as eleições autárquicas, é importante revisitarmos os programas eleitorais na altura apresentados. Se fizermos este esforço, verificamos que, no programa eleitoral que tive a oportunidade de protagonizar, era proposto expressamente: “apoiar fortemente o comércio tradicional, isentando as taxas de reclames luminosos, toldos e ocupação de espaço para esplanadas, com prévia autorização”.
A justificação que apresentamos, no nosso programa eleitoral, sustentava o princípio de que esta prática poderia constituir-se como um importante contributo e incentivo ao apoio ao comércio local, dinamizando e gerando factores de crescimento da economia local.
Por outro lado, esta proposta era sustentada naquela que acreditamos ser uma obrigação da autarquia em apoiar as pequenas e médias empresas, que desempenham um papel, igualmente, decisivo no desenvolvimento económico-social e, sobretudo, no desenvolvimento e promoção das economias locais.
Avançar com esta medida, representaria, ainda, na nossa opinião, criar condições geradoras de maior segurança. Num concelho onde os índices de insegurança são altos, como, aliás, é público e notório, ter ruas com monstras iluminadas, com esplanadas dinâmicas, é, sem dúvida, um factor decisivo para que os cidadãos sintam e vivenciem uma maior segurança.
É assim evidente que, à medida que estas propostas vão sendo apresentadas, mesmo que de uma forma ainda “tímida”, nós, os Vereadores da “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”, de uma forma construtiva e independentemente da sua origem, apoiamos entusiasticamente, esperando que, tal como apresentamos no nosso programa eleitoral, esta isenção de taxas venha a ser extensiva aos reclames luminosos e toldos.
Foi isso que aconteceu na última reunião da Câmara Municipal e é isso que desejo que se repita muitas mais vezes. Em nome dos cidadãos, em nome do comércio e das empresas locais, em nome daquela que é a verdadeira defesa dos interesses de Matosinhos.
Narciso Miranda
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quinta-feira, 8 de abril de 2010
Consequências… para o PS!
Já por diversas vezes falei sobre a forma como os partidos funcionam, como os aparelhos dos partidos se comportam e sobre a prática seguida, no dia-a-dia, pelas respectivas estruturas.
O PS, por exemplo, que é, tal como sempre o afirmei, o partido das causas, dos princípios, dos valores, da liberdade, do direito ao contraditório, do aprofundamento de debate, inclusive, de opiniões divergentes, é o mesmo partido que, actualmente, independentemente do que está ou não escrito nos estatutos e na sua Declaração de Princípios, tem gente, militantes, dirigentes capazes de práticas perfeitamente arrepiantes do ponto de vista político e do que são os direitos, as liberdades e as garantias dos seus militantes.
Basta pensarmos no que está a acontecer, nomeadamente em Matosinhos, Valongo e Porto, aos militantes que apoiaram ou integraram listas que não as do PS nas últimas autárquicas.
E o que está a acontecer é, nada mais, nada menos, que um processo baseado na falta de regras, de princípios, de valores, onde não houve um gesto, um indício, um papel, uma nota, uma atitude, fosse ela qual fosse, no sentido de ouvir e dar o legítimo direito à defesa.
Um processo marcado por práticas estalinistas e de purga, como aquela em que, numa atitude verdadeiramente inacreditável, procedem à “limpeza” de todos os nomes destes militantes dos cadernos eleitorais. Fácil de perceber! Estamos em época de eleições para os Secretariados, as Concelhias e as Federações.
Um processo claramente “kafkiano”, em que se condena primeiro e dá-se o direito – quando se dá – à defesa, depois!
E não adianta sequer virem, uma vez mais, com o argumento de que as candidaturas independentes devem ter consequências, em nome do futuro do partido e do que está escrito e determinado nos estatutos!
Volto a lembrar, e irei fazê-lo sempre que necessário, que esta não é uma questão estatutária. Que esta não é uma questão jurídica. Que esta não é uma questão de dissidência. Esta é uma questão política. E o que se pretende, designadamente em Matosinhos, é resolver uma divergência política de forma burocrática.
Ainda que – volto a lembrar, uma vez mais – se quiserem discutir a questão estatutária, também o faço, com à vontade total. Isto porque, e se quiserem continuar a insistir nesta via, se alguém transgrediu os estatutos, se alguém “feriu” gravemente os estatutos e se alguém “feriu” o princípio sagrado do PS, que é o do respeito ao contraditório, à opinião diferente, foi o processo de escolha de candidatos à Câmara de Matosinhos!
Isto, perante o silêncio ensurdecedor de todos, quer da Concelhia de Matosinhos, quer da Distrital do Porto, da qual fazem parte membros da Comissão de Jurisdição Nacional.
Volto a lembrar que, pela primeira vez na história do PS a nível nacional, foram escolhidos candidatos à Câmara, sem que se cumpram os estatutos. Sem cumprir uma regra sagrada da Democracia interna do PS.
E isto é que é grave!
Mas a mim, tal como sempre fiz questão de deixar bem claro, não interessa discutir os estatutos. Esta é, repito, uma questão política. Marcada por atitudes de purga, de limpeza, por condenações a delitos de opinião. Marcada por atitudes kafkianas, em que se condena primeiro e se dá o direito à defesa depois!
E isto, sim, é que contraria os valores estabelecidos na Declaração de Princípios do Partido! Isto sim é que não é dignificante para o Partido! Isto sim é que não é bom para o futuro do Partido! Isto sim é que não a doutrina que o PS merece!
Ainda há muita gente, “boa gente”, que pensa, “convictamente”, que a unidade se constrói usando métodos de limpeza, de purga, castigos kafkianos e métodos estalinistas.
O que afirmo está na História! Está nos livros!
Extrapolando isto para a política nacional, foi assim que se construiu a “Alemanha unida do Hitler”. Foi assim que resistiu a “unidade da União Soviética”.
O Hitler e o Estaline foram, sobre esta matéria, os “maiores” e os “melhores”. O que não podemos é transportar alguns exemplos para a vida política e partidária do nosso país!
Narciso Miranda
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terça-feira, 30 de março de 2010
Atitudes intoleráveis!
Ainda não se iniciou o processo de eleições internas do PS para as Concelhias e para as Distritais e a polémica já está instalada e o debate já foi colocado ao nível zero.
Quando um Presidente da Federação, que deve ser, tanto quanto possível, o factor de unidade do PS, que deve ser o agente de defesa intransigente das maiorias do Partido, quer nas Juntas de Freguesia, quer nas Câmaras Municipais, vai a concelhos de maioria PS acicatar, agitar, provocar e insultar, de facto, este debate, mesmo antes de formalmente se iniciar, já atingiu o nível zero.
Uma das vitórias mais relevantes e mediáticas que o PS conseguiu, nas últimas eleições autárquicas, a norte do país, foi ganhar, pela primeira vez, a Câmara da Trofa. Foi ganhar, pela primeira vez, o jovem concelho da Trofa. O PS ganhou esta Câmara, que foi, sempre, do PSD.
E nesta vitória há, como é natural, um grande protagonista. Desta vez, o protagonista é uma mulher, a drª Joana Lima, que conseguiu essa enorme “proeza política”.
Cerca de apenas cinco meses depois da gestão da maioria PS, liderada pela drª Joana Lima, o Presidente da Federação, numa atitude sectária, cega, arrogante, intolerante, politicamente inaceitável, vem a público com afirmações verdadeiramente inacreditáveis, do ponto de vista político e, sobretudo, do ponto de vista partidário.
O mais grave foi esse mesmo Presidente da Federação afirmar, numa atitude verdadeiramente machista, que não aceitava, dentro do PS (queria ele dizer que não aceitava dentro do distrito do PS, que não aceitava na Federação de que ele é “patrão”), “caudilhos de saias”.
Esta afirmação é já, por si só, muito, mesmo muito grave. Mais grave ainda se torna quando é proferida por um socialista e, ainda pior, quando é proferida por um socialista com responsabilidades que afirma sempre que o seu grande trunfo é ser amigo pessoal do líder do Partido, o eng. José Sócrates.
Mas, se meditarmos bem sobre as declarações que proferiu e que foram reproduzidas pela Comunicação Social, verificamos que existe nelas uma enorme perturbação política que é, também para nós, profundamente preocupante.
Designadamente quando este afirma: “Estamos aqui sem sofismas. Nós não aceitamos coacções nem retaliações. Eu sei o que se passa na Trofa e quero aqui manifestar o meu total repúdio. Não foi para isso que o PS foi fundado. Estou aqui porque não aceito caudilhos. Nunca aceitei caudilhos na vida política e não é agora um caudilho de saias que se pode implantar aqui na Trofa”.
Ora se esta não é uma atitude de “quero, mando e posso”, se esta não é uma atitude verdadeiramente intolerante, se esta não é uma atitude sectária, inspirada no princípio do estalinismo, se esta não é uma atitude inadmissível, então, a política anda mesmo muito mal.
É evidente que já todos começam, embora tenham demorado muito tempo, a perceber a personalidade deste senhor e a forma como ele tem gerido os destinos do PS. Bem sei que o grande trunfo que sempre utilizou, ao longo dos últimos anos, foi sempre o facto de ser amigo do eng. José Sócrates.
De facto, não passa pela cabeça de ninguém que cerca de cinco meses depois de se ganhar uma Câmara, um responsável do PS, deputado da Assembleia da República, pertencendo à bancada da liderança do Grupo Parlamentar, venha fazer “estragos” tão significativos do ponto de vista partidário, no concelho da Trofa.
E quando afirma que não foi a Joana Lima quem ganhou a Trofa e que ele tem uma quota parte de responsabilidade na vitória do PS nesse concelho, só podemos ficar incrédulos, sobretudo, não acreditando que seria possível uma pessoa cometer a desfaçatez política de fazer uma afirmação destas.
Este senhor, que nunca foi a uma eleição, que teve medo de assumir a responsabilidade de se candidatar a uma das Câmaras difíceis, que nunca foi a votos a não ser dentro do aparelho do PS, beneficiando do sindicato de votos instalado dentro dos aparelhos, não tem autoridade política, partidária, nem, sobretudo, moral ou ética, para proferir afirmações destas.
Ainda bem que o seu fim está próximo. Que venha depressa. Para bem do PS.
Narciso Miranda
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segunda-feira, 22 de março de 2010
Limpar Portugal!
Realizou-se este sábado, a acção “Limpar Portugal”. Este projecto, um movimento cívico de pessoas em regime de voluntariado, teve como principal objectivo limpar as lixeiras ilegais existentes no espaço florestal do país. E esta foi, sem dúvida, uma iniciativa feliz, com uma enorme carga pedagógica, que mobilizou, um pouco por todo o país, várias instituições, várias entidades da sociedade civil, várias figuras mais ou menos mediáticas, e um número extremamente significativo de cidadãos.
A adesão, desde o primeiro momento, do Presidente da República deu a esta iniciativa uma dimensão nacional.
Verificamos, pelas imagens que nos foram transmitidas e pelos relatos realizados, que, não obstante o esforço feito, e o carácter pedagógico inerente ao evento, que Portugal está, de facto, ainda, muito sujo. Há muito lixo espalhado um pouco por todo o país. Continuamos a assistir a demasiadas atitudes pouco cívicas e, obviamente, a muitos descuidos e concluímos que há, ainda, muito, mesmo muito para fazer.
Em Matosinhos, também algumas entidades e cidadãos aderiram a este projecto. Em vários pontos do concelho, sobretudo nos locais onde a dinâmica foi maior, foi uma enorme satisfação assistir não só, mas sobretudo, jovens, a maior parte ligados a instituições vocacionadas para a solidariedade, a procederem à limpeza tão necessária.
E foram toneladas e toneladas de lixo que tivemos oportunidade de ver a serem recolhidas de locais extremamente emblemáticos, locais referência do nosso concelho, mas que, mesmo que de uma forma pouco visível, se encontravam perfeitamente inundados de lixo.
A Associação “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” e um conjunto de jovens e associados quiseram aderir à iniciativa e, também eles, saíram para o terreno.
Foi, de facto, gratificante. E, mais uma vez, conseguimos ter a prova de que esta associação não está criada apenas para a actividade política, apenas para o apoio a candidaturas, mas também, e diria até, sobretudo, para actividades cívicas, de carácter recreativo, cultural, desportivo e solidariedade.
Portugal “arregaçou as mangas”. E em Matosinhos também o fizemos. E, mais uma vez, mostramos que somos cidadãos activos, preocupados e interessados em contribuir e fazer cidadania. Mais uma vez, mostramos que somos capazes de, de facto, marcar a diferença!
Narciso Miranda
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quinta-feira, 18 de março de 2010
Muito mau para ser verdade!
Encontrei-me esta semana com um grande amigo. Trata-se de uma figura de dimensão nacional, gestor, que já foi ministro por várias vezes e com quem já não conversava longamente há algum tempo.
Vem isto a propósito de algo que me deixou visivelmente preocupado, depois de ouvir atentamente a opinião que me transmitia sobre o quadro político nacional, sobre a vida político-partidária e a “radiografia” económico-social do país.
Afirmou-me este meu grande amigo, de forma pausada, sentida e profunda: “se não tivesse uma relação tão profunda com o meu país, a minha família e os meus amigos, saía daqui”.
E explicou-me bem, aliás de forma exaustiva, os motivos que o levavam a fazer esta afirmação.
A descredibilização das instituições, de alguns titulares de órgãos de soberania, da Justiça, a forma como se faz política em Portugal, a permanente crispação entre os cidadãos e os titulares, o debate banal, apenas com a preocupação do efeito mediático, a sobreposição do supérfluo ao essencial, a mediocridade instalada e generalizada, a política do favor, do tráfego de influências, instalados como se de actos normais se tratassem, foram muitos dos motivos que evocou, entre outros que tenho dificuldade, por decoro ou até mesmo vergonha, de aqui reproduzir.
Estou a falar de alguém que sabe, que tem experiência, que já desempenhou vários cargos importantes, que conhece bem o país, conhece bem a vida política e a vida partidária. E, portanto, é alguém com a maior credibilidade, com serenidade e seriedade.
Mas retenho, ainda, uma outra frase que proferiu, ao longo da conversa: “isto é um pântano, onde se dão bem os oportunistas, os medíocres, os que se servem das estruturas partidárias, dos favores, dos compadrios”.
Acrescentando, ainda: “é desolador para quem, como eu, se envolveu tanto na vida política e na vida pública, chegar à conclusão de que, nestes últimos anos, se foram esvaziando as causas, os valores e os princípios, para se entrar numa área de intervenção onde, literalmente, vale tudo”.
Habitualmente, quando me encontro com amigos, acabo quase sempre, porque é esta a minha forma de ser, por “monopolizar” de alguma forma o diálogo. É um defeito que tenho, sou conversador, gosto do diálogo, mas reconheço que cometo sempre a falha de ocupar a maior parte do tempo, deixando menos espaço para os meus interlocutores.
Desta vez, aconteceu exactamente o contrário. Falei pouco e ouvi muito. Ouvi e, à medida que ia ouvindo, crescia a sensação de angústia, de arrepio, de preocupação. Confesso, inclusive, que passei um resto de dia difícil.
No dia seguinte, ao fazer um percurso que repito algumas vezes, passei na Rua António Carneiro, onde se situa o Centro de Emprego de Matosinhos. Olhei, quase instintivamente, num impulso.
E a verdade é que fiquei, de facto, verdadeiramente estarrecido, porque percebi bem tudo aquilo que tinha ouvido do meu amigo.
Logo pela manhã, o Centro de Emprego de Matosinhos encontrava-se a abarrotar de gente, com algumas dezenas de pessoas que aguardavam cá fora, a maior parte jovens.
Fui a pensar para onde olhavam aquelas pessoas que aguardavam na rua. E concluí que olhavam para o vazio, para o seu futuro sem futuro.
E a verdade é que isto acontece no mesmo país onde, tal como lembrou, na imprensa, o líder do PCP, “os 150 mil euros que alguns gestores de empresas públicas têm auferido davam para o salário de 20 anos de trabalhadores como os da Jado Ibéria de Braga”.
A verdade é que isto acontece num país em que empresas como a PT pagam prémios de desempenho aos seus gestores e administradores que nos deixam a todos verdadeiramente chocados. Só em 2009, dão, agora, conta as notícias que têm vindo a público, a PT pagou sete milhões de euros a administradores. Só o administrador Rui Pedro Soares, recebeu um milhão de euros em prémios.
A verdade é que isto acontece num país onde só o ex-presidente da REN recebe, no ano passado, um prémio de 243,8 mil euros relativo ao seu desempenho em 2008, de acordo com o relatório de Governo Societário da REN.
Enquanto isto, os mais idosos têm de sobreviver com reformas que pouco mais dá do que para pagar a farmácia – e quando dá! Enquanto isto, os jovens, que tanto investiram no seu futuro, não encontram uma “porta” que se abra e lhes dê uma oportunidade. Enquanto isto, milhares de cidadãos vivem o desespero e a angústia de um desemprego de longa duração. Enquanto isto, as famílias endividam-se cada vez mais. Enquanto isto, aumenta a pobreza um pouco por todo o país.
Isto é, de facto, mau de mais para ser verdade!
Narciso Miranda
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terça-feira, 16 de março de 2010
Um apelo pelo Leixões
No futebol, sempre que não há golos, sempre que as coisas não correm bem, sempre que as equipas perdem durante jogos consecutivos, imediatamente, o estado de espírito altera-se.
A massa associativa começa a demonstrar grande instabilidade, para passar para as críticas duras e ficar a um passo de uma certa agressividade.
E, imediatamente a seguir, ou se encontram os “bodes expiatórios” ou se travam debates acessos, duros, com críticas algo violentas e “descobrem-se” as razões, os erros estratégicos que conduziram, ou estiveram na base, dos resultados negativos.
Pois é! As vitórias escassearam e as derrotas são muitas. Apenas nos salvamos com os empates. Mas não é com empates que conseguimos os objectivos desejados.
Domingo passado, o Leixões tinha um jogo decisivo, um jogo com o seu competidor directo, o Vitória de Setúbal, e ficou, ainda, mais distante do grande objectivo – manter-se na I Liga.
Nem sequer vou dizer que o Leixões não merecia ganhar. Prefiro dizer: o Leixões não jogou para ganhar, mas não mereceu o que se passou dentro das quatro linhas e perder aquele jogo. E, agora, é muito difícil.
Mas, a missão não é impossível. E, por isso, vale a pena juntarmos esforços, reunirmos vontades, juntarmos energias para, todos, todos, sem excepção, fazermos um esforço para esquecer mágoas, frustrações, angústias e unirmo-nos em torno do Leixões.
Por muito, até, insignificante que seja o contributo de cada um, todos os contributos são importantes para corrigir a rota e para fazermos com que o Leixões se mantenha na I Liga.
É esse o apelo que faço. É esse o desafio que lanço, já para o próximo Domingo, para darmos apoio à equipa técnica, aos jogadores e a todos os responsáveis pelo clube, para iniciarmos, Domingo, no Mar, a viragem.
Meus caros leixonenses e meus caros matosinhenses: falo do que sei. Não esqueçam, as pessoas passam e o Leixões fica. O Leixões tem mais de cem anos, já teve muitos dirigentes, muitos presidentes, muitos altos e baixos, mas o Leixões sobreviveu e tem de continuar a sobreviver.
E tenho autoridade para falar, porque pertenço aos que foram vítimas de tratamentos desajustados, de processos ingratos, às vezes maquiavélicos, praticados por gente que enche demasiadamente o peito, tratando mal muitos, mesmo muitos, leixonenses. Mas isso é passado. Vamos olhar em frente.
Não se iludam, no entanto, aqueles que, como me vêm informando ultimamente, andam por aí a dizer que, provavelmente, serei candidato ao Leixões. Nunca. Nunca isso aconteceu, nem acontecerá.
Durante a minha vida pública, fui apenas Presidente da Assembleia Geral, durante um mandato. Só uma vez. Nunca serei nada mais. Não porque não tenha respeito por aqueles que gostam dessa tarefa, mas porque não corresponde à minha maneira de ser, de estar.
E, portanto, fiquem descansados. Da mesma maneira que, há quatro anos, num almoço, onde me pediam persistentemente para ser eu a assumir a presidência da SAD e os pedidos vieram, na altura, do actual Presidente da Assembleia Municipal, do actual Presidente da SAD, do actual Presidente do Leixões, lhes disse, convictamente, “não, não tenho características para exercer cargos dessa natureza”, também, agora, digo, renovando essa afirmação: não, nunca, jamais.
A minha disponibilidade é para ajudar, é para contribuir para o engrandecimento do Leixões, é para fazer um apelo a todos, agora, que começam os “ratos a abandonar o barco” e quando se olha para o camarote e se vê que este começa a estar vazio. Ainda Domingo, o camarote estava praticamente vazio. Parece que vamos ter cada vez mais lugares vazios. É da vida.
Durante os últimos tempos, o camarote estava cheio, de acérrimos defensores de outros clubes com o cachecol do Leixões, de institucionais e não institucionais, de amigos e não amigos. Agora, começa a ficar vazio.
E é por isso que cá estou, a unir-me aos mais humildes leixonenses e a dizer: vamos ao trabalho para aguentarmos o Leixões onde é o lugar dele.
É que, para se ser leixonense tem que se viver, sentir, vibrar. E Matosinhos precisa do Leixões na I Liga.
Narciso Miranda
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terça-feira, 9 de março de 2010
Endividamento das autarquias compromete o futuro
Uma notícia, publicada por estes dias, num semanário de referência, dá conta de que as câmaras municipais contraíram empréstimos nos últimos dois meses de 2009 ao ritmo mais alto da década passada, num primeiro sinal evidente de derrapagem das finanças locais, segundo dados do Banco de Portugal.
É óbvio, que tal facto não poderá deixar de nos preocupar.
O saldo negativo das autarquias, em 2009, atingiu 649 milhões de euros, o que explica, segundo o referido semanário, cerca de quatro décimas da derrapagem inesperada do défice orçamental para 9,3 por cento do PIB.
E vai mais longe este estudo: os empréstimos à banca representaram cerca de três quartos do novo endividamento (559 milhões).
Ora, já não é a primeira vez que o digo, mas volto a reafirmar: não me parece, de facto e de todo, esta a via correcta. Transportando esta situação ao nível dos vários países, verificamos que algumas experiências conhecidas conduziram, aliás, a resultados verdadeiramente desastrosos.
É por isso, na verdade, que temos vindo, sistematicamente, a alertar para os perigos resultantes de erros estratégicos, sustentados no princípio do facilitismo, que conduz ao endividamento.
É por isso que, sempre que se caminhou ou caminha por essa via, levantamos a nossa voz. Porque esta é, de facto, uma opção de gestão que compromete o futuro, sobretudo no médio e longo prazo.
E não o faríamos se, acima de tudo, o recurso aos empréstimos tivesse por base o investimento. Se o recurso sistemático à banca por parte das autarquias tivesse como principal objectivo a construção das infraestruturas necessárias, o apoio às micro, pequenas e médias empresas, a criação de postos de trabalho.
Acontece que a questão de fundo é muito mais complexa. Quando uma instituição começa a recorrer, sistematicamente, a empréstimos de tesouraria para resolver problemas de liquidez é um sinal evidente de que algo, do ponto de vista financeiro, não está bem e está a reduzir, progressivamente, o espaço de manobra para os investimentos.
Como é que uma Câmara endividada, que recorre persistentemente a “injecções” de dinheiro através de empréstimos de curto prazo, pode contribuir para resolver os problemas do desemprego? Para dar esperança aos jovens que procuram o primeiro emprego? Para apoiar as famílias carenciadas? Para investir na habitação? Para apoiar as pequenas e médias empresas e o comércio tradicional? Para relançar o investimento nos equipamentos culturais, recreativos, desportivos, de solidariedade?
Sistematicamente tenho afirmado: o equilíbrio das finanças municipais só se consegue cortando no despesismo, evitando despesas sumptuosas e correntes, anulando gastos supérfluos. Sobretudo num cenário extremamente preocupante, de crise acentuada, designadamente com um nível de desemprego assustador, com o nível da pobreza a registar aumentos arrepiantes, em que o endividamento das famílias é cada vez maior, em que uma empresas vão fechando e outras aguardam, lutando desesperadamente contra, um final “negro”.
É preciso que as autarquias repensem a estratégia a seguir e, sobretudo, não tentem “tapar o sol com a peneira”, reafirmando permanentemente uma “saúde financeira” que, muitas vezes, em muito pouco corresponde à realidade.
Só desta forma os cidadãos vão conseguir ver a sua qualidade de vida melhorada. E são esses mesmos cidadãos que merecem, dos responsáveis autárquicos, a maior transparência e o maior rigor na gestão dos dinheiros públicos.
Narciso Miranda
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Loja do Cidadão: será desta?!
Mais uma vez, não sei bem se pela terceira, quinta, ou até sétima vez, é anunciada e confirmada a construção de uma Loja do Cidadão de segunda geração no nosso concelho. Em Matosinhos, estamos numa fase em que as promessas têm pouco valor. Promete-se muito e faz-se pouco. É preciso passar, de facto, para a fase da execução.
Tive oportunidade, de forma construtiva, de ir denunciando as alterações que foram surgindo, à medida que o tempo ia passando, em matéria de localização deste espaço tão necessário para o nosso concelho.
Sempre se construiu a ideia de que a melhor localização seria a da parte poente de Matosinhos. Isto, no sentido de transformar a Loja do Cidadão numa alavanca contra a desertificação desta zona extremamente significativa da nossa cidade.
Mas a verdade é que, de facto, a sua localização foi, ao longo dos tempos, variando. Primeiro, a hipótese Brito Capelo. Uma ideia que, a concretizar-se, revitalizaria e reorganizaria esta rua histórica e central, gerando as condições necessárias de atractividade para “obrigar” os cidadãos a deslocarem-se a esta zona de Matosinhos.
Dava-se a entender, desta forma, que se iriam “matar dois coelhos com um só tiro”: construía-se um espaço de serviço pelo qual os cidadãos ansiavam – e continuam a ansiar – e dinamizava-se a área geográfica adjacente. Parecia, então, ser apenas uma questão de tempo.
Rapidamente, no entanto, a esperança deu lugar à frustração. O tempo passava e da loja anunciada, nem a sombra.
Assim, constatada a abortagem, é lançada uma outra opção. Desta feita, abandonava-se a Brito Capelo e partia-se para o Mercado Municipal de Matosinhos, que surgia como uma nova versão tão lógica, tão válida e tão sustentada como as outras. Parecia ter-se encontrado, finalmente, o local certo.
Ministros, secretários de Estado, homens e mulheres do aparelho, deputados e deputadas, secretários gerais, presidentes e vice-presidentes, vereadores, adjuntos, num verdadeiro corrupio por Matosinhos, faziam “crescer água na boca” aos matosinhenses. Vislumbrava-se uma “luz no fim do túnel”: finalmente, a Loja do Cidadão tinha encontrado espaço para nascer.
Mas a verdade é que, mais uma vez, a “montanha acabou por parir um rato”. Os cidadãos que esperavam a inauguração deste tão ambicionado espaço, são, novamente, confrontados com uma intenção. A intenção da Câmara em, um dia, abrir a tal loja.
Mas, mais uma vez, noutro local: a Rua Alfredo Cunha, no edifício dos serviços públicos, onde funciona, actualmente, a Repartição das Finanças.
Erro estratégico!
Aparentemente, esta localização, numa avaliação de curtíssimo prazo, até poderia parecer correcta. Mas, numa perspectiva de futuro, sustentada numa visão estratégica, trata-se, de facto, de um erro, um erro grave.
Desde logo, por se tratar de uma zona de forte congestionamento de tráfego, com falta de capacidade de resposta em matéria de estacionamento. Depois, porque se tratar de uma decisão sustentada em opções monocêntricas. Isto quando uma cidade se faz e se criam as condições para que os cidadãos vivam o concelho, com uma visão estratégica, sustentada no princípio da policentralidade.
E, ainda, porque, com esta escolha, perde-se, sem dúvida, a oportunidade de se criar uma alavanca para repovoar, reordenar e reorganizar uma parte de Matosinhos que vem perdendo “peso”, que se vai descaracterizando e que vai comprometendo a economia local.
Basta verificar o que está a acontecer com o comércio local e com pequenas economias aos mais variados níveis e sectores.
Trata-se, por isso, sem dúvida, de um erro estratégico, com uma “factura” pesada a pagar, no médio e longo prazo, com consequências profundamente negativas para Matosinhos e que cria condições para o progressivo declínio de pequenas economias locais, extremamente importantes para o progresso e desenvolvimento do concelho.
Os comerciantes, a gastronomia, os pequenos empresários, os cidadãos, a quem foram feitas tantas promessas, ao longo dos últimos quatro anos, e que continuam a ver a sua vida a “andar para trás”, têm, de facto, motivos para estarem pessimistas.
Também eu não estou, aliás, confesso, nada, mesmo nada optimista. Até porque temos, actualmente, à frente dos destinos do concelho, uma maioria (PS, PSD e CDS/PP) que não tem uma estratégia sustentada em valores ideológicos e na defesa dos interesses de Matosinhos e dos matosinhenses. Não. Temos uma maioria sustentada na força dos votos, na força dos interesses económicos, especulativos e pessoais.
E a verdade é que, assim, raramente se ganha. E Matosinhos vai, não tenhamos dúvidas, pagar bem caro esta “factura”.
Narciso Miranda
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Novo horário de funcionamento Sede Associação "Narciso Miranda Matosinhos Sempre"
Por questões de operacionalidade e melhor e mais eficaz gestão dos recursos, a sede da Associação “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” (Rua Brito Capelo, nº 730) passará, a partir da próxima segunda-feira, dia 1 de Março de 2010, a funcionar no seguinte horário:
Terça-feira / Quinta-feira / Sábado
Entre as 15h e as 19h
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Um “Ídolo” de Matosinhos
Ninguém tem dúvidas de que atravessamos, de facto, uma conjuntura extremamente difícil, aos mais variados níveis. A palavra de ordem na agenda política, nas intervenções, nas mensagens, na comunicação social é, aliás, crise. Crise, mais crise, mais crise, necessidade de “apertar o cinto” e enfrentar dificuldades sérias que, cada vez mais, afectam as nossas famílias.
E é verdade. Enfrentamos, indubitavelmente, um período de crise e, sem dúvida, a faixa etária por ela mais atingida é a nossa juventude. Juventude que aposta tudo na sua formação, no seu percurso académico, juventude que alimenta fortes esperanças e que acredita no futuro.
A mesma juventude que, depois, tem de lidar com as desilusões. Com a falta de oportunidades, com a falta de emprego, com a falta de recompensa pelos anos de estudos, pelos sacrifícios pessoais feitos ao longo de anos.
Vem isto a propósito do programa “Ídolos”, da SIC. Um programa que envolve a nossa juventude e que é, hoje, sem dúvida, um dos programas mais mediáticos do nosso panorama televisivo.
Para nós, para Matosinhos, de uma forma ainda mais especial. Isto porque, depois de um longo processo de selecção de entre milhares de concorrentes, foram seleccionados dois jovens matosinhenses, a Solange, que teve uma prestação notável, saindo, apenas, quase na recta final, e o Filipe Pinto, um jovem verdadeiramente fantástico, que conseguiu chegar à grande final do programa.
Residente em S. Mamede de Infesta, mais propriamente no Padrão da Légua, este jovem, de 21 anos, tem vindo, ao longo de todo o programa, a mostrar todo o seu extraordinário talento, toda a sua enorme capacidade musical.
Sou, para além de amigo da família, um seu admirador. Admirador pela sua criatividade, pela sua vertente fascinante, pela sua honestidade intelectual, pela sua sensibilidade para as questões culturais e ambientais e, acima de tudo, pela sua seriedade e humildade.
Devo, de facto, admitir que o que mais me surpreende e cativa neste jovem talentoso é a sua sensibilidade para as causas, para os valores e, sobretudo, olharmos para o Filipe e percebermos que estamos, de facto, perante um jovem de princípios.
Assisti, em directo, este Domingo passado, à penúltima gala do “Ídolos”. Tive oportunidade de contactar com toda aquela máquina mediática e de acompanhar, ainda mais de perto, o percurso do Filipe.
Nessa mesma gala, um dos elementos do júri fez questão de salientar, para além de todo o talento deste jovem matosinhense, a sua excelente formação. Afirmou que os pais e a sua irmã, Andreia, deveriam estar, sem dúvida, orgulhosos. Não poderia estar mais de acordo. O Filipe tem, para além de todas as outras qualidades, uma educação sustentada em princípios, em valores. Valores que, infelizmente, se vão esvaziando, na nossa sociedade, cada vez mais.
Domingo, temos a grande final. Lá estaremos, para vivermos, para sentirmos, respirarmos Matosinhos através de um dos seus protagonistas, que projecta o nome da nossa terra. Ou nos estúdios da SIC, ou na sede da Labmed (Av. de França, no Porto) ou em casa. Mas, o mais importante é darmos o nosso voto ao Filipe, através do número 760 300 514.
Vamos, finalmente, ficar a conhecer o próximo “Ídolo” de Portugal. É óbvio que o que desejo, o que todos desejamos, é que o grande vencedor seja o Filipe Pinto, um homem do Norte, um homem do Porto, um homem de Matosinhos.
Ainda que, para mim, e para Matosinhos, o Filipe seja, já, o grande vencedor, seja já um ídolo. E que orgulho foi e continua a ser para a Associação “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” apoiar este jovem talentoso e cheio de carisma. Este verdadeiro “Ídolo”.
Narciso Miranda
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Matosinhos perdeu!
Consultado o PIDDAC para Matosinhos e, retirando a verba estabelecida para a Plataforma Logística que tem, obviamente, dimensão distrital ou mesmo nacional, as únicas dotações para Matosinhos são, pasme-se, para: a requalificação da EB 2,3 de Leça da Palmeira e para a EB 2,3 de Matosinhos; e reparação do portão do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo.
Tem sido, ao longo dos últimos anos, verdadeiramente espantosa a descredibilização, a falta de capacidade reivindicativa, a colagem acéfala ao Governo, por razões partidárias. Mas, agora, para 2010, os valores são verdadeiramente escandalosos.
Tantos anúncios, tantas visitas ao concelho por parte de vários membros do Governo, tantos protocolos assinados, tantos discursos, tantas promessas, tantas mentiras. Sim, mentiras. Mentiu-se gravemente.
Vamos aos factos. Em meados do passado ano, o ministro da Administração Interna assinou um protocolo com o presidente da Câmara de Matosinhos para a construção de um quartel paras as forças de segurança (seja PSP ou GNR), em Perafita, para, em consequência, libertar o palacete da Quinta da Conceição para onde foi anunciado, pela Câmara, um Museu.
A seguir, foram dadas garantias públicas que a construção do quartel se iria iniciar em Outubro. Passou Outubro, Novembro, Dezembro, nada. Ficamos, na expectativa de que, pelo menos, fosse atribuída a dotação mínima para que o processo, já nem falamos da construção, fosse iniciado em 2010. Mas nada.
Em Setembro de 2009, o secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações veio, expressamente, a Matosinhos, anunciar o investimento de cerca de 29,5 milhões de euros em duas infraestruturas rodoviárias no concelho de Matosinhos. Sabíamos bem que se tratava de mais uma mentira.
O ano passado, a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, veio, só a Matosinhos, 15 vezes, a última das quais para garantir aos pescadores de Angeiras que a construção do tão ambicionado e desejado portinho de Angeiras avançaria, com toda a certeza, este ano. E o presidente da Câmara e a maioria do PS reforçou os compromissos, reforçou os anúncios, ampliou as promessas e as garantias e, em consequência, reforçou e ampliou as mentiras.
Terminou o ano de 2009 e nada. PIDDAC de 2010, nada. Os pescadores de Angeiras vão ter de continuar à espera.
Ao nível da segurança, foram prometidas novas instalações para a Senhora da Hora, Leça da Palmeira (substituição do contentor provisório), Leça do Balio, Guifões e, como já referimos, Perafita. PIDDAC 2010, zero. Escola secundária para o norte do concelho e EBI para Matosinhos Sul, zero. Unidade Local de Saúde de Custóias, Perafita e Santa Cruz do Bispo, zero. Rampa que sirva de pequeno estaleiro para as embarcações dos pescadores de Matosinhos, zero. Habitação social, zero. Renovação das infraestruturas desportivas, designadamente para o Leixões, o Leça, o Infesta e o Senhora da Hora, zero.
E não vale a pena continuar, porque é, de facto, mau demais, ainda que seja verdade, assistir a este total desrespeito por Matosinhos e pelos matosinhenses. Nunca, em 30 anos, Matosinhos foi tão maltratado e desprezado.
Agora, uma Câmara, gerida por uma maioria, sustentada pelos membros eleitos do PS, PSD/CDS, tem uma maior estabilidade, uma maior coerência, uma maior força e determinação para olhar o PIDDAC e justificar porque razão se mentiu tanto, porque se enganou tanto os cidadãos.
A solidez do acordo marcantemente de direita, de uma direita populista, sustentada pelos eleitos do PS, PSD/CDS na Câmara de Matosinhos, e apenas com o objectivo concreto da disponibilização de lugares e daquilo que o cidadão comum, habitualmente, designa por “tachos”, fica numa situação politicamente ridicularizada.
O grave, o que é mesmo muito grave, é que a mentira ganhou. E Matosinhos perdeu. O que é mesmo grave é que usaram a boa fé dos cidadãos para, descaradamente, os enganar.
Narciso Miranda
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
"Ídolos" - Filipe já está na final!
Ontem, em mais uma gala do programa “Ídolos” da SIC, o Filipe Pinto, um jovem matosinhense, residente em S. Mamede de Infesta, de quem me orgulho de ser amigo, brilhou, uma vez mais, mostrando todo o seu talento, toda a sua enorme capacidade musical.
Este jovem matosinhense, amigo do Ambiente, criativo, talentoso, concorreu, para a final, com a Diana e o Carlos, conquistando, com todo o mérito o seu lugar na grande final do próximo Domingo, dia 14, ao lado da Diana.
O Filipe está, assim, a um pequeníssimo passo de se tornar o “Ídolo” de Portugal, como ele tão bem merece! Ainda que para mim e para Matosinhos o Filipe já seja o grande vencedor!
Muitos parabéns, Filipe! É, de facto, para mim e para a Associação “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”, apoiar um jovem de carisma e com o talento que o Filipe tem.
Dia 14, lá estaremos, uma vez mais, a apoiá-lo e a levá-lo à grande vitória com os nossos votos! Vamos todos votar no Filipe! Vamos todos votar neste grande jovem matosinhense!
Narciso Miranda
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Em Angola
Já cheguei. Cheguei a este magnífico país que é Angola. Sim, para mim, Angola é Angola. Sempre gostei deste país e continuo, não obstante alguns sinais de degradação, a ter um fascínio especial por Angola.
Estive cá três meses, voltei. Ainda vou “cheirar” um pouco de futebol. Claro, ainda vou ver uns dois ou três jogos do CAN 2010. Que pena, no entanto, que, num desses jogos que vou ter oportunidade de ver, não ter nas quatro linhas a participar a selecção nacional de Angola, comandada, dirigida e treinada por esse grande treinador português, Manuel José.
E por cá vou andar, a trabalhar intensamente, percorrer algumas províncias, algumas cidades magníficas (Luanda, Uambo, Cabinda, Benguela, Lobito, entre outras). A trabalhar, sim, aqui, nesta Luanda que mais parece um estaleiro, onde nos cruzamos com tapumes e gruas por todo o lado, operários e muitos empresários, muitos chineses, mas também, alguns e bons portugueses, aqui trabalha-se mesmo e temos de andar de mangas arregaçadas.
Cá me vou cruzar com a Ana, com o Francisco, entre outros grandes amigos, para eu ter a oportunidade de lhes ensinar a gostarem de Angola e de Luanda. Sim, porque para se gostar de África, para se gostar de Angola, é preciso aprender-se primeiro.
Narciso Miranda
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"Ídolos" - Domingo, vamos apoiar o Filipe
Este Domingo, vamos assistir a mais uma gala do programa “Ídolos da SIC”. Já são apenas três concorrentes.
Depois da saída da Solange, uma matosinhense, residente na Senhora da Hora, uma jovem de 16 anos, extremamente simpática, com uma boa voz e uma boa presença em palco, ficou o outro matosinhense, o Filipe Pinto. Um jovem de 21 anos, de S. Mamede de Infesta, mais concretamente, do Padrão da Légua, extremamente inteligente, criativo e com uma enorme capacidade musical.
Tive uma longa conversa com o Filipe Pinto. Sou amigo da família. Sou, igualmente, um seu admirador. Admirador pela sua criatividade, pela sua vertente fascinante, pela sua honestidade intelectual, pela sua sensibilidade para as questões culturais e ambientais.
Estamos, de facto, na presença de um jovem ambientalista, um jovem amigo do Ambiente. Mas, também, um criativo, um jovem com veia musical.
Domingo, mais uma vez, ele vai competir no programa “Ídolos” da SIC. Por todas as razões que apontei, não tenho dúvidas que ele já ganhou. Ele já é um Ídolo. Agora, quero, desejo, todos desejamos, a Associação “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” deseja que vá à final.
Lá estaremos para vivermos, sentirmos, respirarmos Matosinhos através de um dos seus protagonistas, que projecta o nome da nossa terra. O meu caríssimo Filipe Pinto.
Tive com ele uma longa conversa e, por isso, aqui deixo algumas das fotografias que testemunham esse diálogo interessantíssimo.
Narciso Miranda
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Matosinhos real e Matosinhos virtual
Já diz o velho ditado que “o pior cego é aquele que não quer ver”. Não poderia estar mais de acordo. O pior cego é aquele que “enterra a cabeça na areia” para não ver o que está à frente dos seus olhos. O pior cego é aquele que cria uma realidade ilusória, fantasmagórica, na base dos discursos, das ideias, dos projectos, dos estudos, para esconder aquilo que é verdadeiramente real.
Em Matosinhos, há já algum tempo que isto acontece. Já por várias vezes alertei para a distância gigantesca que vai entre aquilo que os cidadãos realmente enfrentam, as suas dificuldades, as suas angústias, as suas preocupações, e o que alguns dos senhores que detêm o poder querem fazer crer, através de discursos “cor-de-rosa”, mas tão diferentes da realidade.
As carências em Matosinhos são, de facto, evidentes. Estão à vista de todos. São sentidas, diariamente, pelos cidadãos que ainda não têm uma habitação digna onde morar, são sentidas pelos cidadãos que enfrentam um nível de desemprego que, no concelho, aumenta assustadoramente, são sentidas nas famílias que se endividam cada dia mais, são sentidas por aqueles que enfrentam uma pobreza envergonhada ou que sofrem com a exclusão social.
E, por isso, não posso deixar de afirmar que, de facto, perante tudo isto, alguma coisa funciona mal. Diria, até, muito mal. Isto, face à contradição desta realidade e o discurso que tem vindo a ser prática corrente da Câmara de Matosinhos de modernidade, de desenvolvimento e de progresso.
Com toda a certeza, não é essa modernidade, esse desenvolvimento e esse progresso que sente, por exemplo, a família que, em Custóias, vive no meio de ratos e esgotos, que o “Jornal de Notícias” divulgou esta terça-feira passada. A notícia dá conta de uma família que está a viver, desde 2007, numa pequena casa, no meio de ratos, onde a água corre pelas paredes e os esgotos correm a céu aberto.
E este, não tenham dúvidas, é apenas um entre muitos outros exemplos. Muitos que se escondem entre as quatro paredes de uma habitação degradada, sem o mínimo de condições e que são, sem dúvida, casos de vergonha para o século em que vivemos.
À Câmara, chegam, diariamente, pedidos, gritos de ajuda. Eu sei, porque ouço muitos. Eu sei porque os eleitos da “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” têm recebido vários pedidos de ajuda de cidadãos verdadeiramente desesperados. Desesperados por um emprego, que tarda em aparecer e que arrasta consigo tantas outras dificuldades. Desesperados por uma habitação digna, que os permita sair da verdadeira miséria em que tantas vezes vivem. Desesperados com o aumento brutal das rendas sociais, aumento, esse, tantas vezes determinados por critérios subjectivos.
Sim, constatamos um facto, os mais desfavorecidos, os mais pobres, os que enfrentam maiores dificuldades procuram-nos e são recebidos por nós. Os mais ricos, os mais poderosos, as pessoas dos negócios, esses, têm caminho aberto para serem recebidos pelo poder actual protagonizado pelo PS e PSD/CDS.
Sempre defendi que o poder deve ser frágil, fraco, junto dos mais pobres, forte, determinado e arrogante junto dos mais fortes e dos mais ricos. Não é isso que está acontecer, agora, em Matosinhos.
É por tudo isto que não escondo a revolta quando vejo o dinheiro dos munícipes a ser tão mal gasto. É por tudo isto que não consigo cruzar os braços quando vejo actos de despesismo puro, de esbanjamento claro de dinheiro.
Este é o Matosinhos real, o Matosinhos profundo. Este é o Matosinhos que se contrapõe ao Matosinhos virtual, ao Matosinhos “cor-de-rosa” que é anunciado, sistematicamente.
Se ser fantástico é viver desta forma, se a modernidade é viver no desemprego, é viver no meio de ratos e esgotos, então, inequivocamente, está-se a construir um Matosinhos que em nada tem a ver com aquilo que o cidadão quer e precisa.
Bem sei que a crise internacional é das mais graves das últimas décadas e que também nos afectou e continua a afectar. Mas quem tem três milhões de euros para gastar em publicidade ou 15 milhões de euros para consultorias e assessorias não pode, não deve ficar indiferente a esta realidade. Quem tanto gasta, sem nada produzir.
E se existiram, ao longo dos tempos, um conjunto de problemas (e nesta matéria eu estou plenamente à vontade para falar), hoje, existem outros, para os quais são precisas, são urgentes, de facto, novas soluções.
Narciso Miranda
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Agenda
Dia 28 de Janeiro:
Jantar convívio e balanço da actividade política do grupo de Lavra da Associação "Narciso Miranda Matosinhos Sempre.
Dia 5 de Fevereiro:
Jantar convívio e balanço da actividade política do grupo de Leça do Balio da Associação "Narciso Miranda Matosinhos Sempre".
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Apoio a Manuel Alegre
Manuel Alegre almoço, este Domingo, dia 31, num hotel do Porto, com os seus apoiantes. É o início da sua caminhada para as presidenciais.
Apoio Manuel Alegre. Chegou a altura de Portugal ter, nas funções de Presidente da República, um homem da Cultura.
Narciso Miranda
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Filipe já é "Ídolo"
Tive, ontem, uma longa e interessante conversa com o Filipe Pinto, um dos candidatos à final do programa “Ídolos” da SIC.
O Filipe é, de facto, um jovem inteligente, criativo, amante da natureza e de grande qualidade musical.
Seja qual for o resultado final do programa, o Filipe Pinto já ganhou. Já é um Ídolo.
É um orgulho para Matosinhos, mesmo com o facto de a Câmara ter recusado apoiá-lo.
Narciso Miranda
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Vamos apoiar o Filipe dos "Ídolos"
Depois da gala do passado Domingo, do programa “Ídolos”, da SIC, e da saída da Solange, uma interessantíssima jovem matosinhense, residente na Senhora da Hora, que teve uma prestação brilhante, não obstante a juventude bem visível nos seus 16 anos, ficamos, apenas, com um matosinhense na final.
De facto, Filipe Pinto, um jovem criativo, prometedor, de grande qualidade musical e com um futuro brilhante e promissor à sua frente, é de Matosinhos, reside no Padrão da Légua e é um grande e bom amigo.
Domingo, lá estará, em mais uma gala, desta vez enfrentando, já, apenas mais dois concorrentes para a final.
O Filipe Pinto vai competir, Domingo, pela sua permanência no programa, com a algarvia, Diana, e o madeirense, Carlos.
Toda a gente sabe que, depois das recusas de apoio, quer por parte da Junta de Freguesia, quer por parte da Câmara de Matosinhos, o Filipe, como tantas outras pessoas, recorreu à nossa Associação, à Associação “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”, pedindo ajuda. Obteve a esse pedido resposta positiva, que mantemos, em colaboração com a Labmed, no apoio a este jovem amante do Ambiente, da Cultura e da defesa do património histórico-cultural.
Narciso Miranda
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Parabéns, Padroense!
O Padroense comemora, este mês, o 88º aniversário da sua existência. Esta é, hoje, uma das colectividades desportivas mais importantes do concelho de Matosinhos, do distrito do Porto, atingindo, já, uma dimensão regional muito significativa.
Basta dizer que, no futebol, depois do Leixões, é a segunda colectividade mais importante, tendo a sua equipa na 2ª Divisão Nacional.
Mas, para além do futebol, e porque uma colectividade não pode ser avaliada, exclusivamente, através da sua prestação ao nível desta importante modalidade, tem muitas outras que movimentam dezenas de jovens. Normalmente, não se dá a devida importância à formação e o Padroense é, indiscutivelmente, o campeão, em Matosinhos, a este nível. É verdadeiramente notável ver a funcionar a Academia Desportiva, do Padroense, criada e gerida pelo vice-presidente da Direcção, dr. Vasco Pinho.
Quando, no jantar comemorativo dos 88 anos desta colectividade, realizado na passada sexta-feira, ouvimos a afirmação de que, depois da Academia Desportiva do FC Porto, a segunda maior academia no distrito é a do Padroense, sentimos o peso e a importância desta colectividade na área desportiva.
Mas sentimos também orgulho de ver esta academia a ser liderada por um companheiro de projecto, de candidatura e de caminhada. Há uns, muitos, que falam, discursam, que fazem considerações e reflexões, e vão fazendo acções modestas, aqui ou ali. Há outros, e o Vasco Pinho é disso um verdadeiro exemplo, que vem apresentando propostas coerentes, credíveis, com um investimento, indiscutivelmente meritório, na formação desportiva.
O dr. Vasco Pinho muito se deve orgulhar do trabalho realizado. E eu tenho razões para me orgulhar por o ter na minha equipa e de ver Matosinhos com Vasco Pinho a exercer as funções de vereador. E não se trata de um vereador qualquer. Trata-se de um autarca com ideias, com projectos, com uma linha de rumo e de coerência que me tem impressionado pela positiva. Com capacidade de intervenção e, também, capacidade de resposta para os problemas que vão surgindo.
Gostaria de prestar, ainda, a minha homenagem a um outro autarca, o presidente do Padroense, Germano Pinho, o verdadeiro responsável pelo sucesso global desta colectividade, como, mais uma vez, se comprovou no jantar da passada sexta-feira, que lotou por completo o Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos. Mais uma grande iniciativa deste grande clube, marcada pelo sucesso e pela enorme capacidade de mobilização.
Mas em ambiente de festa, há sempre alguém que não perde a oportunidade de desviar o essencial, tentando fazer sobressair o supérfluo. E, normalmente, só actua desta forma quem não está muito seguro das suas próprias convicções e quem não tem certezas sobre a certeza que pretende transmitir.
Normalmente, estas fragilidades conduzem a comportamentos de pessoas ou titulares de cargos que continuam a pensar que conseguem “tapar o sol com a peneira”.
Despesismo não é apoiar as colectividades. Despesismo não é apoiar a formação dos jovens na área do Desporto. Despesismo é gastar dinheiro mal gasto em acções sumptuosas, em jantares e almoços, em viagens inúteis, em excesso de combustível, em assessorias e consultorias.
E a verdade virá sempre ao de cima. Foi, de facto, desajustado, nada correcto, aproveitar uma festa para, na casa do festejado, cometer a indelicadeza de escolher caminhos tortuosos da demagogia e da mentira.
Narciso Miranda
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Carências em Matosinhos
As carências em Matosinhos são, de facto, evidentes. Alguma coisa funciona mal, diria até mesmo muito mal, face à contradição desta realidade e o discurso da Câmara de Matosinhos de modernidade, de desenvolvimento e progresso.
Ainda hoje, dia 26 de Janeiro, uma notícia, publicada no JN, dá conta de uma família que está a viver, desde 2007, numa pequena casa, em Custóias, no meio de ratos, onde a água corre pelas paredes e os esgotos correm a céu aberto.
Narciso Miranda
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Algarve Exportador
Quando passamos no coração de Matosinhos Sul, designadamente, quando contornamos o quarteirão da Av. da República, Roberto Ivens e Heróis de França, continuamos a ver as máquinas em movimento, que arrasaram a “Algarve Exportadora” e a “Rainha do Sado”.
Quando nos apercebemos do que estava a acontecer, constatamos que existe um grande desanuviamento daquele local, isto é, os muros das fábricas que fazem parte da nossa história e da memória colectiva dos matosinhenses, ao serem arrasados, provocaram uma grande abertura.
E a conclusão a que chegamos é que, destruir pedaços da nossa memória e do nosso património é, de facto, sempre um erro histórico. Um erro que seria, no entanto, menorizado se ali, naquele local, nascesse um jardim, uma zona verde, um parque público, com equipamentos urbanos, para os cidadãos puderem usufruir desta nova realidade.
Talvez assim, o cidadão comum, menos atento à história de Matosinhos e às referências marcantes do século passado, sobretudo em matéria de arqueologia industrial, concluísse que “valeria a pena derrubar um foco de promiscuidade” e “limpar uma situação que se degradava ano após ano, mês após mês e dia após dia”.
Acontece que a realidade é bem diferente. Vamos viver um período de grande abertura em consequência da destruição realizada, mas, mais tarde ou mais cedo, ali, não vai nascer uma zona arborizada, um jardim público, um espaço de equipamentos públicos, uma zona para o cidadão puder usufruir, respirar, sentir e viver a cidade.
Não. Ali vai nascer mais betão armado. Vai nascer mais habitação, onde esta já não é mais necessária. Vai nascer, ou melhor, dizem que vai nascer - porque a minha convicção é que não vai nascer – o hotel anunciado e que apenas aparece para branquear um processo especulativo. Vai nascer um equipamento cultural. Ou melhor, não vai nascer nada. Dizem que vai nascer, apenas para colocar o “laço cor-de-rosa” num “embrulho” que nada mais é do que um processo meramente especulativo.
O proprietário, Nazareth Fernandes, foi muito claro na entrevista que deu, na sexta-feira passada, a um jornal de referência nacional (o “Jornal de Notícias”), quando afirma que “o primeiro projecto entrou na Câmara de Matosinhos em 1981” e que “depois desse, entraram mais cinco projectos”. “Nenhum foi chumbado, mas também nenhum foi aprovado. No final da década de 90, a Câmara aprovou a volumetria para o local, mas o processo só foi desbloqueado, definitivamente, em Dezembro (último), com o aval à demolição”, reiterou.
Nazareth Fernandes tem razão. Quanto tentou, através de todos os meios ao seu alcance, “usando e abusando” de arquitectos, uns com alguma influência, outros de renome internacional, para tentar concretizar o seu objectivo “esbarrou” sempre numa resposta negativa por parte da Câmara Municipal.
Ele foi muito claro no que afirmou. Até 2005, nunca as suas pretensões tiveram eco, de facto, desmentindo, assim, claramente, todas as afirmações feitas pela Câmara de Matosinhos.
Afirma o empresário, nessa mesma entrevista, que “há 28 anos pedia à Câmara de Matosinhos para demolir a velha fábrica de conservas Rainha do Sado e que o aval municipal apenas chegou quatro dias antes do Natal (2009), após a aprovação polémica no Executivo”.
É verdade. Nazareth Fernandes tem razão. Nunca, em 28 anos, esta demolição havia sido autorizada. Foi precisa uma mudança radical na política municipal, liderada pelo PS, que aconteceu a partir de 2005, para que, 28 anos depois, tenha sido autorizada a demolição desta peça da arqueologia industrial.
E das duas, uma: ou a política liderada pelo PS, até 2005, estava errada, ou, depois de 2005, confirma-se, de facto, uma mudança radical de uma política que deixou de ser socialista e que passou a ser sustentada nos valores da direita mais radical.
Narciso Miranda
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
“Desenterrar a cabeça da areia”
Sempre que um novo ano começa, quase todas as pessoas fazem votos, traçam objectivos, definem desejos a realizar. Eu também faço votos, eu também tenho desejos, não só a nível pessoal, como todos nós, mas, particularmente para Matosinhos, terra que aprendi a amar e cujos destinos liderei por quase três décadas.
Não é novidade para ninguém, sobretudo para os cidadãos, que o país atravessa uma crise grave, a vários níveis. E Matosinhos não é, infelizmente, excepção, por muito que alguns dos que detém o poder queiram fazer parecer que não.
Há, de facto, uma grande diferença, para não falar num gigantesco abismo, entre o que alguns “senhores do poder” querem fazer crer e a realidade. E o que é real é que em Matosinhos, o desemprego tem aumentado de uma forma assustadora. O que é real é que as famílias se endividam cada vez mais. O que é, de facto, real é que as micro e as pequenas e médias empresas lutam desesperadamente por um futuro que se adivinha cada vez mais negro. O que é, de facto, real é o nível verdadeiramente preocupante da pobreza, é a exclusão social.
Não adianta sequer “varrermos para debaixo do tapete” aquilo que está à vista de todos. Não adianta virem traçar um cenário “cor-de-rosa” e verdadeiramente ilusório, quando os cidadãos conhecem bem a negra realidade que se vive, quando os cidadãos a sentem na pele.
Por isso, o meu desejo para 2010 é que Matosinhos retome, verdadeiramente, o rumo. O rumo do rigor, da transparência, da responsabilidade, da credibilidade e do desenvolvimento e do progresso.
Matosinhos precisa de voltar a ter obra. Matosinhos precisa de ver nascer as infraestruturas tão necessárias à qualidade de vida dos cidadãos e que, ao longo destes últimos anos, não foram construídas. Matosinhos precisa de mais habitação, de equipamentos desportivos, de infraestruturas para as forças de segurança, de novos centros de saúde, de mais creches e jardins-de-infância, de novos lares e centros de dia para a terceira idade, de mais espaços verdes e de equipamentos públicos.
Matosinhos precisa de voltar a ter rigor, transparência e responsabilidade na gestão financeira. Em Matosinhos, o dinheiro público tem de voltar a ser gasto em investimento e não ser usado para fazer face a despesas correntes, não para consumismo puro. Não podemos mais permitir que se recorra a empréstimos sucessivos à banca, para despesas de tesouraria, enquanto não se vê nascer uma única obra nova.
Matosinhos precisa de criar condições reais de combate ao elevado e verdadeiramente assustador índice do desemprego. Matosinhos precisa criar as condições necessárias para fazer face à angústia dos milhares de jovens que procuram, todos os dias, uma oportunidade que não chega. Isto depois de, na maior parte das vezes, eles próprios e as famílias se terem sacrificado a pagar os estudos, na perspectiva de um futuro melhor.
Estes, sim, devem ser os nossos reais desejos para Matosinhos, neste novo ano que, agora, começa.
Só assim, só desenterrando a cabeça da areia, só deixando de lado os discursos fantasmagóricos, as promessas apenas para “inglês ver” e os projectos que não saem da gaveta, poderemos começar a traçar um novo rumo. O rumo do desenvolvimento e do progresso que Matosinhos e os matosinhenses merecem.
Narciso Miranda
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Problemas reais
1. Desemprego. Endividamento crescente das famílias. Fome. Pobreza. Exclusão social. Estes são alguns dos reais problemas que afectam, actualmente, o nosso país. Ainda que, erradamente, não sejam os problemas que têm dominado a agenda e o debate político, a verdade é que, como todos sabemos, como os cidadãos que vivem estes dramas na “pele” sabem, estes são os problemas em que todos aqueles que exercem o poder deveriam concentrar as suas atenções.
A realidade, essa, é, no entanto, bem diferente. E em Matosinhos não é excepção. Em Matosinhos, enquanto o desemprego aumenta de uma forma arrepiante, enquanto milhares de jovens procuram, desesperadamente, uma oportunidade que não surge, enquanto o nível da pobreza sobe assustadoramente, enquanto as famílias se endividam cada dia mais, enquanto as pequenas e médias empresas lutam contra o encerramento – aquelas que ainda vão conseguindo lutar – enquanto a especulação imobiliária aumenta a “olhos vistos”, o dinheiro público gasta-se. Gasta-se, sem dó nem piedade. Gasta-se sem rigor, sem responsabilidade e sem transparência.
E poderá até o meu caro leitor pensar: “se o dinheiro se gasta, ao menos devemos ter obra, ao menos deverá ser para contribuir para o aumento da nossa qualidade de vida, para a criação das infraestruturas necessárias e que fazem falta”. Sim, deveria ser este o pensamento correcto. Sim, o dinheiro público deveria ser gasto, sim, para investimento.
Mas a verdade, por muito que os responsáveis “contaminados” pela situação queiram fazer crer o contrário, é que a realidade não é essa. A realidade é que o dinheiro gasta-se em consumismo, em despesas correntes, em gastos supérfluos.
A realidade é que a Câmara de Matosinhos recorre, sucessivamente, a empréstimos (ainda agora, recentemente, recorreu a mais um, no valor de quatro milhões e 400 mil euros) e não se vê obra nova.
A verdade é que continuam em falta as infraestruturas desportivas, de segurança, de educação, jardins-de-infância, lares e centros de dia para a 3ª idade, tão necessárias.
É isto o que está, de facto, e, infelizmente, já não é de agora, a acontecer, designadamente em Matosinhos. Não adianta, sequer, esconder “debaixo do tapete”. Toda a gente sabe. Os cidadãos sabem bem.
2. Parece que há por aí alguma gente, a chamada “boa gente”, muito preocupada em manifestar a sua inquietação a respeito da designação da, obviamente, legítima candidatura às autárquicas que um conjunto de cidadãos protagonizou e que eu, orgulhosamente, liderei. Há até quem defenda que esta deveria chamar-se apenas “Matosinhos Sempre”, demonstrando uma capacidade imaginativa, uma inteligência invulgar e uma perspicácia notável, quando fazem a comparação com o PS, dizendo que “no Parlamento não se ouve falar no nome de “José Sócrates – Partido Socialista” .
Claro que a candidatura que José Sócrates protagonizou está registada, em tribunal e nos boletins de voto, e bem, com a designação de “Partido Socialista” e por isso é assim que se chama.
Enquanto que a candidatura “Narciso Miranda Matosinhos Sempre” está registada, em tribunal e nos boletins de voto, como “Narciso Miranda Matosinhos Sempre”. É esta, de facto, a designação oficial. A designação constitucional, jurídica e política. É esta a candidatura registada judicialmente e foi este o nome, a designação que, expressamente, apareceu no voto.
Esta referência é feita de forma sincera, pragmática, sem equívocos, sem rodeios, sem as hipocrisias da chamada “gente de bem”. Para que conste, para desfazer dúvidas e para anular as espertezas que, normalmente, vão surgindo, aqui e ali.
Narciso Miranda
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
"Tapar o sol com a peneira"
Durante o processo eleitoral foram muitas as vozes que se referiram ao descontrole financeiro e sobretudo às derrapagens resultantes de um processo de euforia do poder que sempre conduz a sinais evidentes de despesismo.
A verdade é que os responsáveis pela situação deram sempre as mesmas respostas. As respostas clássicas. As respostas habituais. As respostas óbvias que não são mais do que “chutar para canto” ou tentar “tapar o sol com a peneira”. E quais são essas respostas? Que está tudo bem, respira-se saúde financeira, não se deve nada e está tudo sereno.
Foi sempre assim. É e será assim. Estas são as respostas que ouvíamos há quarenta anos, há trinta, há vinte, há dez anos.
Na altura, “toda a gente” defendeu que a melhor forma de gerar instrumento de gestão financeira eficaz – e o objectivo central é este – e não qualquer acção persecutória ou qualquer tentativa, através deste processo, de descobrir ou procurar qualquer coisa de anormal, era encontrar uma auditoria financeira externa de pessoa/entidade competente exigente e, sobretudo, isenta. E quando se fala em isenção, fala-se em instituição ou pessoa fora do “aparelho”, fora da “máquina”, fora do “circuito”.
Todos defenderam, menos, claro, os responsáveis “contaminados” pela situação, que são aqueles que exercem o poder.
Passaram-se cerca de três meses. E, nem um passo, nem um sinal, por muito discreto que fosse, no sentido de clarificar esta situação. Todos se calaram, todos se acomodaram, todos continuaram a dizer que está tudo sereno, tudo bem, respirando-se uma enorme saúde financeira. E, por outro lado, todos actuaram como sempre. Convencidos de que se consegue “tapar o sol com a peneira”. Isto porque a realidade era, é e será bem diferente.
As necessidades são óbvias. As derrapagens, evidentes. As decisões continuam a gerar despesas, mais despesas, mais despesas. E, por isso, a necessidade de se recorrer a mais um empréstimo, mais um. Claro.
Mas não um empréstimo para suportar despesas de investimentos. Não é para pagar o Pavilhão do Freixieiro, ou as infraestruturas do Leixões, ou a resolução das infraestruturas desportivas do Leça ou a construção do Parque Desportivo em S. Mamede de Infesta, ou a construção de quartéis para a PSP ou a GNR para garantir maior segurança aos cidadãos, nem para a construção de uma escola em Matosinhos Sul, de mais um jardim de infância ou de mais um lar para a 3ª Idade ou um Centro de Dia.
Sim, meu caro leitor, não é uma questão de pedir dinheiro para resolver problemas de arruamentos, para apoiar as micro, pequenas e médias empresas geradoras de emprego. Não. Não estou a dizer que se pediu dinheiro para apoiar as empresas e criar postos de trabalho.
Não. Pediram-se quatro milhões e quatrocentos mil euros para pagar facturas, para pagar despesas correntes, para pagar consumismo. E isto, sim, é o pior que pode acontecer na gestão financeira.
É isto que está a acontecer em Matosinhos. É este o rigor da Câmara de Matosinhos. É este o novo projecto virado para o futuro para uma comunidade dinâmica como é, sim, a de Matosinhos.
Isto, numa altura em que o nível do desemprego é assustador, em que os jovens procuram desesperadamente uma oportunidade, em que a pobreza tem aumentos arrepiantes, em que o endividamento das famílias é cada vez maior, em que umas empresas vão fechando e outras aguardam, lutando desesperadamente contra, um final “negro”.
Isto, numa altura em que o casco habitacional se vai degradando, em que as referências históricas vão sendo arrasadas, em que a especulação imobiliária aumenta, em que os parques públicos, as zonas verdes e os equipamentos colectivos vão escasseando.
Enquanto isto, o dinheiro gasta-se. Gasta-se com o consumismo. Gasta-se com as despesas correntes, com o que é supérfluo.
Os cidadãos merecem rigor. Os cidadãos merecem que se retome o rumo da responsabilidade e da transparência.
Narciso Miranda
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terça-feira, 5 de janeiro de 2010
As crispações dos crispados
Nas últimas semanas, os grandes temas da agenda política têm estado relacionados com a crispação “alimentada” pelos crispados. A inclusão do tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo, na agenda política, “alimenta”, ainda mais, este ambiente excessivamente crispado para um país onde existem tantas questões, temas e/ou assuntos relevantíssimos para a agenda política.
Ao analisarmos esta conjuntura e, sobretudo, tudo aquilo que lhe está subjacente e, ainda, se tivermos em consideração a realidade concreta em que vivemos, naturalmente, que só por estarmos e vivermos em Portugal é que percebemos estes fenómenos.
O que está aqui em causa, não é a legitimidade, óbvia, de competências diversas dos diferentes órgãos de soberania. Quem ouve falar os crispados e os “alimentadores” da crispação, parece que os órgãos de soberania têm que sintonizar as posições e, consequentemente, perderem a legitimidade constitucional que lhes assiste.
O que aqui está em causa, não é a legalização, ou não, do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O que aqui está em causa, não é a opinião que possamos ter a respeito deste tema, ou de tantos outros. Não.
O que está aqui em causa, é que, centrando as atenções do país, da agenda política, em temas como estes e no debate centrado nestas questões, conseguiu, sim, desviar-se as atenções do país real em que vivemos.
Gostaria, muito mais, por exemplo, de ver uma enorme crispação em relação ao endividamento. Aos milhares de famílias que se encontram, hoje, numa situação complexa, da qual não sabem, muitas vezes, sequer como sair.
Gostaria de ver os crispados a reagirem contra problemas reais e que tanto afectam a vida dos portugueses, como a dívida externa ou o aumento do deficit.
Que bom seria ver uma enorme crispação dos políticos contra o aumento galopante do desemprego, que tem levado ao desespero milhares de cidadãos e que têm angustiado tantos jovens que não conseguem encontrar uma “porta” que se abra, a maior parte das vezes, depois de grandes sacrifícios pessoais e das próprias famílias para suportar anos e anos de estudos.
Que bom seria podermos dizer que se sente a crispação, no país, pelo aumento do custo de vida, pelo aumento do número de famílias no limiar da pobreza, pelo aumento dos fenómenos da exclusão social, entre tantos outros.
Discutir, centrar as atenções e as crispações nestas questões, isso, sim, seria prestar um bom serviço à sociedade e isso, sim, seria contribuir para ajudar os cidadãos a resolver os problemas que, de facto, os afectam e que, a cada dia que passa, parecem ser mais.
2010 terá de ser, por isso, sem dúvida, o ano em que temos de inverter esta “pirâmide” de prioridades. Terá de ser o ano em que, na agenda política, estarão, sim, os cidadãos. Mas naquilo que, de facto, mais os preocupa, mais os afecta, mais os angustia.
2010 terá, sim, de ser o ano das crispações pelos motivos reais que afectam o país e os cidadãos.
Se eu tivesse uma “varinha mágica” substituía os crispados e abria espaço para que as verdadeiras vítimas destes crispados e das suas crispações ficassem eles todos crispados contra estes políticos profissionais, que são cada vez menos políticos e mais crispados.
Narciso Miranda
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